O recado foi transmitido ao EXECUTIVO Central pela presidente da CNE, em entrevista a TPA, do dia 07 de Agosto. Suzana Inglês, que se apresentou bastante comedida nas afirmações, fez um apelo viemente ao Executivo para que não se vivam os constrangimentos de 2008. E, no seu entender, tudo passa pelo desbloqueio antecipado de verbas para a preparação de questões pré-eleitorais.
Disse que, na sua óptica, o pacote legislativo, em discussão no parlamento, não trará grandes mudanças do ponto de vista estrutural; assegura que a CNE é um órgão independente neste momento, desmentindo as alegações de partidos da oposição e argumenta que a suspeição, em relação a CNE, tem a ver com a fraca formação e informação dos políticos e populares.
“Os políticos também precisam de estar formados a respeitar e a não destratar as instituições. É preciso identificar fraquezas, mas fazer propostas utilitárias que propiciem a resolução de problemas e conferirem fortaleza às instituições do Estado. É preciso ver que as instituições sociais, como a família, tb precisam de ser reconstruídas, pois a guerra destruiu todos os valores.
Quanto à imagem da CNE, Suzana Inglês foi peremptória: “Desde que entrei para a instituição tem sido minha preocupação permanente conferir imagem mais credível à CNE. Não por causa das críticas que se colocam em relação à instituição, mas porque temos a noção do serviço e da confiança que nos foi depositada”, arguiu.
Sobre o desconhecimento da CNE por parte dos angolanos, a líder máxima da CNE diz: “Os angolanos conhecem mal a CNE por culpa de todos nós. Por culpa também da imprensa que, às vezes, não estuda bem as matérias e confunde as instituições, o que leva também a levar os angolanos a confundirem as instituições e por culpa de todos nós que, se calhar, temos de nos dar mais a conhecer”. Suzana Inglês foi mais adiante ao afirmar que “Há pessoas que confundem a CNE pelo MAT… não estamos a nos desculpar invocando os erros dos outros mas devo dizer que a questão da educação cívica é muito séria e precisamos de fazer uma educação cívica eleitoral muito forte”.
O modelo de organização de eleições também passou em revista e, sobre a questão, Suzana Inglês explicou que “Não há melhor nem pior modelo de organização eleitoral. Tudo depende do contexto e do país. Para nós, é este modelo híbrido em que concorre o governo no registo eleitoral e mapeamento que é aprovado pelo CNE. Todo o resto é da competência da CNE. O angolano modelo não subalterniza a CNE. Esse é um modelo como há”, afiançou.
À pergunta sobre se haá factores que possam pôr em causa a organização das próximas eleições a Jurista respondeu: “O apelo que faço ao Executivo é no sentido de colocarem ao nosso dispor os meios necessários como os orçamentos. Há meios que já estão obsoletos, como viaturas, temos que ver a questão da manutenção/restauro dos gabinetes municipais e melhorar o sistema de comunicação a nível nacional, etc., é por isso que apelamos que seja desbloqueado já o orçamento adicional para que possamos realizar actos pré-eleitorais para a garantia do sucesso do processo”, disse em entrevista conduzida por Manuel da Silva.
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