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domingo, junho 17, 2007

NOMES QUE IDENTIFICAM AMIGOS


Acrescentou-me a Manú a uma lista de amigos dela a quem enviou uma mensagem particular. Que não tem nada a ver com o serviço.

E é a partir desta mgs que me vou debruçar hoje, nesta "viagem", falando dos diversos nomes e alcunhas que tive e tenho.
Em qualquer época da minha vida tive ou me deram sempre um nome. Em Casa fui sempre o Luciano e na década de 80 os meus amigos tratavam-me por Zurik.

No Início da década de 90, no Instituto Médio de Economia de Luanda (IMEL), os meus amigos e colegas tratavam-me por Star (de estrela/barra).

À saída do IMEL criamos um grupo de amigos/contemporâneos do Instituto e tratamo-nos até agora todos por Mussunda (alusão ao poema Mussunda Amigo de A. Neto).

Os meus amigos do Bairro Rangel chamam-me por Cabão ou General (fui sempre "líder") das “frentes”.

Nas lides jornalísticas e académicas (no ISCED e na UPRA) os colegas passaram a tratar-me e até agora por Canhanga.

De 2005 a esta parte, devido ao meu Blog
http://www.olhoatento.blogspot.com/, os amigos da blogsfera e outros tratam-me por Soberano, nome que acabei por atribuir ao meu Caçula, o Soberano Elsiano Canhanga.

Soberano Canhanga (estou com camisa amarela)

domingo, junho 03, 2007

O VALOR DA IMAGEM INSTITUCIONAL


A Imagem é o conceito que as pessoas têm e/ou formam sobre as coisas. Tal acontece com a Empresa cujo maior património é a Imagem.

É imporgtante criar e manter a imagem positiva da Empresa junto dos seus públicos prioritários, através da divulgaçãao das suas filosofias, políticas e atitudes.
Tendo um planeamento da Comunicação Institucional, o acompanhamento constante da imagem percebida pelos públicos da Empresa é feito de forma organizada, profissional e com resultados efetivos...

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Soberano Canhanga

sábado, junho 02, 2007

LÁZAROS DA CIDADE E DA SOCIEDADE

Ocorreu-me hoje reflectir convosco sobre a história do rico e do pobre Lázaro; uma história famosa e que foi contada por Lucas no capítulo 16 do seu Evangelho: na terra, o pobre Lázaro sofria de fome à porta do rico avarento que nem as migalhas lhe dava. Depois de mortos, Lázaro foi para o céu e o rico para o inferno. Atormentado, o rico pedia socorro e intercedia pela misericórdia do Pai Abraão para que enviasse Lázaro afim de molhar, em água, a ponta do dedo e refrescar-lhe a língua, já que estava "aquecido" pelas chamas.

A resposta de Abraão é sugestiva: "Filho, lembra-te que recebeste os teus bens em vida, e Lázaro somente males. Agora ele é consolado, enquanto tu és atormentado. Além disso, entre nós e vós foi estabelecido um grande ABISMO, de modo que, se alguém pretendesse passar daqui para junto de vós, não poderia fazê-lo, nem tão pouco vir daí para junto de nós.)".

Nos Dicionários, a palavra "abismo" tem dois significados: «fosso profundo ou escuro de que se desconhece o fim; disparidade, diferença ou distância extrema entre pessoas ou coisas».

Ora, a história de Lázaro e do rico é sempre antiga e sempre nova, pois as relações entre lázaros e ricos, ainda hoje, são reguladas por uma série de "abismos" que distinguem uns de outros .

No seu livro "África Renascida", Dom Francisco da Matta Mourisca estabelece bem a diferença entre os ricos: há os ricos-ricos, desprendidos, os ricos de facto e de afecto; e os ricos-pobres, os ambiciosos, ou seja, os ricos de facto, mas pobres no afecto. O rico de que nos fala São Lucas é desta estirpe.

Hoje, se olharmos para a sociedade e entrarmos na cidade, facilmente nos damos conta da disparidade, ou seja, dos "abismos" que caracterizam as relações entre os lázaros (e as lazarinas) e os filhos de certos ricos.

Atentem às diferenças:

*Enquanto o filho do rico, além de nascer já rico, recebe brinquedos automáticos; Lázaro beneficia dos serviços de uma parteira do bairro porque nem sempre encontra lugar na maternidade e corre, asvezes, o risco de ser roubado para ser vendido (ou trocado). 2007 registou a história da mãe de um dos Lázaros que teve o bebé nas escadas de uma maternidade por falta de 3 mil kwanzas;

*Enquanto o filho do rico é matriculado no melhor colégio do país ou do estrangeiro, e lida com o computador desde pequeno; Lázaro nunca foi à escola porque a sua casa é na rua onde aprende a roubar e a se defender.;

*Enquanto o filho do rico dorme numa cama confortável, protegida por um mosquiteiro tratado; Lázaro dorme no papelão, ao lado do contentor e lá convive com os mosquitos e baratas com os quais partilha (aliás, disputa) a refeição, que são os restos de comida deitados pela empregada do rico;

*Enquanto o filho do rico foi registado e tem um nome, Lázaro não tem nome: seu nome é Lázaro e é filho de uma mãe ignorante, sofrida e de pais que morreram na guerra ou que o abandonaram no contentor, como se de um "desperdício humano" se tratasse.

*Enquanto o filho do rico tem a formação intelectual e humana asseguradas e, por isso, será um dos futuros líderes da nação com grande cultura, bom comportamento e uma grande reputação social; Lázaro é o futuro líder dos delinquentes, um réu que será vítima do peso da lei e da força da justiça.

Lázaro é um vagabundo, um errante que caminha para o cárcere! Aliás, um dos pontos de encontro entre os dois, é exactamente o tribunal: o filho do rico como Juiz de Direito e Lázaro como réu delinquente, esfarrapado, humilhado e abandonado; coisificado, banalizado e maltratado...

Estes são alguns dos "abismos" que, ainda hoje, regulam a convivência entre filhos de "ricos pobres" e os lázaros, vítimas do "empobrecimento da cidade e da sociedade".

POR ANTÓNIO ESTÊVÃO