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terça-feira, julho 31, 2012

O PAPEL DOS JORNALISTAS NA CAMPANHA ELEITORAL

Começa hoje, na verdadeira acepção da palavra, a corrida ao voto, embora algumas formações políticas mais espevitadas a tivessem iniciado antes do apito do árbitro (CNE).
As ruas e  os edifícios estarão, com certeza, cheios de cartazes, outdoors e outros suportes para a propaganda política.
A Televisão Pública terá 45 minutos reservados aos tempos de antena para as 9 formações políticas concorrentes ao pleito de 31 de Agosto.
As rádios dispensam, de 31 de Julho a 29 de Agosto 90 minutos para atender os políticos que vão soltar tudo o que é promessa.
Os jornais terão páginas repletas de mensagens dos políticos e análises dos discursos dos candidatos. Um exercício útil que tivemos, até aqui, apenas em 1992 e 2008 mas que se espera acontecer, doravante de 5 a 5 anos intercalados pelas autárquicas.
E, até lá, os nossos ouvidos serão alimentados de promessas. Muitas promessas. Umas para ouvir, registar e reter para cobrar em 2017 e outras tantas promessas para o vento levar.
Mas há um outro ângulo de abordagem que tem a ver com a grande importância de que se revestem os jornalistas nesta tarefa.
Que haja proporcionalidade no tratamento dos candidatos e racionalidade na avaliação do que deve ser levado ao Grande Público e o que deve ficar apenas para aqueles que presenciaram o acto político.
Por mais que os políticos descarrilem nas suas incontinências verbais, se os Jornalístas forem sábios (não no sentido da cirurgia da censura), sabendo valorizar o bom que os políticos disserem nas suas promessas e ignorarem, nas suas transmissões, as mensagens que podem ser atentatórias à harmonia e paz social, teremos, sem dúvidas, uma das melhores campanhas políticas e um sentimento geral de que ELEIÇÕES SÃO FESTA E NÃO CONFUSÃO!

terça-feira, julho 24, 2012

ALGUÉM SENTE O QUE O MEU CARRO RECLAMA?

Ai, o corte mal feito na Deolinda Rodrigues, junto ao Comando Provincial da Polícia de Luanda. É um auténtico quebra jantes.

A progressao da obra de restauro da estrada devia ser descendente (sentido Viana-Luanda), de modo a que não houvesse impacto agressivo dos pneus com a parte mais alta do novo asfalto colado sobre o antigo. Alguém tem de corrigir isso.

E que tal se...

As obras de asfaltagem, embora úteis, fossem melhor pensadas?
É que o engarrafamento na Deolinda Rodrigues está demais! Sugiro que se deviam arranjar vias alternativas àquelas que entraram em obras para viabilizar o tráfego auto. Das 6 horas em diante, têm sido consumidas uma média de 4 horas para o percurso Viana-Maianga. Isso não é demais?

sexta-feira, julho 20, 2012

HÁ "EMPATA MARCHA" NA "AUTOESTRADA" DE LUANDA

Esses são os empata marcha na dita autoestrada de Luanda. São muitos, andam lentos e ocupam as duas faixas. Não andam quase nada e nem deixam passar.

E, o pior é que  a dita autoestrada tem apenas duas faixas em cada sentido e já começa a "engarrafar" mesmo com Kilamba e os novos prédios do Zango ainda desabitados.

O que será no futuro imediato ainda não sei.
Será que dava para pedir a esses senhores dos camiões para que, sendo eles de marcha lenta, ocupem apenas a faixa mais à sua direita?
É só um pedido aos reguladores que também sofrem como qualquer um que circule por lá. 

terça-feira, julho 17, 2012

UM ALERTA QUE SE IMPÕE: Chineses roubam empregos

As Bombas de venda de combustíveis da Efrangol, em Luanda, avenida Deolinda Rodrigues, junto à Moagem, está em desacordo com nossa legislação.

A loja tem no balcão cidadão chineses que não falam nem entendem português. As informaçoes gerais, como PROIBIDO FUMAR estão em inglês em vez de português.

As fiscalizações do INADEC, Comércio, Mapess e SME já lá estiveram? Se não, ainda vão a tempo de pôr ordem. E, casas em desacordo com nossas leis há muitas no país.

sexta-feira, julho 13, 2012

QUEM CONTROLARÁ O DINHEIRO DOS PARTIDOS?

O Presidente da República de Angola fez sair ontem, 12.07.2012, um decreto em que fixa o montante global de kz 788.500.000 para a campanha eleitoral dos partidos e coligações. O dinheiro será canaizado à Comissão Nacional Eleitora, CNE, que o vai repartir pelos concorrentes.
Para um câmbio de Usd 1= Kz 100, kz 788.500.000 equivale a um total de Usd 7 milhões, 885 mil que, repartidos para 9 formações políticas e coligações concorrentes às eleições de Agosto próximo, dará o equivalente a Usd 876 mil e 111 dólares americanos para cada concorrente.

Se para uns esse dinhero será pouco, tendo em conta as ambições políticas em atingir o máximo de eleitorado e as empreitadas que isso envolve, para outros será um balúrdio e com largas possibilidades de ser usado em fins para os quais não foi cabimentado.
As "polícias" e os tribuanis já  estão preparados para eventuais más utilizações ou descaminhos desse dinheiro?

É agora que se devem afinar os mecanismos de fiscalização e controlo para que não venhamos depois a lamentar "atrás da porta". As experiências do passado são claras. E, ainda bem que há poucos concorrentes, pois mais "convivas" teria a festa, mais descaminhos aconteceria ao que é necessário ao crescimento do país e desenvolvimento dos angolanos.

quinta-feira, julho 12, 2012

RADAR: AS ONDAS QUE NÃO DEIXA(VA)M PASSAR

Nos anos 90 do séc. findo um programa emitido pela rádiodifusão pública com o título “Radar, as ondas que não deixam passar” fez um excelente trabalho de casa, colocando em sentido muitos dos nossos músicos (ndengwes e kotas) que andaram a se servir de trabalho e esforço alheio para amealharem fama e até algum dinheiro. Muitos foram apanhados pelo radar com a “boca na botija”, ou seja, executando cópias autênticas de músicas alheias.
Há dois dias, no gabinete de um colega ouvi uma música original que também foi literalmente copiada por um grupo bem conhecido da praça musical angolana e que se prepara para lançar mais um disco.

Esta reflexão vem a propósito do mais recente disco do meu respeitado conterra Yuri da Cunha que se vê envolvido em polémica sobre alegado plágio de músicas de Arur Nunes.
Segundo o que acabo de ler no Angonotícias.com (01.07.2012, 15h), “Domingos João Faustino «Mingo Nunes, irmão do malogrado Artur Nunes, exige que Yuri da Cunha indemnize a família do Espiritual», por o jovem cantor ter gravado músicas do segundo sem autorização da família”. «Estou ferido e revoltado, porque Yuri da Cunha gravou abusivamente as músicas do meu irmão e abusou do património familiar», uma posição que não foi recebida de bom grado pela sua irmã mais velha, Maria Artur Manuel Nunes, que com Yuri da Cunha, convocou a imprensa para esclarecer o que se está a passar. Maria Nunes, também conhecida por “Santinha” explicou que este incidente não reflecte a opinião da família mas de um irmão que não tem legitimidade alguma para o fazer, reiterando que o cantor foi "autorizado" por ela a gravar, editar e publicaras músicas de Artur Nunes, num “Termo de Autorização” datado de 06 de Dezembro de 2010, rubricado por ambos.

Atendendo ao discurso jurídico em que a capacidade de herdeiro é reconhecida em primeira instancia aos filhos (inexistententes no caso9 e depois aos progenitores, vê-mos que nem o irmão reclamante, nem a irmã que concedeu a suposta autorização estão na primeira linhA de sucessão e, po isso, com direitos para reclamar da herança ou autorizar o seu usufruto por terceiros.

E, se Yuri tentou buscar a legalidade, fê-la com quem não está revestido de poder para ceder direitos autorais, já que a mãe de Artur Nunes ainda é sobreviva.
Por tudo quanto se disse e há ainda por se dizer, buscando os mais diverso argumentos de razão, quer á luz do direito consuetudinário quer do direito positivo, tenho a dizer que estaríamos  perante um facto evitável se deixassem que o “Radar” se mantivesse no ar e continuasse com o seu papel pedagógico, pois desde que alguém entendeu que o radar estava a ferir alguns intocáveis que tocavam no esforço dos outros, os “bichos voltaram à selva” e o alheio deixou de ser respeitado.
Espero que o homem do “Makumba” não veja inveja nessa crónica que emana simplesmente dos ecos que o caso teve e ainda promete ter.
É que só quem anda no mundo das artes (Cénicas, literatura, música, moda, arquitectura, etc.) sabe o quão trabalhoso é inspirar-se e transpirar para trazer ao público uma obra. Daí que o respeito pela coisa alheia é uma obrigação e consultar o dono (entenda-se o legitimo depositário dos direitos e não terceiros) não é nada que nos doa na consciência.

segunda-feira, julho 09, 2012

QUEM VENCERÁ A CORRIDA À CIDADE ALTA?

O acaso ditou a ordem para o boletim de voto para a eleição de 31 de Agosto próximo.
Unita, Mpla, Fnla, Prs, ND, Fuma, Cpo, Papod e, por último, Casa-ce (que por incrível que pareça foi o ultimo partido a ser reconhecido plo TC). Assim  ditou o sorteio realizado, neste domingo 08.07.2012, pela CNE.
Os partidos que estão no princípio e no fim da lista ganham vantagens teóricas no que toca ao direccionamento dos seus eleitpres na hora de colocar a cruz no quadradinho, enquanto os do meio vao precisar de mais verbos para explicar aos votantes como encontrar o partido ou a coligação, sobretudo mais trabalho terão aqueles que são menos conhecidos dos eleitores.

Agora que já se sabe quem vai à corrida e qual é o seu posicionamento no boletim de voto, as atenções ficam viradas para quem ficará à frente de todos e quem será, de facto, o nono no fim da contagem dos votos.

Facto importante é que ninguém saiu do Centro de Convenções de Talatona aos resmungos. Todos alegres e a teorizarem o que dizer sobre o significado do número que a sorte ditou.
A festa (da escolha dos nossos governantes) está a aquecer. É que os motores já estão a roncar!

sexta-feira, julho 06, 2012

LIBOLENSES "QUEIXAM-SE" AO SOBERANO

Mais Intitutos Médios, para além do PUNIV (da Missão Católica); Extensão do Ensino Superior (Núcleo) e uma Rádio Comunitária é o que a juventude de Kalulo pede aos governantes.

Estas ideias foram coreais nos contactos que mantive com muitos jovens que foram assistir ao lançamento dos meus dois livros na escadaria da Fortaleza.

"Apesar de o municipio ter crescido nos últimos anos ainda tem poucos quadros porque não tem Ensino Médio do Estado nem Núcleo do Ensino Superior", lamentou Joaquim, um jovem bem-falante e que concluiu o curso de ciências sociais no Instituto Pré-Universitário  da missão Católica de Kalulo, tutelada por Salesianos de Dom Bosco.

"Queremos também uma rádio para falar dos mambos cá da banda. Há telefones em quase todo o lado e o municipio está a ter muitas coisas. Se você sai daqui para Munenga ou para Kisongo só vai ouvir a Rádio de Nadalatando. Do Sumbe não se ouve. Queremos ter uma tipo a do Kazenga ou de Viana", desabafou Pedro Miguel, outro jovem que disse gostar de "falar na rádio".

Pude avaliar as reclamações do Pedro ao transitar na rota Lussusso/Ponte do Kuanza onde apenas se pode sintonizar a Rádio Kwanza-Norte. Uma reclamação que na minha óptica se mostra legítima, tendo em conta a necessidade de aproximar cada vez mais a informação aos cidadãos. Pode-se, por exemplo, partir por uma rádio com uma abordagem rural, que traga o que há de bom no campo e leve ao campo (ouvintes) o que é de inovador nas cidades. Aliás, o desenvolvimento económico e desportivo que o Libolo vive já força a existência de uma FM local.

Outra reclamação ouvida tem a ver com os baixos salários auferidos por aqueles que labutam no campo. "Há aqui (Inácio Gabriel apontava para as fazendas ao longe) pessoas que ganham três mil Kwanzas ao mês, enquanto os brasileiros, que só mandam fazer, ganham 7 mil dólares ou até mais".

Não tendo apontado algum fazendeiro pelo nome, embora a direcção (Kabuta) em que apontou nos levasse a deduzir a quem se referia, não pude tirar a estória a limpo, mas fica um apelo aos fazendeiros do Libolo no sentido de valorizem um pouco mais os de casa que apesar da pouca instrução devem estar a fazer muito mais trabalho do que o equivalente a Kz. 3000.

Soberano Canhanga, autor de "Manongo-Nongo" (TamodaEditora, 2012) e "O Sonho de Kaúia" (Mayamba 2010) esteve em Kalulo para apresentar os seus dois livros aos libolenses, por ocasião da 12ª edição do Festi-Kalulo.

domingo, julho 01, 2012

O KANDIMBA "VIVE" NA KIBALA

Kibala: chamam-lhe cidade embora tenha apenas duas ruas que ladeiam um largo/canteiro.
Se calhar a portaria 40/74 de 15 de Janeiro se referia a uma cidade projectada para crescer nos anos Setenta do Século XX, o que não aconteceu. Pelo contrario, a Kibala viu toda a sua infraestrutura a ser destruída pela guerra e  pelo espírito de "deixa andar" de quem lá esteve (a governar e ou a viver).

A Vila/Cidade da Kibala é hoje um espaço que engatinha e busca resgatar o estatuto que lhe foi atribúido pela Portaria 40/74 de 15 de Janeiro, ombreando, naquele tempo, com as cidades de Sumbe, Cela (Wako Kungu), Amboim (Gabela) e Porto Amboim, deixando mesmo para trás Kalulo que nos dias de hoje tem tudo e merece ser elevada à categora de Cidade. Mas é a história e são as acções dos homens que ditam o percurso...
Na minha passagem por Kibala, a 14 de Junho de 2012, tomei um almoço no Restaurante Kandimba que imortaliza o mítico guerreiro das FAPLA/FAA com o mesmo nome. Kandimba notabilizou-se na defesa de Kibala e outras regiões do Kwanza-Sul, nos anos oitenta e noventa do séc. XX, contra as investidas das forças rebeldes da UNITA. Tombou em combate em sitio que não sei determinar, mas o povo da Kibala e do Kwanza-Sul, em geral, sabe e saberá sempre honrar os seus heróis.

Nota: Embora esteja grafado "Candimba" como nome do restaurante, fí-lo com "K" pois nos meus escritos tenho grafado os nomes bantu de acordo à convenção do CICIBA.