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domingo, agosto 28, 2011

VIV´ANGOLA: QUE VENHA A TUNÍSIA!

Desta vez sim: VIV´ANGOLA!
Os ninís (nigerianos) foram, ontem, bem despachados. O cinco nacional convenceu em Madagáscar onde defende o cetro continetal. Hoje estaremos todos, sem incredulidades, a torcer para o 11º título africano de basquetebol sénior masculino.

Agora sim: VIV´ANGOLA, VIV´A Selecção e Que Venha a tunísia!

sexta-feira, agosto 26, 2011

O ÓPIO DESPORTIVO E A (10)CRENÇA NOS RESULTADOS

Portanto, (entrada atípica no jornalismo) a nossa selecção de basquetebol, que defende o título continental em Madagáscar, teve ontem uma final atípica. Passou à fase seguinte (meias-finais) depois de estar a perder por cinco pontos quando faltavam apenas dez segundos. Conseguiu o empate, frente aos camaronoses, que lhe proporcionou um prolongamento vencido por um ponto de diferença.

Disseram os comentaristas e comentadores que foi, de facto, "uma final imprópria para cardíacos". E fez-se festa!

Como sempre, embriagados pelo "ópío" do desporto, estamos hoje a falar somente do basquetebol, das lágrimas do Armando Costa nos derradeiros lances da vitória e do facto inédito duma qualificação conseguida à "ferro e fogo", inteligência e paciência, deixando ao esquecimento todas as demais "malambas da vida". Hoje, todos nós, negros e brancos, vermelhinhos e verdinhos (principais cores partidárias), somos todos angolanos e apoiantes do Jaime Covilhã e seus "muchachos".

Mas é preciso ter em conta que traga ou não a nossa selecção o 11º título continental, as nossas diferenças, as nossas alegrias, as nossas tristezas, os nossos sofrimentos, os nossos amores e desamores, continuam à espera do esfumar da embriaguês.

Bem haja basquetebol.

domingo, agosto 21, 2011

"ISTO ALEGRA-NOS E INSPIRA-NOS"

Marketing político ou não, foram as palavras expressas pelo Presidente moçambicano após visita à cidade do Kilamba.

Armando Guebuza, que cumpre o seu segundo mandato constitucional, depois de ter substituído a Joaquim Chissano, participou, em Luanda, na Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da SADC que o nosso país acolheu a semana finda.

"Isto alegra--nos e inspira-nos", disse, argumentando que "só a paz permite tão elevadas realizações".

Se a cidade do Kilamba inspira Moçambique, seria bom que os nossos governantes buscassem também inspiração nalguns êxitos conseguidos e já consagrados pelos "irmãos do Índico"  que em termos de rotatividade já têm os "motores em alta rotação".

quarta-feira, agosto 17, 2011

KANDONGUEIROS INSPIRAM ARTISTAS

Autocarros públicos, óbitos, kandongueiros, igrejas e outros locais de grande concentração, onde o povo se mistura e fala de "boca aberta", inspiram artistas de Banda Desenhada.

A afirmação é dos autores das séries "Ti Chico" (Pululu) e "Kabetula" (Olímpio), em conversa na ZTV desta terça-feira.
Já há alguns anos, o autor desta página tinha contado a sua experiência em kandongueiros e autocarros públicos que serviam de fonte de inspiração e barómetro da sociedade (o quanto vai a nossa coisa comum), trazendo para os leitores o muito que se pensa e se diz naqueles lugares/transportes.

Para quem não sabia e àqueles que colocaram em dúvida o que leram em "Cantos anónimos" aqui fica a apreciação de quem vive e retransmite o que se vive. "É nos kandongueiros, nos óbitos, nos autcarros, nas igrejas e nos comboios rafeiros que se fala sem temor e se contam as melhores piadas".

sábado, agosto 13, 2011

VIR DE LONGE E VER A MUDAR: A DOCE SENSAÇÃO

É indiscritível a doce sensação de voltar à casa e ver tudo mudado:
- A árvore que cresceu, o cachorro que já ladra, o "mubingano" (filho) que já pronuncia palavras que a uma semana não balbuciava, o maracujaeiro que floriu, a casa que ganhou fissuras, a filha que já menstrua, etc., diferenças que só quem vem de fora nota, já que, para os de casa, tudo contiua igual, ou pelo menos as coisas se passam de forma despercebida.

Essa elegria permite até descontar, com maior naturalidade, a traquinice do "caçula"  que quebrou a tela de 50 polegadas.

terça-feira, agosto 09, 2011

ATRASO NA ALOCAÇÃO DE VERBAS PODE COMPROMETER ELEIÇÕES

O recado foi transmitido ao EXECUTIVO Central pela presidente da CNE, em entrevista a TPA, do dia 07 de Agosto. Suzana Inglês, que se apresentou bastante comedida nas afirmações, fez um apelo viemente ao Executivo para que não se vivam os constrangimentos de 2008. E, no seu entender, tudo passa pelo desbloqueio antecipado de verbas para a preparação de questões pré-eleitorais.

Disse que, na sua óptica, o pacote legislativo, em discussão no parlamento, não trará grandes mudanças do ponto de vista estrutural; assegura que a CNE é um órgão independente neste momento, desmentindo as alegações de partidos da oposição e argumenta que a suspeição, em relação a CNE, tem a ver com a fraca formação e informação dos políticos e populares.

“Os políticos também precisam de estar formados a respeitar e a não destratar as instituições. É preciso identificar fraquezas, mas fazer propostas utilitárias que propiciem a resolução de problemas e conferirem fortaleza às instituições do Estado. É preciso ver que as instituições sociais, como a família, tb precisam de ser reconstruídas, pois a guerra destruiu todos os valores.

Quanto à imagem da CNE, Suzana Inglês foi peremptória: “Desde que entrei para a instituição tem sido minha preocupação permanente conferir imagem mais credível à CNE. Não por causa das críticas que se colocam em relação à instituição, mas porque temos a noção do serviço e da confiança que nos foi depositada”, arguiu.

Sobre o desconhecimento da CNE por parte dos angolanos, a líder máxima da CNE diz: “Os angolanos conhecem mal a CNE por culpa de todos nós. Por culpa também da imprensa que, às vezes, não estuda bem as matérias e confunde as instituições, o que leva também a levar os angolanos a confundirem as instituições e por culpa de todos nós que, se calhar, temos de nos dar mais a conhecer”. Suzana Inglês foi mais adiante ao afirmar que “Há pessoas que confundem a CNE pelo MAT… não estamos a nos desculpar invocando os erros dos outros mas devo dizer que a questão da educação cívica é muito séria e precisamos de fazer uma educação cívica eleitoral muito forte”.

O modelo de organização de eleições também passou em revista e, sobre a questão, Suzana Inglês explicou que “Não há melhor nem pior modelo de organização eleitoral. Tudo depende do contexto e do país. Para nós, é este modelo híbrido em que concorre o governo no registo eleitoral e mapeamento que é aprovado pelo CNE. Todo o resto é da competência da CNE. O angolano modelo não subalterniza a CNE. Esse é um modelo como há”, afiançou.

À pergunta sobre se haá factores que possam pôr em causa a organização das próximas eleições a Jurista respondeu: “O apelo que faço ao Executivo é no sentido de colocarem ao nosso dispor os meios necessários como os orçamentos. Há meios que já estão obsoletos, como viaturas, temos que ver a questão da manutenção/restauro dos gabinetes municipais e melhorar o sistema de comunicação a nível nacional, etc., é por isso que apelamos que seja desbloqueado já o orçamento adicional para que possamos realizar actos pré-eleitorais para a garantia do sucesso do processo”, disse em entrevista conduzida por Manuel da Silva.

sexta-feira, agosto 05, 2011

ESTIVE LÁ: FINALMENTE O "CANUDO"

UPRA outorga diplomas a mais de mil estudantes
("Vocês foram julgados pelos professores que vos aribuiram o grau de licenciados, mas a nota deles será ditada pela vossa prestação e junto da sociedade que vos vai avaliar. Se tiverem boa avaliação essa será a dos professores. Se tiverem má prestação e má avaliação, esta também será a dos vossos mestres. Ide e estudai sempre" João Teta).

Mil e 509 estudantes finalistas da Universidade Privada de Angola (UPRA) receberam a 29 de Julho, em Luanda, os seus diplomas de fim de curso, depois de seis anos de formação.

A cerimónia foi orientada pelo secretário de Estado da Ciência e Tecnologia, João Teta.
Os finalistas foram formados nas áreas de Arquitectura e Urbanismo, Engenharia Civil, Engenharia Informática, Ciências Farmacêuticas, Enfermagem, Fisioterapia, Psicologia, Comunicação Social, Contabilidade e Gestão e Relações Internacionais.

Durante a cerimónia, o secretário de Estado da Ciência e Tecnologia disse ser importante que os jovens estudem, por forma a contribuírem para o engrandecimento do país.

Para si, a formação nunca acaba, daí ser necessário que as pessoas aumentem os conhecimentos, para não serem ultrapassadas.

João Teta referiu igualmente que é importante investir-se na formação, pois garante o futuro de um ser humano.

"Todos os estudantes que neste momento estão a receber diplomas devem pôr em mente que ainda não são doutores. São apenas licenciados. Por isso, devem continuar a estudar para atingirem outros níveis académicos", referiu.

(Teta referiu-se ainda ao baixo número de formados em engenharias, apelando a um maior investimento nestas áreas do saber científico. "Um país como o nosso que está em construção precisa de muitos engenheiros", disse).

A Universidade Privada de Angola existe desde 2005 e realizou pela primeira vez a cerimónia de outorga de diplomas.

A cerimónia foi assistida pelo vice-ministro da Comunicação Social, Manuel Miguel de Carvalho “Wadijimbi”, representantes governamentais e docentes de universidades públicas e privadas.
 
NB: Texto da Angop com acréscimos meus.

sexta-feira, julho 15, 2011

LEI DA "ROLHA": Cód. Penal colide com exercício do Jornalismo

Alvo de uma contestação da classe jornalística nacional encabeçcada pelo Sindicato dos jornalistas angolanos a o projecto da chamada "Lei das TIC" que criminalizava vários aspectos da actividade jornalística rezava no seu artigo 17 o seguinte:

 "Quem, sem consentimento, oferecer, transmitir, disponibilizar ou difundir gravações, filmes e fotografias de outra pessoa, mesmo quando licitamente produzidos, através de um sistema de informação, é punido com pena de prisão de dois a oito anos ou com pena de multa correspondente".

Na aproximação de pontos de vista que se registou na sequência da reacção do SJA, o Ministério das Telecomunicações e Tecnologias de Informação, entidade proponente da Lei das TIC, aceitou introduzir no artigo 17 mais um ponto onde se adianta que "o disposto anteriormente não constitui qualquer impedimento nem agravo ao exercício legal da actividade de imprensa, especialmente, por parte de empresas jornalísticas que têm por objecto a recolha, tratamento e difusão de notícias, comentários ou imagens através da internet ou outros meios electrónicos, nos termos definidos por lei", uma aproximação que satisfez o SJA.

Agora que está em debate público o ante-projecto do código penal, a actividade jornalística vê-se novamente empurrada para um beco sem saída, ou seja, enconstada à parede.
no seu artigo 219, o documento supracitado ignora a especificidade da actividade jornalística que WD no seu Morrodamaianga considera de "forma bastante ambígua e mesmo ambivalente, como se tratasse de uma armadilha para apanhar incautos".

"CAPÍTULO VIII
OUTROS CRIMES CONTRA BENS JURÍDICOS PESSOAIS
Artigo.º 219.º
(Gravações, fotografias e filmes ilícitos)
1. Quem, sem consentimento:
a) gravar as palavras de outra pessoa não proferidas em público, mesmo que lhe sejam dirigidas;
b) utilizar ou permitir que se utilize a gravação, mesmo quando seja licitamente produzida é punido com pena de prisão até 1 ano ou com a de multa até 120 dias.

2. A mesma pena é aplicável àquele que, contra a vontade de outra pessoa:
a) a fotografar ou filmar, mesmo em reuniões ou eventos em que tenha legitimamente participado;
b) utilizar ou permitir que se utilizem as fotografias ou os filmes a que se refere a alínea anterior, mesmo quando licitamente obtidos.

3. É correspondentemente aplicável o artigo 217.º.
4. O procedimento criminal depende de queixa."
 
» Ao ser aprovado como está redigido este documento legal, será possivel fazer-se um jornalismo plural e diferente do discurso oficial?
 
Extractos "roubados" do morrodamaianga.blogspot.com

segunda-feira, julho 11, 2011

RELEMBRAR GABY ANTUNES: A "MÃE" DOS ATRASADOS MENTAIS

Por mais que os detractores (aqueles que nunca se deram bem com os estudos nem com as exigências) se esmerem em denegrir a sua obra, apontando questões descabidas como as raciais que muitas vezes se ouvem a trás da porta, a mulher da foto, Maria Gabriela da Silva Antunes, de seu nome, fez obra e fez homens.

Homens como Wadijimbi (Vice-Ministro da Comunicação social e antigo homem forte do DIP-MPLA que numa homenagem feita pelos ex-alunos da finada professora declarou-se, ele também, um dos pupilos de Gaby), homens como eu e vários outros que são o que são graças à célebre estiga "Atrasados Mentais", algo que todos de bom senso procuraram deixar de ser. E era verdade que para o nível de evolução que o mundo já conhecia, quando colocados na balança os nossos parcos conhecimentos, prejudicados pela ausência de livros e bibliotecas, somado à inexistência de uma cultura que incentivasse a leitura, falta de informação plural e diversificada, não éramos outra coisa do que não fosse AM.

Estamos hoje nos ministérios, nos institutos públicos, na banca, nas empresas de comunicação social, na assessoria, na diplomacia e em outros campos de actuação, feitos homens e mulheres úteis, graças aos inputs recebidos de uma senhora que soube ser professora e simultâneamente mãe para muitos órfãos de mães vivas que éramos.

Aprender a escrever e a falar correctamente (Língua Portuguesa), conhecer as artes  e a cultura (ALA), e comunicar razoávelmente na língua inglesa foram imputs mais do que útes. E havia aulas em que confluiam as três cadeiras por ela ministradadas.

Ser bom ou razoável nas très disciplinas era o melhor que podia acontecer ao aluno da Gaby para que não fosse o pior dos AM( atrasados mentais). E esse epíteto era indistinto. Quer o AM fosse seu filho (que o diga o Jorge Antunes), miúdos de pão e leite do Alvalade, filhos de ministros e ou de embaixadores (oh Minguiedy estás aí)), miúdos do bombó com ginguba dos musseues de Luanda ou deslocados saidos  recentemente do interior... O tratamento era idêntico, diferenciando-se apenas aqueles que eram menos Atrassados Mentais do que os outros.

E lembro-me do dia em que estando no primeiro mês da nona classe (curso médio de jornalismo no IMEL, 1993), a coordenadora do curso (GA) pediu que me apresentasse ao seu gabinete.

- Então, Sr. Luciano, o senhor já tem a foto para o cartão de estudante?

Era o meu primeiro contacto frente-a-frente, fora da sala de aulas, onde os “estilhaços” eram para todos. Fiquei apavorado, tentando endireitar a resposta que até era fácil. Acabei trocando o “trago-a amanhã” por “ levo-a amanhã”.

- Oh, seu atrasado mental, quem vem traz, quem leva vai. O senhor tinha que dizer que a vai trazer amanhã. Se já a tens dá-ma então.

Aprendi para o susto e aprendi a lição. Passei a “professor" dos meus amigos do musseeque Rangel que na minha presença nunca mais ousaram em trocar o trazer por levar e vice-versa.

São episódios como estes, e muitos outros, que os ex-estudantes da Gaby, no IMEL, vão trocando e trazendo à memória no Facebook. Já que fomos muitos, contando com três novas turmas em cada ano.

Houve ao longo do percurso aqueles que, por demasia do seu Atraso Mental, ficaram mais do que os três anos do então curso médio de jornalismo (não foi o meu caso, pois dei uma de vini, vidi, vinci), estes tiveram de aturar a "mãe" por mais algum tempo. Outros desistiram do curso, procurando a conhecida facilidade do PUNIV e houve ainda os que só concluíram o curso depois da professora ter dado a sua última aula. Também não faltaram os que fugindo da Gaby compraram certificados doutros institutos e hoje são “doutores”. Cada teve a sua sorte e o seu apreço ou desapreço pela Gaby que, quanto a mim, foi, de facto, uma mãe na ausência da Dona Maria Canhanga

Gabriela Antunes nasceu a 8 de Julho de 1937 em Nova Lisboa (Huambo).

sexta-feira, julho 08, 2011

A BANANEIRA QUE VEIO DO LIBOLO

Há sensivelmente dois anos fui ao Bom Jesus falar com os meus primos que me deram algumas estacas de bananeiras (do tipo pão e de mesa). Levei-os ao Libolo e já dão frutos.

Um dia destes encontrei uma bananeira tombada devido ao peso do cacho. Com a catana cortei dois botões da base do caule e levei-os a Luanda. Em vasos diferentes os dois botões brotaram. Fizeram-se pequenas bananeiras.

Uma dei ao meu sogro que a levou ao Bié e outra ficou comigo. Já fora do vaso ela vai crescendo prometendo brindar-me com um cacho nos próximos meses (ou ano que vem).

Alinhada com a bananeira (pão) estão os eucaliptos, ta,mbém levados da Lunda Sul  a acácia.

segunda-feira, julho 04, 2011

UM OLHAR À OPOSIÇÃO AO EXECUTIVO DO MPLA

O MPLA, partido que governa Angola desde 11 de Novembro de 1975, conta, para além dos conhecidos partidos da opisição, com uma outra oposição muito mais forte, que consegue desacreditar com maior facilidade nas políticas e promessas dos governantes. Tratam-se das empesas públicas que, por sinal, são geridas por pessoas de confiança e indicadas a dedo.

Quero, nesse apeontamento que não é o primeiro do género, ater-me à prestação da EPAL (empresa pública de distribição de água a Luanda e suas congéneres doutras províncias) e da EDEL (distribuidpora de electricidade de Luanda e também congéneres noutras províncias).

As notícias que nos chegaram à casa, na semana finda, versavam sobre o "garimpo" de água em Luanda que na verdade é sabotagem/desvio de condutas e não garimpo (que quer dizer extracção ilegal de um bem/mineral). Chamado a comentar João Paulo Ganga, sociólogo, disse à ZTV que "a questão devia ser analisada a partir da base". O que é que leva os cidadãos a violarem as condutas da EPAL? Simples prazer? Existência de mercado provocado pela carência e carestia do precioso líquido ou simples propensão pela desordem?

O certo é que esta "empresa opositora" perdeu a luta da distribuição da água a todas os pontos de Luanda e por mais que se esforce a publicitar  a "água para todos" o povo sabe que, sobretudo em Luanda, não passa de promessas irrealizáveis. E o descontentamento só aumenta. Os desvios de condutas, por mais que a polícia ajude a desencorajar, só aumentam porque há cada vez mais carência e carestia, há cada vez mais bocas sedentas e quem devia resolver não o está a fazer.

Hoje, quem tem água canalizada faz o máximo para que outros não cheguem a ela. Constroem-se tanques de armazenamento de grande capacidade que abastecem à calada da noite ou madrugada cisternas que a revendem em áreas onde a EPAL nunca pensou em chegar. Com acções como essas aqueles que têm água canalizada mantêm as torneiras sempre abertas, impossibilitando que ela chegue ao morador imediato.
- Que fazer?
- Denunciar?
- Onde?
- Que segurança e garantia se dá ao denunciante?
- Que garantias se dá àqueles que tendo contratos com a EPAl e EDEL nunca têm o produto?

Conhecendo-se o que passa o cidadão para ter água e energia eléctrica em Luanda e noutras cidades e vilas do país, uma pergunta urge necessária: Por que o governo não se encarrega apenas da produção, deixando a distribuição aos privados, mediante um regime de preços vigiados?

quarta-feira, junho 29, 2011

XÉ MOCIANO, JÁ SÃO 14 ANOS?

A 28 de Junho de 1997 tua mãe e eu estavamos, à tarde, de mãos dadas ajudando-a a caminhar. Vivíamos cada um em casa de seus pais.

À noite, um emissário bateu à minha porta: " A Mónica está com dores", disse. Fui ao encontro do meu tio que estava com uns amigos e um deles se prestou em levar a Mónica à maternidadfe Lucrécia Paim (Luanda).

No dia seguinte, quando eu e tua avó materna chegamos ao hospital materno-infantil, a primeira coisa que fiz foi ver as listas dos partos bem realizados e outros infelizes.

Quase dei um pulo. Tua avó estava tão preocupada devido a idade da tua mãe.
- Tia Catarina, ela já deu à luz, um rapaz. Disse-lhe.

A Senhora quase que chorava, mas de alegria, é claro. Eram agradecimentos a Deus e a todos. Com meus amigos da dolescência parti para uma bebedeira. Um manongo-nongo, como dizem os tucokwe.

Hoje, 29 de Junho de 2011, são já passados 14 anos e tu de bebé primogénito chorão passaste a um rapazola. Como o tempo passa rápido!

Parabéns!

quinta-feira, junho 23, 2011

EVAPOROU-SE O "GASOLINA"

No dia 10, quando o Henda ligou para mim a comunicar a morte da tia Santa advertiu-me: Kota, o tio Gasó também está muito mal. Estamos à espera apenas do dia, porque na enfermaria dele só entra já o chefe dele e a esposa".  E disse mais, "a mana Santa é nossa mãe, mas esse aí que está por bazar é mesmo nosso... é nosso sangue". Do outro lado do telefone, fiquei com a sensação de que o jovem terá soltado algo que lhe estava preso há muito tempo na garganta e que, depois do esforço, terá caído em lágrimas. Eu também senti um amargo de boca e uma vontade de chorar. Fiz coragem e fui passando a mensagem da morte da tia Santa e da doença "irreversível" do tio Gasolina, a contar da dureza/franqueza das palavras do Henda.

Dia 23 de Junho, 8 horas, voltou a tocar o meu telefone. Desta vez não foi o Henda. A voz era do Santos, irmão dele mais velho, e a notícia era a que eu menos esperava.
-_ Kota, sabes que temos desde ontem óbito, né?
_ Como assim? Quem morreu? _ Perguntei admirado.
-_ O Ti Gasó. Parou ontem.

Não resisti ao peso da notícia. Perdi força e o telefone escapou-me das mãos, esvaindo-se, aberto, no pavimento. Custou-me recuperar a "coragem de homem" e planificar as acções a tomar: Avisar os que não sabiam da má nova, cuidar da dispensa no serviço, e ... trabalhar, enquanto se espera pelo dia da viagem.

Quem foi o tio Gasolina? Augusto João dos Santos "Kapaio". Filho de um primo do meu avô materno, João dos Santos ou João Kitumbulu. 
Quando nos começamos a relacionar ele era adolescente ou jovem e eu entre os 4 ou 5 anos. Eu vivia, com o Augusto Infeliz (cognome e sobrinho dele, também conhecido por Augusto pequeno), em casa do avô João. O tio "Kapaio", como era tratado carinhosamente na infância, vivia e estudava no Dondo com os irmãos mais velhos. Era normalmente no período de férias escolares que nos visitava e era sempre grande a nossa emoção em ter o tio em casa ou receber notícias dele que o avô João e a avó Emília faziam questão de partilhar com os netinhos todos.

Uma vez, eu ainda com 5 ou 7 anos, fomos à caça de canta-pedras. Arnaldo, Augusto e Zito eram os mais velhos de que me lembro e eu o mais novo. De regresso à casa, cheio de fome, deixei-me dormir numa sombra, junto ao antigo campo de aviação da Fazenda Israel, ao Libolo. O Luciano era praticamente o "carregador" das pacas que o Kapaio matava na adolescência.

Já eu em Luanda, nos anos 84-87 e de 1999 em diante, fomos falando e nos encontrando de forma esparsa. Primeiro ele era militar, depois foi estudar na União Soviética. Quando voltou demorou pouco tempo e começou a trabalhar em embaixadas. Mesmo assim, fomos nos encontrando ou em sua casa ou em encontros familiares, ou num hotel para "conversas só nossas".

Foi-se o tio  com os seus quarenta e tal cacimbos. Evaporou-se o Gasolina!

segunda-feira, junho 20, 2011

ACORDO ORTOGRÁFICO: QUE GANHA ANGOLA COM ADIAMENTO DA SUA ADOPÇÃO?

Fruto de empréstimos, influência de língua locais dos territórios “além-mar” e línguas vizinhas, o português falado em Angola, Brasil, Cabo-Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor Loro Sae diferiu ao longo dos anos em pequena ou mesmo média escala. Basta ver a grafia e a fonética brasileira quando comparada à de Portugal e Angola.

Para tentar uniformizar, sobretudo a grafia da língua portuguesa em todos os “cantos” do mundo, Brasil e Portugal, actores dos acordos anteriores, tomaram a dianteira de rubricar e aplicar a nova forma de escrever. Para já ficam de fora todos os C e P mudos, mas há outras regras como os dias da semana e os nomes dos meses que passam a escrever-se com letras iniciais minúsculas. Ao Brasil e Portugal juntaram-se outros lusófonos, sendo Angola o Estado que “orgulhosamente só” ainda não adoptou a nova grafia (prevista apenas para 2014).

Esse atraso da tomada de posição jurídica também atrasa a nossa relação com a língua que, como se sabe, é dinâmica e irrecusável. Até onde irá o nosso “finca-pé”?

- O país, com essa postura só perde terreno para os outros povos que estarão em 2014 com o novo instrumento consolidado, enquanto nós estaremos ainda a titubear. É, mais uma vez seremos os últimos duma caminhada que já deveria ter começado em simultâneo.

Definição e intervenientes
O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990 é um tratado internacional firmado em 1990 com o objetivo de criar uma ortografia unificada para o português, a ser usada por todos os países de língua oficial portuguesa. Foi assinado por representantes oficiais de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990. Depois de recuperar a sua independência, Timor-Leste aderiu ao Acordo em 2004. O processo negocial que resultou no Acordo contou com a presença de uma delegação de observadores da Galiza.[1]

Para a elaboração do Acordo Ortográfico, entre os dias 6 e 12 de outubro de 1990, reuniram-se na Academia das Ciências de Lisboa as seguintes delegações:[12]
• Angola: Filipe Silvino de Pina Zau
• Brasil: Antônio Houaiss e Nélida Piñon
• Cabo Verde: Gabriel Moacyr Rodrigues e Manuel Veiga
• Galiza (observadores): António Gil Hernández e José Luís Fontenla
• Guiné-Bissau: António Soares Lopes Júnior e João Wilson Barbosa
• Moçambique: João Pontífice e Maria Eugénia Cruz
• Portugal: Américo da Costa Ramalho, Aníbal Pinto de Castro, Fernando Cristóvão, Fernando Roldão Dias Agudo, João Malaca Casteleiro, José Tiago de Oliveira, Luís Filipe Lindley Cintra, Manuel Jacinto Nunes, Maria Helena da Rocha Pereira e Vasconcelos Marques
• São Tomé e Príncipe: Albertino dos Santos Bragança e João Hermínio Pontífice

Para além destes, no Anteprojeto de Bases da Ortografia Unificada da Língua Portuguesa,[13] de 1988, e no Encontro de Unificação Ortográfica da Língua Portuguesa, realizado na Academia Brasileira de Letras, no Rio de Janeiro, entre 6 e 12 de maio de 1986,[14] intervieram ainda: Maria Luísa Dolbeth e Costa (Angola); Abgar Renault, Adriano da Gama.

- O QUE É QUE ANGOLA GANHA?

sexta-feira, junho 17, 2011

OS MEUS VÁRIOS PSEUDÓNIMOS

Phande-a-Umba, assim gostava de tratar-me a minha mãe, sobretudo, sempre que fosse para manifestar sentimentos de carinho. Era eu, e julgo ainda sê-lo, o seu orgulho de mãe, depois de tempo sem bebé ao colo.

Quando comecei a me sentir homem, optei por outros nomes diferehtes daqueles que os meus pais me atribuíram. Primeiro, fui ao mapa geográfico para escolher um nome: Zurik, assim me trataram por uns dois ou três anos alguns amigos e colegas da pré-adolescência no Libolo.

Posto definitivamente em Luanda, no início da década de noventa do sec. XX, os meus resultados académicos resultaram em uma outra alcunha. Uns tentaram tratar-me por “Barra”, mas preferi "Star" (estrela). Deve ainda haver por aí quem se lembre do aluno que no Ngola Mbandi, ano lectivo 1991/92, deu conta de um exercício de matemática que no então manual da 8ª classe estava mal resolvido. Até no Ensino médio feito no IMEL o Luciano António Canhanga era o "Star ou LCanhanga".

No bairro e aqueles que não eram meus colegas de escola tratavam-me por "Nza Kutimbe". A adolescência estava no auge e ninguém mais respondia pelo seu nome original.

Já como jornalista a alguns anos decidi dar corpo a um Pseudónimo ligado ao meu passado e ao meu avô de quem ganhei o sobrenome Canhanga. Ele era chefe de um potentado (Kuteca) e os seus tratavam-no por rei. Decidi assinar alguns textos com o pseudónimo Soberano Canhanga e fi-lo também no livro de ficção que escrevi.

segunda-feira, junho 13, 2011

ANGOLANOS "ESCRAVIZADOS" POR CHINESES

São fáceis de localizar. Jovens e adolescentes angolanos levados do interior do país, sem contrato de trabalho e pagos “a preço de banana”.

Estão nas empreitadas de construção, nos estaleiros, nas fábricas de blocos de cimento, em tudo onde há chineses. E os novos esclavagistas não poupam à língua quando se referem às suas “peças”. “ Angolano de Luanda não gosta trabalhar. Toda a hora dinheiro, dinheiro, doente, bêbado, candongueiro… A obra pára muito”, palavras de Tony (deduz-se que seja To Him mas assim se identifica para facilitar a comunicação) que se assume como mestre numa fábrica de blocos à estrada de Kamama, próximo do Projecto Morar, em Viana.

Os rapazes dizem que são forçados a trabalhar durante todo o dia sem descanso, nem mesmo quando adoentados. “O mano aqui o trabalho é hora a hora. Pessoa pode ficar doente os chineses não aceitam” contou Sandombe oriundo do “Kuando Kuvango”.

Na sua maioria os jovens desconhecem a cidade de Luanda e nem têm familiares que os possam albergar em caso de desistência. Desconhecem também o caminho para a terra de origem e sentem-se forçados a viver nos acampamentos chineses, sujeitando-se à infra-vida.

O mano já sabe: Chinês vive junto e dorme na mesma cama, um de dia outro à noite. Nós já num se fala mais você pode ter ferida nos dedos o Ginguba manda descarregar blocos (referia-se a um outro chinês).

Quando questionado sobre a comida Sandombe não gaguejou: “Comida que nos dão é só mesmo arroz com óleo e lataria (conservas), para comer outra coisa a pessoa tem que tirar no dinheiro”.

E a frase do jovem de aproximadamente 16 anos levantou outra curiosidade: E Quanto é que vos pagam por mês?

- Vinte mil. - Respondeu.

- Chega para comer, vestir e mandar para a família no Kuando Kubango?

- Oh mano, é só mesmo se “arrascar” (desenrascar). Quero só completar dinheiro duma mota e da passagem para voltar na embala (aldeia).

Fica aqui o reconhecimento do autor destas linhas de que faltou ouvir o Ministério do Trabalho (MAPESS) a quem se apela para uma fiscalização do que se passa nas obras e estaleiros chineses. Há crianças e adultos a ser explorados e submetidos à infra-vida. Há muitos abaixo de cão.

sexta-feira, junho 10, 2011

ADEUS, TIA SANTA!

Entre as ideias preconceituosas que fui ouvindo na minha infância fez eco e demorou ser dcesmontada da minha concepção do mundo a que rezava que "não havia sequer um catetista (catetense) de bom coração".

Dizia-se, entre malanjinos, libolenses e outros povos que afluiram em Luanda na década de 80 do sec. XX, que os naturais de Catete (Bengo, Angola) tinham aversão por qualquer outro povo que consideravam "menores" e, por isso, se desaconselhava qualquer enlace matrimonial com pessoas daquela região. Lembro-me ainda da célebre expressão "Akwa Lubolu adya jinhoka" (os libolenses comem cobras) que uma vizinha de Icolo-e-Bengo pronunciava em jeito de troça e minha mãe a ripostar: "Makuto, kadyé jinhoka. Adya ngó jimoma" (é mentira não comem cobras. Comem apenas jibóias).

Ainda na minha meninice, uma mulher oriunda de Catete pôde provar, com acções, que tudo aquilo que os mais velhos diziam não passava de mera insinuação preconceituosa e mito. Foi a Tia Santa, esposa do meu tio António Infeliz dos Santos. A senhora era tão boa que punha em sentido muitas madres da Igreja. Caia-lhe perfeitamente bem o nome de SANTA.

Deus chamou-a esta madrugada. Morreu a minha tia Santa de Catete sem que podesse desfrutar do muito que por mim fez. Ingrata vida!

Aqui fica a merecida homenagem à Santa de Catete.

Se a morte é um repouso, descance em paz merecida, minha tia!

quinta-feira, junho 09, 2011

DUAS NOITES EM CASA DE SONHOS

 
A casa dos sonhos ainda é um sonho em realização. Levará mais um ano no mínimo. Porém, a parte de baixo já está habitável. E para lá se mudou a família no pretérito domingo (05.06).

O meu primeiro sono na casa dos sonhos foi na segunda-feira (06.06). Foi uma pena ter ficado apenas 24 horas em Luanda, mas foi diferente ter passado a noite sem ter de pensar em "quando vai terminar a renda".

Agora falta o carro, porque a casa é quase um facto!

segunda-feira, junho 06, 2011

UMA CASA COM VISTA PARA O LAGO

Da parte de cima da minha casa vê-se um "lago" sazonal que acumula milhares de hectolitros durante o tempo chuvoso. A vala que carrega as águas pluviais de quase toda a cidade de Viana passa a 3 metros do muro do  meu quintal, tendo me provocado, ainda no ínicio das obras, um dissabor: a terra tinha sido arrastada e os pilares suspensos. Felizmente pude, com jeito e dinheiro, minimizar a situação que levou ao desalojamento de muitos ex-vizinhos.

Mas o motivo desta prosa é a solução para estancar ou erradicar o "lago" que não fica distante da estrada principal Viana/Luanda (Deolinda Rodrigues), entre as ditas "bombas dos mutilados" e a Comarca de Viana. Dizia eu que do piso superior da minha casa vejo um lago por onde se acumulam todas as águas e algum lixo também. Sorte ou azar, a vala, junto a minha casa, que possuia uns três metros de profundidade está agora razante devido a acumulação de sedimentos arrastados ao longo do  curso de água, o que pode, com o decorrer dos anos, meter as casas mais próximas e, quiçá, também a minha dentro do "lago". 

Uma tarde dessas, de sol intenso, apareceram seis homens da administração municipal de Viana e da EDURB (empresa provincial de Luanda que responde pelas infra-estruturas básicas) para ensaiar soluções. Os homens percorreram o "lago" lado a lado, tomaram anotações, fizeram fotografias e foram embora, sem nunca voltarem ou ao mínimo dizer aos expectantes moradores o que seria daquele espaço. E, vão brotando boatos: uns dizem que o "lago" será enterrado e no espaço nascerá um condomínio milionário. Outros "sabulam" que vão fazer canais de drenagem que levarão quelas águas à vala do Kalemba II. Outros ainda cépticos como sempre, vão apregoando a célebre frase de São Tomás de Aquino " Ver para crer". É nesse grupo me coloco.

Qualquer uma das soluções implicará tecnologia, ciência e dinheiro. Algumas casas serão sacrificadas, para além das que já deixaram de existir, e os seus donos terão o Zango como poiso.

Enquanto não vier a solução definitiva para as águas pluviais de Viana que desaguam no "lago" do meu bairro, vou contemplando, do cimo do meu cubículo, o "lago" a a almofada de areia que anima os kandengues em apetitosas "fimbas" quando não improvisam uma carcaça de arca frigorífica para brincar de canoa. E os sapos e as rãs vão também multiplicando as suas populações que inundam com daquele desagradável quachar todas as noites escuras.

quarta-feira, junho 01, 2011

ALGUÉM (OU)VIU POR AÍ A SENHORA NGWITYUKA JOSEFA MATIAS?

A notícia sobre a existência de uma suposta filha do Presidente (Angola) fez furor nos media privados e no espaço público de Luanda e doutras cidades. Ao Semanário Folha 8 coube o privilégio de a avançar em primeira mão, envolvendo a associação de assitência jurídica "Mãos Livres".

Na altura, Ngwityuka Josefa Matias, de 46 anos de idade, apresentava-se  como primeira filha do presidente angolano resultante de uma suposta relação  com Elisabeth Kaenje, ao tempo que o antigo diplomata do MPLA andou  no Congo Belga (Leopoldoville). A senhora afirmava, com todas as letras, ser "filha do pai Edú", tendo dito ainda que os contactos entre os progenitores (a mãe já falecida) cessaram com a ida do "pai" à URSS para estudos superiores.

Ngwityuka não ficou por aqui e, entre outros ditos na entrevista publicada pelo Folha 8, afirmou igualmente que ela e seu filho mantinham contactos com o irmão mais velho do pai e muitos dos primos, faltando-lhe apenas "apertar o ombro do pai", sonho que esperava e reclamava realizar.

As afirmações da senhora tiveram inclusive a reacção do Chefe de Estado que na ocasião negou, em entrevista a TPA, a paternidade da senhora, apelando à reclamante a provar que era de facto sua filha mediante um teste de DNA. " Pelo Congo terão passado muitos Edú´s e a senhora tem de ter paciênia e continuar a procurar pelo seu pai biológico", disse a certo momento da entrevista o Presidente Eduardo dos Santos.

Adocicados os ouvidos, passa o tempo e nem água vai, nem água vem da parte da reclamante e do "ofendido". Um teste de DNA, fácil de fazer nos tempos que correm (me parece que até Angola já os realiza), seria o exame final para ver de que lado pende a razão.

De um caso,embora familiar, de que se esperava mais debate e acompanhamento por parte da media que o trouxe a público, caiu-se num autêntico sistema polar (tudo gélido).


Afinal de contas quem faltou com a verdade? 

É que nem a família do cidadão Eduardo dos Santos veio a público informar os passos jurídicos efectuados para levar a burladora a fazer contas com a justiça, nem Ngwityuka reapareceu para dizer que já está em família. E o tempo passa!