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sábado, agosto 25, 2007

DITO E FEITO: ANGOLA CAMPEÃ





Dito e feito: Nos textos que antecederam este eu profetizei: “O jogo será a doer mas é certeza de que a taça, a nona, é nossa”!!!

Vinte horas e 53 minutos. Soava o apito final do árbitro grego da partida entre Angola e Camaões. Mostrava o placard 86;72, 14 ponto de diferença num jogo que conheceu um empate nos primeiros 10 minutos a dez pontos, com 33-31 ao intervalo.

A partida foi testemunhada pelo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, que viveu os últimos segundos em pé. Angola conquista o Afrobaket2007, a sua nona taça continental desde 1980, ano em que se estreou na competição.

Olhemos para a trajectória: Final; Angola – Camarões (86;72);

Meia-final: Angola-Cabo Verde (93-60);

Quartos de final: Angola –Rep. Cent. Africana (78-51).

Angola na 1ª fase:

Angola-Rwanda (109-66); Angola-Cabo Verde (100-44)

e Angola-Marrocos (108-58)

CLASSIFICAÇÃO FINAL:

3º Cabo Verde e 4º Egipto (53-51): 5º Nigéria e 6º Tunísia (83-82)

7º República Centro-Africana; 8º Côte d`Ivoire; 9º Senegal;
10º Marrocos; 11º Mali;
12º Rwanda; 13º África do Sul; 14º Moçambique;
15º RD Congo e 16º Libéria.

O Afrobasket 2007 realizou-se, pela 1ª vez na história da organização, em 5 cidades, nomeadamente: Grupo A – Benguela: Angola, Rwanda, Marrocos e Cabo Verde. Grupo B – Huíla: Mali, Senegal, Egipto e Cote d’Divoire. Grupo C – Huambo: Libéria, Nigéria, RD Congo e R.Centro Africana. Grupo D – Cabinda: Camarões, Moçambique, África do Sul e Tunísia. Luanda recebeu os jogos da 2ª fase e da final.

Na foto: PR JES

Luciano Canhanga

JOGOS A DOER...



-Será que Cabo Verde trava Angola? Essa foi a pergunta que me foi colocada no dia 22 de Agosto pela Jornalista Rosa Bengui do Jornal dos Desportos para a edição do dia 23. Na íntegra o texto retirado da página on line do referido jornal.
""AO TELEFONE COM * Luciano Canhanga*

Houve na primeira fase, realizada em Benguela, equipas que definiram bem os seus objectivos, concretamente a passagem à fase seguinte, que agora decorre em Luanda. Foi o caso de Cabo Verde, que tinha vencido apenas o Marrocos e Rwanda. Assim planeado, assim feito.

Com Angola, disse-o o seu treinador, Trovoada, “não interessava gastar 'munições' para não vencer a guerra”. E, Cabo Verde fez o seu jogo, preservando os seus trunfos para aquele que seria o embate decisivo contra o Rwanda.

Já na fase seguinte, em que cada jogo é uma final, as equipas menos dotadas ou menos conceituadas tentam aplicar-se ao fundo para surpreender as grandes. Foi o que assistimos no jogo entre Cabo Verde e Nigéria.

O lema das equipas tidas como menos favoritas tem sido tentar vencer ou então vender a derrota o mais caro possível. Assim também fez a RCA, que tentou surpreender, sem efeito, a Selecção Nacional, pois, veio ao de cima a experiência e maturidade no nosso "cinco" nacional.

Voltando ao jogo da meia-final contra Cabo Verde, julgo que teremos (dia 23/07) uma partida muito disputada. Desta vez a selecção insular não terá trunfos para guardar. Aliás, vai usá-los todos no seu máximo. Então, teremos de pensar em como contornar o "atrevimento" dos cabo-verdianos e também guardar algumas energias para o jogo da final diante do Egipto ou Camarões.

De duas coisas devemos estar certos: A taça é nossa, mas os dois jogos que faltam serão a doer"".

E, dito por mim, feito pela selecção. Hoje, dia 25 de Agosto, termina o campeonato africano de Basquetebol sénior masculino. Angola defronta os Camarões que vieram discretos e sem a fama de candidatos ao título. Tal como Angola os camaroneses não tiveram derrota e o jogo será a doer. Mas retomo o que dissera: O jogo será a doer mas é certeza de que a taça, a nona, é nossa!!!

Luciano Canhanga

Fotografado pelo Mohamed Mociano Canhanga

quarta-feira, agosto 15, 2007

HOJE PÁRA O PAIS


Desde tempos imemoriais que o desporto fez casamento com a política, Sobretudo em tempos de crise.

Os mais experimentados políticos aproveitam grandes eventos desportivos para abafar "incómodos" da política rotineira ou das reclamações dos governados e fazem grandes publicitações dos eventos desportivos, dada a sua vertente unionista e galvanizante.

Hoje que começa o AFROBASQUETE com o jogo Angola/Ruanda, ninguém quererá ouvir outra coisa que não seja sobre a bola ao cesto. Até o Kota Pepino que aos 87 anos se desloca numa bicicleta de Benguela a Luanda fica ofuscado. Assim é o desporto das grandes multidões.

O pais está mobilizado e moralizado para contar os pontos. Os 2 e os 3 pontos à cesta. Nada mais.
Para o esquecimento temporário ficam as malabarices dos candongueiros, os assaltos dos bandidos, os tios das 14zinhas e outros assuntos domésticos.

Assim foi em tempo de guerra. Assim será agora e assim sempre será.

Quem quererá ouvir hoje conversas sobre coisas que não seja o Basquetebol?

-Com certeza que poucos ou ninguém. E assim será até ao erguer da taça, caso tal desiderato seja conseguido.

Caso contrário, os heróis de hoje serão os vilões de amanhã, até retomarmos o nosso dia-a-dia.

E lá, sim. Voltaremos a dar atenção ao gás que queimamos e não temos na cozinha, ao marido que gasta o dinheiro com os amigos na bebedeira, à vizinha desempregada que "comprou" um Prado, aos assaltos dos bandidos, às promessas dos polícias em apanhá-los, aos salários de fome pagos por uns e aos de luxo não trabalhados por outros. Enfim, voltaremos à nossa "guerra social".

Enquanto durar o AFROBASQUETE, até lá, que viva a bola ao cesto!

Soberano Canhanga

quinta-feira, agosto 09, 2007

LÁ SE FOI O "MALOGRADO" HOLDEN

Volto a falar de "idosos malogrados"... Com gente incorrigível o melhor seria é não gastar latim. Já assim fora apelidado o finado Mesquita Lemos, aos 94 anos de idade. Cansaram-se de apregoar que lá se tinha ido o "malogrado"... que teve bons planos que ficaram pelo meio...

Agora é a vez de Holden Roberto. Já apelidado, em vida, de "velho Holden Roberto", o finado foi rebaptizado "jovem", agora na morte, já que só aos jovens que morrem, deixando planos por executar, vida cortada subitamente, se deve tratar de malogrados.

E volto ao dicionário para recordar que Malogro é terminar a vida prematuramente. Nesse caso morte prematura é que é malogro.


So não sei se por ter sonhado ver a FNLA reerguida, como também se apregoou, que ele mesmo dividiu ao não fazer renovação de mandatos em mais de 40 anos, se possa dizer que a morte de Holden tenha sido um malogro. Ou dito de outra forma, os autores do malogro talvez pretendessem que o Velho morresse somente aos 200 anos depois de reunificar a FNLA.

Pelo contributo que teve na luta pela emancipação do pais, ele merece, e como mereceu, honras de Estado. Aliás, devia tê-las ainda em vida. Mas malogro não foi... não.

Pena é que a Rádio e televisão do Estado e também a ANGOP se tenham cansado de apregoar a morte do Velho Holden como um malogro, como se a nossa esperança de vida fosse até aos 150 anos... quando o "Velho" até já tinha vivido duas vidas e tal, se termos em conta que a nossa esperanca de vida anda aí aos 42 anos, que só com muita sorte também se alcançam.

Pronto, ficamos a engolir esses malogros da RNA, TPA, ANGOP e Cia, quando o verdadeiro malogro é a falta de vocábulos para descrever uma dor que a todos directa ou indirectamente atingiu.

Soberano Canhanga