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sábado, dezembro 31, 2011

A ENTREVISTA QUE NÃO ME FIZERAM

Para incentivar a participação de trabalhadores de Catoca e de familiares na habitual corrida de fim de ano, participei da mesma, tendo sido o último inscrito (nro 25), último na colocação de partida e último a chegar à meta.

Sr. Luciano Canhanga, apesar da idade (mais de 35 anos) e de ser PPD (pessoa portadora de deficiência) participou da corrida. Com que objectivos?
- A priori, anunciei a minha inscrição apenas para motivar os demais a participarem. Depois fiz para mim mesmo um desafio que era PARTICIPAR DA CORRIDA e chegar à meta pelos próprios pés, num percurso de12Km.

Atingiu os objectivos?
- Sim. Partir em 25º e chegar pelos próprios pés, ainda que na mesma posição, já foi muito bom. Pior seria usar a ambulância, o que não aconteceu.

Quanto aos prémios, que tem a dizer?
- Houve prémios para todos. Para trabalhadores, para visitantes, para crianças dos 10 aos 14 anos, para senhoras (infelizmente não houve participantes), para a velha-guarda, etc.

Disse que era PPD. Participou nesta categoria ou não estava prevista?
- A priori estava prevista esta categoria. Não se fizeram corridas diferentes nem trajectos diferentes. O primeiro deficiente a cortar a fita, fosse em que lugar, seria o vencedor da categoria. Mas fui o único e acharam que seria integrado na classe da velha guarda onde fui terceiro classificado. Por ter sido a única PPD tb deram-me uma pequena lembrança (já que não tive direito à taça).

Perspectiva para o próximo ano ou próxima corrida?
- Se ainda estiver aqui e tiver saúde vou preparar-me, o que não fiz desta vez, quero sair em 25º e chegar no mínimo em 20º lugar e ser 2º na categoria da velha guarda ou primeiro entre as PPD.

terça-feira, dezembro 20, 2011

A KABAZADA DE SAMA E A "DESGRAÇA" DO NHANY

Há muito que não debicava ideias sobre a vida político-partidária concreta.
1- Não resisti ao óbvio que era a vitória "contundente" de Samakuva na eleição a presidente da UNITA sobre Zé Pedro Katchiungo, por 85% do eleitorado (delegados ao congresso realizada no final se semana).

Katchiungo soube, entretanto, animar a festa e saber perder, o que já foi muito bom, demonstrando também com isso de que embora haja um "mando único" não há uma voz única do "maninho" Samakuva naquela formação política angolana, por sinal a maior da oposição ao regime.

2- Outra nota foi a substituição de Kamalata Nuna por Victorino Nhany na secretaria-geral do partido. Não estive muito atento ao que Numa terá feito de mais-valia em termos de arregimentação de mais prosélitos para o partido. Porém, tudo quanto a media mostrou e disse sobre o trabalho de Nhany à frente da delegação de Benguela é tido como de "boa nota". Daí que a UNITA pode perder um bom delegado em Bengula e ganhar um mau Secretário-Geral. Se Nhany poder levar a mesma dinâmica que teve em Benguela à secretaria-geral, acho que será bom para os "maninhos" que precisam de muitos Nhany´s para recuperar algum terreno há muito perdido.

quinta-feira, dezembro 15, 2011

A POLÍTICA SACRIFICA INOCENTES?

O Jogo do equilíbrio de interesses pressupões (leva às vezes) à satisfação de interesses de grupos maioritários e o sacrifício de individualidades/colectividades menos numerosas para a manutenção da ordem social reinante.

Numa contenda entre um individuo (ainda que coberto de razão) e um grupo, se o sacrifício do indivíduo propiciar a paz colectiva, a opção será o sacrifício e a reabilitação futura do sacrificado.

Assim vai, infelizmente a política.

sábado, dezembro 10, 2011

POR QUE JOVENS FORMADOS E TALENTOSOS SÃO PRECOCEMENTE REFORMADOS?

‎"O país tem, há demasiado tempo, as mesmas pessoas a fazerem as mesmas coisas.
Há que se inverter os acontecimentos: ou mudam as coisas ou mudam os protagonistas".
- Palavras de um líder associativo de Portugal (SIC-Notícias).
Qualquer semelhança do acima exposto com Angola é mera coincidência.

Angola tem uma velha-guarda guerreira, aguerrida e matreira quando se trata de defender os seus interesses clânicos e de classe (detentores do poder politico e económico), sufocando, como pode e sabe, tudo o que se afirme como novo paradigma (emergente).
 
Domesticar, envolver/comprometer/corromper ou mesmo reformar prococemente os mais renitentes em não aderir a
o seu modus operandi têm sido as tácticas mais recorrentes.
 
Daí a existência de jovens, e não são poucos, que já deram suficientes provas de conhecimento e bien fair que simplesmente foram/são colocados nas "prateleiras" da administração, enquanto outros, sem competências válidas, vão desfilando pelas avenidas, destilando discursos fúteis que apenas servem para entreter os menos avisados, chamando quase sempre ao endeusamento da velha-guarda.
 
O debate geracional, a luta paradigmática, só tem mu vencedor: aqueles que dominam. Os poucos jovens que vão entrando no círculo, cada vez mais restrito, vão à custa do Q.I. (quem te indicou) para substituir o pai, o avô, o tio, etc., ou para preencher, de forma clientelística, uma nova vaga criada no sistema. São jovens que já vão vacinados contra a mudança a fim de impedir a difusão de novas ideias, princípios e práticas, e desta forma permitir a tão propalada "mexicanização" da política angolana.
 
Até quando?

quarta-feira, dezembro 07, 2011

NACÃO CORAGEM NA TVZIMBO?

Cansado de ler, decidi fazer um zapping e fui ter, ocasionalmente, à TVZimbo que exibia um programa que me transportou aos tempos do "Nação Coragem" e "Angola em Movimento", programas de propaganda política/institucional do governo angolano, gravados na Orion e difundidos pela televisão pública, TPA.

Recuei e reconfirmei que estava no sítio certo: TVZimbo. Apenas o programa (Nossa Terra) é que era diferente do clone produzido pela TPA e diferente no estilo de redacção e apresentação. A locução e até a redacção eram as mesmas do Não Coragem e Angola em Movimento (escritos por brasileiros e lidos por angolanos).

Ancioso em tirar dúvidas sobre a "descoberta", peguei o telefone e, de imediato, mandei sms para alguns amigos jornalistas em Luanda, a perguntar-lhes sobre o que se estava a passar, só que, para a minha pouca sorte, ninguém soube explicar ao certo.

Tudo quanto pude, e já com o decorrer dos dias, me aperceber é que na próxima campanha eleitoral a Televisão Pública vai dedicar-se "exclusivamente" a dar tratamento igual a todos os partidos concorrentes, ficando a TVZimbo encarregue de fazer o “desempate”, ou seja, escoar toda a carga publicitária excedentária do Manda-Chuva.

Soube também que a Zimbo e a Mais estão já a preparar-se para a eventualidade de o Manda-Chuva não conseguir desferir uma nova “cabazada” aos seus adversários em 2012, assumirem o papel que então estava confiado à media pública (RNA, TPA, JORNAL de ANGOLA e ANGOP) de lavar a imagem institucional e dos titulares, bem como o contra-ataque que sempre se espera duma oposição.

São, de momento, conjecturas que o tempo se encarregará de esclarecer. Enquanto o jogo não começa de facto, o menu aponta-nos para um Nação Coragem na TVZimbo, para aquecer os players.



sábado, dezembro 03, 2011

O COMÍCIO DO MBUKAYO

Extracto de capítulo do livro "O RELÓGIO DO VELHO TRINTA"
(No prelo)

Mwata Cikambi sacudiu o único casaco que tinha e sem aviso prévio decidiu rumar à sede administrativa da circunscrição que tinha recebido um novo chefe. Com jeito vestiu a camisa branca, quase a perder a cor de tantas lavagens e nódoas involuntárias de sumo de cajú. A parte traseira estava mesmo rota. O velho, um antigo guerrilheiro da luta de libertação, meteu-se a caminho para uma conversa aberta com o nóvel dimixi .

- Menina boa tarde. O camarada administrador está?
-Sim paizinho. Mas … o senhor veio da parte de quem?
- Da minha parte mesmo. Vim sozinho. Sou o Mwata Cikambi. Menina num me conhece?

A jovem, esbelta de se pôr inveja, dezanove anos mais ou menos, cintura fina e ombros de cabide, levou tempo a responder e logo o velho notou que ou não o conhecia ou a secretária estava a fingir.

- Essas meninas de agora são sempre assim. O chefe pode estar lá dentro mas dizem sempre que não está ou está reunido. Mas hoje não sairei daqui sem que ele me receba. - Falou para si mesmo.

A secretária, sabendo que o chefe demoraria a atender o soba, optou por levá-lo à sala de espera.

- Mwata, espera só um bocado que vou já avisar o chefe que está reunido com umas pessoas que também vieram de longe e chegaram primeiro.
- Está bem filha, - respondeu, embora recticente.

Na sala, Satula recebia um a um outros senhores, os notáveis de Mbukayo. O administrador tinha apenas dias mas a lista de pedidos de audiências já era enorme. Eram fazendeiros que pediam alfaias e acesso ao credédito agropecuário, sobas que exigiam regalias, antigos guerrilheiros que pediam pensões, viúvas que procuravam por maridos desaparecidos na guerra, enfim… um mar de preocupações com que Satula nunca contaria logo na primeira semana. Mas o destino estava traçado. “Não adianta fugir dos problemas porque eles antecipam-se à nossa marcha”. - Desabafava com os poucos amigos que tinha na vila.

- Pai, toma um café? - Questionou Lawa, a secretária.
- Sim menina.
O tempo passava, a vez de entrar na sala do administrador tardava em chegar e o café esfriava. Nem sequer o tinha adocicado com o mel delicadamente servido numa tigelinha. Duas horas depois, com o administrador já pronto para o cara-a-cara, Lawa voltou à sala de espera e reparou que o café, já sem calor, mantinha-se intocado.
...
- Oh Citonji, essa tua mania do está ultrapassado eu não gosto. Como é que você vê as pessoas a sofrerem e na hora já de falar tudo o que se passa vens aqui com cantigas de que te ultrapassei. Por acaso você viu alguém na estrada a andar de vagar?
- Cala a boca seu terrorrista. A tua sorte e que a guerra já acabou se não eu mesmo é que ia te apagar desta vez. – Rechaçou Citonji, Manuel Nhanga de seu nome, mas assim apelidado devido a contracção de uma deficiência física na guerra da independência.

A rivalidade entre Mwata Citonji e Kajivunda era de há muito tempo e escapava ao conhecimento do administrador que os recebeu em simultâneo para exporem em conjunto as dificuldades por que passam os antigos guerrilheiros da pátria em Mbukaio.

Residiam, enquanto crianças, em paredes-meias e foi o único tempo de amizade e cumplicidades. Um no primeiro andar do pequeno edifício da vila que chamavam kaprédio e outro no rés-do-chão. A rivalidade começou na juventude quando tiveram de aderir aos movimentos. Chitonji era e é um farvoroso apoiante dos Vermelhinhos e como eles alinhou para as matas do Leste onde viria a ser lesionado no ombro esquerdo. Kajivunda sempre se reviu nos Verdinhos do Jacinto e cedo se tornou no encarregado da logística do mais novo movimento que depois passou à oposição armada ao regime dos vermelhinos. Separados no ano de setenta e um, voltaram a reencontrar-se já nos anos noventa e sem a pujança doutrora.
- Vocês do Vermelho são sempre assim. Lambem a bota até furar o cabedal… O administrador é novo e precisa de saber as coisas, pá!
- E vocês que partiram o Mbukayo pelo meio são quê. É? Me fala seu reaça.
- Reaça é você, seu cobarde. Onde te está a dar a comichão é onde você se coça. Porquê que andas roto se o vosso Vermelhinho te dá tudo e tu não precisas de nada mais?...

O Livro está na forja, se gostou, leia mais em www.atura-liter-atura.blogspot.com
Para apoiar a publicação deste  e d´outros aguardo pelo seu contacto: 923558651

terça-feira, novembro 29, 2011

DE VOLTA À CASA (IMUA-MOISÉS)

Volvidos cinco anos, vi-me, novamente, no templo da Igreja Metodista Unida - Moisés, ao Cazenga.

Não que durante este tempo estivesse errante noutras denominações religiosas ou longe da coabitação com as "ovelhas" metodistas. A trabalhar em Saurimo (Luanda Sul), comecei por frequentar cultos multi-denominacionais que me pareceram fora do que me é habitual. Descobri a igrea local que frequento-a com assiduidade.

Em Luanda, já visitei a Nova Estrela e a nova Icolo e Bengo, porém, estar na Moisés foi diferente. Ver aquelas crianças (jovens de hoje) aqueles jovens do meu tempo (adultos de hoje) e o que resta da "biblioteca" (contam-se apenas o Necas o Bartolomeu e uns poucos no activo).

Foi reconfortante reencontrar velhos amigos da EBF, do coro, da Juventude, da OJA e também dos "frascos". Foi bom reviver a infância e juventude metodista na Moisés.

sexta-feira, novembro 25, 2011

"Polícia de trânsito só passa notificações e não guia de ocorrência"(?)

Dia 24.11.2011
Só quem, por acaso, se vê forçado a ir a uma unidade policial (de Angola) sabe quão doloroso é. Para mim, não foi a primeira vez que "bebo do fel" do despreso, da desatenção e da coação silenciosa para "soltar" algo que mate a sede ou a fome do polícia.

Desta vez, estive numa unidade da polícia de trânsito, devido a um motoqueiro que partiu o STOP da viatura que conduzia. Levados à esquadra, e com a carta de condução e bilhete de identidade no bolso do agente que de imediato tomou conta da ocorrência, fiquei entregue a ninguém das 9 às 14h00 momento a que fui "solto" sem uma guia sequer de que estive naquela unidade, para justificar diante do meu patrão. E, sempre que perguntei sobre a instrução do processo e a responsabilização do infractor a resposta foi: "chefe, não posso trabalhar rápido, ganho pouco e o salário nunca andou".

E como se não bastasse, o motoqueiro não tinha nenhum documento ne termo de residência, tendo o agente de forma despreocupada me ordenado: "como ele não tem documento, nem se conhece a casa dele, vai com ele até á casa dos familiares a fim de se entenderem sobre o pagamento do Stop".

Neguei. "O Senhor está a me dizer para ir sem polícia a casa dum individuo que nem vocês conhecem? E se me baterem?
- Hum, aí vocês já éque sabem, mas não vão te fazer nada!- defendeu-se o agente, sem mais argumentos.
Conclusão: Perdi o dia todo na polícia, nem número do processo me deram., largaram o motoqueiro que apenas viou apreendida a mota na esquadra, não sabendo se já a devolveram a troco de uns tostos.

E eu, cá estou: cansado, vilipendiado e aborrecido comigo mesmo e com a polícia que temos. É que se tivesse levado a motorizada à minha empresa, a situação teria andado. No mínimo tinha como explicar que não fui culpado do acidente... Dá p´ra acreditar neste órgão?

Dia 25.11.2011
Decidi desabafar junto a um amigo que é director Provincial da Polícia Ordem Pública que de imediato orietou que o seu oficial de diligência me levasse à congénere políca de transito e resolvesse o caso.
11H30
Lá fui acompanhado do Insector-Chefe (três estrelas ao ombro e braçal no braço). Postos na polícia, aquilo que parecia ser trivial complicou-se.

Expus o caso ao agente que supostamente está a cuidar do assunto e exemplifiquei que "preciso dum auto-de-ocorrência que ateste que sofri acidente e não provoquei. Preciso de justificar ao meu patrão pela falta e ao dono da viatura, que é da rent-a-car, para que saiba que não tive culpa nos danos provocados á viatura e para que não me apliquem um processo disciplinar.

O Homem (agente de primeira devidamente identificado) rispostou que bastaria eu ligar.
Voltei a reexplicar que "a polícia tem de me dar uma papel que diga que alguém bateu no carro e a polícia está a cuidar do caso"...
O homem enervou-se e meteu-se aos gritos: "como é que vou fazer um documento que aqui nunca se fez? Esse homem é cmplicado... A polícia de transito só passa notificação, se quem errou não é ele que documento lhe vamos passar?... Eu já disse ao homem para ir com o infractor à casa deles para que a se entendesse com a família do motoqueiro"... (imagine que eu, desacompanhado de polícia, fosse à casa do infractor que de imediato se faria passar de vilão à vítima... livre-me Deus).

Tal reacção, assim dita e acompanhada de musculados gestos, irritou o inspector-chefe que com muita diligência procurou por um individuo de patente maior, mas, ledo engano. Um inspector da mesma corporação, quando explicado sobre o sucedido e o que o prejudicado pretendia ainda insinuou que lhes estava a chamar de incompetentes e a complicar-lhes a vida.

Pedi ao inspector-chefe, que me acompanhou, para que nos retirásse-mos, assumindo a minha falta perante o patrão e a culpa perante o dono do carro, já que a polícia de trânsito não tem competência para passar uma informação ao meu empregador, nem ao dono do carro.

Agradeci ao oficial de diligência e ao meu amigo Superintendente (DPOP) e estou aqui, mais frustrado do que ontem.

- Dá p´ra acreditar neste órgão?

terça-feira, novembro 22, 2011

DIA DO EDUCADOR SEM A CHAMA DOUTROS TEMPOS

Em 1978, Agostinho Neto, na fábrica de tecidos textang II, fez a abertura da campanha nacional generalizada de alfabetização.

De lá para cá... melhor, de lá para os idos anos noventa do séc. XX, a data ficou nacionalmente conhecida como o dia do educador. 

Nas escolas do ensino primário, sobretudo, era comemorada com pompa. Dava-se o devido valor ao educador escolar. Hoje a coisa mudou. Do professor só se fala em dois momentos: quando das matrúculas e no fim do ano lectivo, época das provas finais.

O professor deixou de ser "combatente da linha de frente". 

sábado, novembro 19, 2011

PRECISA-SE MÃO SOLIDÁRIA PARA PUBLICAÇÃO DE "MANONGO-NONGO"

Para a publicação de CONTOS INFANTO-JUVENIS escritos para eferta às crianças do LESTE DE ANGOLA que nada/pouco têm para ler, além do manual escolar.

LEMBRE-SE: "Um livro é tão útil a uma criança quanto um copo de leite (SIC- Gabriela Antunes).


Quem se rever na causa pode ligar para  929404815 e falar com o autor deste blog.

terça-feira, novembro 15, 2011

BENTO BENTO CUMPRE PROFECIA?

INÍCIO DE MORTE ANUNCIADA OU MARCHA TRIUNFAL RUMO AO PALÁCIO DA CIDADE ALTA?
NOMEADO GOVERNADOR D´"O CEMITÉRIO DE QUADROS", SEGUNDO O PRÓPRIO.

Lembro-me que, a pouco menos de um ano, o novel timoneiro de Luanda fora questionado sobre o que achava da governação da província que acolhe os órgãos centrais de soberania e, Bento Bento, dizia que achava "Luanda um cemitério de quadros" por acolher probemas muito complexos de nível nacional e provincial.
 
O recém-nomeado governador da província que acolhe a cidade capital de Angola dizia mesmo que nunca
anseiaria  o Palácio da Mutamba por se constituir num "matadouro" de quadros políticos e técnicos.
 
Por mais paradoxal que pareça, Bento Bento, o nosso grande "agitador e congregador de massas"  acabou por "morder a isca" tão logo recebeu a piscadela de olho.
 
Estará Bento Bento pronto para "morrer" políticamente ou a sua fidelidade ao chefe é tão canina que se tornava impossível recusar o aceno?
 
Conhecendo a efemeridade dos titulares do Governo Provincial de Luanda, aguardemos pelo que o nosso "Buldozer" fará à frente da província mais problemática do país e por quanto tempo se aguentará no leme.
 
Boa sorte Camarada Bento Bento!

quarta-feira, novembro 09, 2011

COMO MINHA AVÓ CURAVA O SOLUÇO

O Empirismo é entendido nos circulos cientificos como a aprendizagem ppor via da experiência. Esta definição está muito longe do senso comum que atribui ao empirista o improvisador/charlatão.

Dizem ainda os entendidos na matéria que o conhecimento estruturado ou elaborado e comprovado(científico) emana do empirismo. 

Essa introdução vem a propósito de como minha avó curava as nossas crises de soluços.
> Moxi, yali, tatu, kwana, tano, samano, sambewa, nake, iva, Kwí: Kwata Ximba, namena mbokoto.
Avó (Lulu) pedia-nos que bebéssemos água aos goles, contando de um a dez, seguido da expressão "kwata ximba, namena mbokoto". E o soluço desaparecia!

quarta-feira, novembro 02, 2011

FINADOS QUE ME INSPIRAM

 Nunca parei, em dia como hoje, para reflectir sobre aqueles que já se foram, mas que de forma directa ou indirecta contribuiram e contribuem para a formação e refinamento da minha personalidade.

5- Vemba Pedro Menezes (Kayebo), um colega e amigo, partiu a 01 de Junho de 2005 num fatídico acidente em que íamos 4 elementos, tendo o destino nos dividido: dois se foram para a eternidae e dois ficaram aguardando o reencontro que não sei quando. Em cada passo, em cada aceleração está ele à cabeça.

4- António Carlos Ferreira (Toi), meu sobrinho, tão amigos e tantas brigas que já tivemos... Cada um no seu orgulho de que era "o melhor". Estávamos sempre em brigas mas rápido dos uníamos sempre que o inimigo/adversário viesse de fora e atacasse alguém da família. Fazíamos um dupla jamais vista na família. Toy, os dias que vivo não são os mesmos que partilhámos quando respirávamos este ar que Ngana Ñunji nos legou. Hoje acontecem abusos contra a nossa família e tenho de engolir. Quem comigo faz a dupla imbatível e temível como a que formávamos? - Ninguém! O Toy morreu em 1998 num acidente de moto inexplicado até aqui.

3- Ferreira Ganga, meu tio, acolheu-me em 1984, depois de me ter tornado órfão de pai. Gabava-se do sobrinho que criava. Espalhou mimos e proteccionismo, conforme narrado de forma fictícia na homenagem que lhe dedico no meu "O Sonho de Kaúia". Faleceu em 1988 sem que eu podesse ver onde foi sepultado.

2- António Fernando Dambi (retratado como Ti-Chico no meu livro que também o homenageia), meu pai, faleceu em Julho de 1984, vítima de uma patologia infecciosa. Para o dia-a-dia, ficaram os seus ensinamentos recebidos ainda no berço. "Um homem não pode passar o dia como se fosse uma camisa na mala", dizia ele para acrescentar que "Filho de pobre tem de estudar e ter profissão". Pai, fiz o que pediste e como hoje o pão amassado pelas minhas mãos.

1- Ngana Ñunji (Soberano Suporte), Kanhanga Masaka de nome próprio, meu avô materno de kem ganhei o apelido,não o conhecei. Morreu uma semana antes do meu nascimento. Pelas façanhas contadas por seus súbditos daquele tempo, foi, sem dúvidas, um Grande Homem e Um Grande Soberano de quem me orgulho ser descendente e herdeiro. Obrigado avô, o seu trono ser-me-á bem entregue quando o tempo chegar.

sexta-feira, outubro 28, 2011

SARAMPO FAZ DAS SUAS EM LUANDA


Diz um adágio Kibala: Mu fuka mwakambe imbanda mundoke ùlya muthu.
> Num país sem kimbanda (médico) até a íngua mata pessoa.

Este adágio autóctone vem a propósito da praga de sarampo que grassa por Luanda. Fui surpreendido, hoje, com a má nova de que morreu a Teté, mulher do Henriques. O Henriques é um jovem que conheci há uns seis anos. Vi quando se juntou à sua mulher que deixa dois rebentos. São jovens com que convivi no Rangel, a Rua sangue-e Fúria, ali, no famigeradio Comité Jinga.
 
Já na semana passada foi a minha ex que me comunicou que estava acometida de sarampo, duas semanas depois do nosso Luciano Delfim Canhanga.

A Teté teve pouca sorte e, mesmo tendo sido levada ao Hospital Josina Machel (Luanda), onde estava a ser socorrida, não resistiu aos males causados ao seu organismo por esta maléfica doença que nos dias de hoje não é dificil ser travada.

Casos como o do Delfim, da Elsa e da Teté (que sucumbiu) contam-se em Luanda às centenas, para não dizr milhares. Há uma praga de sarampo na capital que está a dizimar muita gente, a mutilar outras e a deixar órfãos, como os filhos do meu amigo Henriques Brinco. Apenas o que não se sabe é quando se vai pôr um travão definitivo a isso.

Segundo a Wikipédia (consulta a 28.10.2011), "o sarampo é uma doença víral, uma infecção do sistema respiratório, causada por um paramixovírus do gênero Morbillivirus. É altamente contagiosa e afecta principalmente crianças. É transmitida através de gotículas expelidas pelo nariz, boca ou garganta de pessoas infectadas. Os sintomas iniciais, que geralmente aparecem 8-12 dias após a infecção, incluem febre alta, coriza, olhos vermelhos, e pequenas manchas brancas na parte interna da boca. Vários dias depois, uma erupção se desenvolve, geralmente começando no pescoço e na face e gradualmente se espalhando pelo corpo. Há pessoas que se recuperam mesmo sem tratamento dentro de 2-3 semanas. Contudo, principalmente em crianças desnutridas e pessoas com imunidade reduzida, o sarampo pode causar complicações sérias, incluindo dor de cabeça, cegueira, diarreia grave, infecção do ouvido e pneumonia. O sarampo pode ser prevenido através da vacinação".

Vem aí o período de férias escolares e natalinasd. Os filhos e as mulheres dos "magnatas" que estão a estudar e a viver na "estranja", que ainda não enfrentaram o sarampo com sucesso, também podem ser surpreedidos como o meu Delfim e a finada Teté.
 
Sr. Minsitro da Saúde, diz o ditado tuga, "quem avisa amigo é". É melhor ver bem a situação que, pelo que me parece, já saiu do controlo.

segunda-feira, outubro 24, 2011

UM REPARO AO GP E À POLÍCIA DE LUANDA

Exmos. senhores

> Senhor Governador de Luanda,
> Senhor Director da Elisal
> Senhor director dos Serviços Técnicos e afins
> Senhora Comandante da Polícia
> Senhor "Quem de direito"

Espero que vossas excelências tenham um dia atravessado uma das Avenidas da capital angolana, por uma das passagens superiores (também chamadas de pontes aéreas), e tenham tomado má nota do que viram, estando já a tomar medidas correctivas urgentes.

Caso nunca o tenham feito, espero que prestem atenção:
De propósito andei à pé e atravessei a "ponte aérea" sobre a zona dos Congoleses, entre a padaeria Caxicane e as novas bombas da Sonangalp. Atravessei também a "ponte aérea" da vila de viana, aí junto à estação ferroviária. Atravessei ainda a passagem sobre a linha do caminho de ferro defronte à Filda.

Querem saber o que vi?
1- A primeira está formada em mercado, com muito lixo e areias, reclamando por assépcia.
2- A segunda não foge à regra. Micates, bikinis de fio dental, kissângua, pilhas, roupas e outras bujingangas à venda que se juntam a latas e garrafas vazias e papelões que alguém deve/via retirar.
3- Deixou de servir os objectivos que levaram a construí-la. Foi obstruída por uma lagoa natural que se formou debaixo dela e por incúria de alguns negociantes de material de construção e construtores das torres que emergem na área. As demais passagens sobre a ferrovia também estão emporcalhadas e inseguras já que dão asilo a bandidos que aguardam por gente incauta.

Será que os senhores, juntamente com a polícia e as empresas que prestam o serviço de limpeza aos municipios, podem dar um jeito à situação?

E a media, tem visto o que vi?
Tem retratado e chamado a atenção dos "Quem de direito"?

quarta-feira, outubro 19, 2011

O (meu) estado da Nação

Se eu fosse PR teria dito também, entre as coisas ditas, que:

- Não pude ouvir o discurso do PR porque fiquei sem luz (energia eléctrica). Como eu muitos outros angoalanos terão ficado.
- Estou a 24 horas que não consigo lavar-me em condições. O bairro não tem "água para todos" e os vendedores em cisternas não têm como conseguir o precisoso líquido que retalham a preço de ouro.
- Saio, como muitos outros, sempre à madugada e volto sempre à noite, devido ao transito caótico em Luanda.
- Meus filhos correm o risco de não fazerem os exames finais, porque o colégio decidiu cobrar em antecipação a propina de Dezembro (mês em que não terão aulas) e eu não tenho saláriuos antecipados. A escola pública que seria o remédio para o pobre não é frequentada por nenhum filho de governante o que a torna má opção para quem ter um filho melhor do que ele (eu no caso).
- Teria admitido que nunca na vida da República/Nação houve tanto medo de manifestações como agora e que se torna necessário, não só dialogar, mas também redistribuir "o bolo" que é a causa da instabilidade social.
- Teria olhado também para o tempo de casa que carrego e dizer: Miúdos (que já nem o são aqueles que rodeiam o PR), é chegada a vez de fazerem melhor do que eu, conseguida a paz e lançadas que estão as bases para a realização do grande sonho angolano.

Mas como não sou Presidente e nem conheço o verdadeiro estado da Nação, fico pelos lamentos e suposições.
Bem haja, camarada presidente!

sábado, outubro 15, 2011

BIS DE RASCA PÕE KABUSCORP À RASCA

"Somos campeões".

O Recreativo do Libolo pôs o KABUSCORP à rasca com bis de Rasca. Três bolas contra uma no jogo que decidiu o campeão do Girabola, quando faltam disputar apenas 6 pontos no campeonato angolano de primeira divisão.

O Libolo escreve uma página dourada na história do futebol angolano. Desta vez ninguém mais lhe rouba o "pão da boca".

domingo, outubro 02, 2011

QUEM TRAVA A FOME INSACIÁVEL DOS FISCAIS de LUANDA?

Estou em Luanda (27-09), circulando na rua que liga o Golfe II ao Kimbango. Numa carrinha cinzenta, de marca Land Cruiser, (só não cito a matrícula para não comprometer as pessoas) vejo homens vestidos vestidos de farda verde (já muito gasta pelas lavagens), farda castanha (com a inscrição Fiscalização) e outros de farda azul escura (que parecem pertencer a um dos ramos da polícia nacional).  A única senhora vestida de colete castanho estaá sentada no centro da caixa e os homens cuidava das laterais. Sãotantos que a carrinha, apesar de nova, geme de peso e vê-se inclinada para trás.

Os homens andam fora da estrada, ou seja, no espaço de terra batida, entre a estrada esfaltada e o passeio(?) onde as zungueiras (vendedeiras de rua) fazem o seu habitual wenji (negócio) para sustentar os "tumbonga" (filhos) lá em casa.

De vez em vez, os homens paravam, descia um homem descontraído enquanto outros miravam a presa. O primeiro aprumava posição de ataque (corrida às senhoras vendedeiras) enquanto outros desciam da carrinha e, simplesmente, se apoderavam dos pertences alheios.

Se é verdade que não se deve fazer das ruas, esquinas e pontes de Luanda auténticos mercados e feiras ambulantes, como acontece com as passagens superiores transformadas em "kitandas", também é bem verdade que não se conhece nenhum depósito para essas imbambas (coisas) sorripiadas às transgressoras vendedeiras.

Daí que o meu apelo vai para o reforço da vertente educativa e a indicação de lugares apropriados para as feiras que, aliás, existem por tudo quanto é mundo moderno.

E, já agora, quem me pode dizer para onde vão as coisas (comidas, roupas, bikinis de fio dental, missangas, etc., etc.) que os fiscais e polícias recebem dos zungueiros?

quinta-feira, setembro 29, 2011

OS 4 B´S DO "MANDA-CHUVA"E OS "GEORGE WASHINGTON´S" DO POVO

Sem demérito ao trabalho alheio e a benevolência ou espírito beneficente que possa assistir entre os "papões grandes" da nossa "política activa", gostaria de entender e saber: onde os 4 B´$* do M retiram o dinheiro com que se fazem "passear" a arregimentar aduladores?

É "tanta parra para tão pouca uva", ou seja, é tanta oferta/esbanjamento para tão inexistentes/desconhecidas empresas geradoras de tais dinheiros.

Não andarão por aí alguns Chico-Espertos a buscarem deificações a custa de dinheoro das contribuições sociais dos funcionários e trabalhadores honestos desta terra?

Por favor, gostaria de receber, aqui, apenas contribuições e relatórios gerenciais com os lucros das empresas dos 4 B´$ do Manda-Chuva que pasasam a vida a distribuir George Washington´s em tudo quanto seja acto público/político passivel de conter possiveis eleitores ou desertores do lado oposto.

Alguém mostra a "mutondo wa falanga"* desses camaradas?

*- árvore de dinheiro, em Cokwe.

sábado, setembro 24, 2011

Quem fez, Quem impediu fazer e Quem deixou de fazer?

O que se reproduz nas linhas que se seguem são vozes que ecoam por tudo quanto é submundo. Lá onde a miséria abunda. Nos kandongueiros e no comboio rafeiro, nos autocarros da Tcul, nos komba-ditôkwa, nas casas de kimbombo e kapuka, nas casas de prazer que deixaram de existir apenas no famoso B.Ô., nos corredores ministeriais (à surdina), nas praças do povo (que saudades do Tira Bikini, Ajuda-Marido, Cala-a-Boca, Corridas e mais tarde o falecido Roque Santeiro), nos comícios (onde uns levantam o braço na hora do viva mas baixinho dizem abaixo), nos debates universitários onde a verdade impera sobre o “politicamente correcto”, no enfim, etc.

O resumo dos últimos debates e reportagens trazidos pela media (privada angolana) pode ser sintetizado nas perguntas e respostas que se seguem:

- Quem trouxe a corrupção em Angola, foi Agostinho Neto?
- Nãããooo!

- Foram os seus sucessores?
- Nim! (quando não é silêncio).

- Quem destruiu o país, foi a oposição?
- Nim! (e perguntam-se qual, como, porquê e com quem)

- Quem deixou de governar para as próximas gerações?
- O Governo!

- E para quem Governa a liderança do país?
- Para as próximas eleições!

- Qual é o discurso mais vezeiro?
- Nós fizemos… Na medida do possível, vamos/estamos a fazer… Eles só criticam e nada fazem para além de terem destruído o País…

- De que mais se queixa a oposição?
- Houve roubo de votos… Estão a perpetrar uma nova fraude…

- Que mais os angolanos vêm dia após dia?
- Uns (poucos) cada vez mais ricos e outros (muitos) cada vez mais indigentes.

- Que faz a oposição?
- Finge que não vê e reboca-se às manifestações dos miúdos descontentes.

- Que país tem o Banco Central mais aberto do mundo?
- Angola!

- Que país tem uma Alta Autoridade Contra a Corrupção, Lei da Probidade Administrativa, Tribunal de (faz) de Contas e outros diplomas que nunca foram aplicados?
- Angola!

Porquê?
- Porque o legislador é adulador do ladrão. Serve-se da ladroagem e a aplicação da lei pode significar fim dos dois!

- Qual é o tempo de trabalho para que se atinja a reforma?
- 35anos de efectividade!

- E porquê que os primeiros dirigentes do Pais, que já tem 36 anos de independência, ainda estão no Governo?
- Porque estar no Governo é estar de bem com a vida!

- E o que é estar de bem com a vida?
- É estar sempre a somar para o bolso, subtraindo do povo!

- O que dizia Agostinho Neto a propósito do povo e do Partido?
- O MPLA é o povo e o Povo é o MPLA!

terça-feira, setembro 20, 2011

DIREITO À MANIFESTAÇÃO TRANSFERIDO PARA A "CASCA DA ROLHA"

As manifestações em Luanda, doravante, só em Cacuaco, Chicala, Ilha do Cabo, Cazenga, Zango, Benfica e etc. A decisão do Governo da Província foi ontem difundida pela media. 

O 1º de Maio fica reservado a "sei lá quem é".

Aguardemos pelo 24 de Setembro, data da grande manifestação prometida pelo Comité Provincial do MPLA de Luanda e lá se saberá se quem tem, doravante, direito a manifestar-se no 1º de Maio e noutros locais da cidade capital.

sexta-feira, setembro 16, 2011

COMO DAR A VOLTA AO LÁPIS AZUL

Na constância de um forte “lápis azul” a inteligência e astúcia jornalística acabam sempre por encontrar uma brecha. É que nem o temível António de Oliveira Salazar e a sua temível PIDE/DGS foram capazes de travar o vento com as mãos, impondo uma forte censura nas artes e no pensamento.

Cá, entre nós, há bons exemplos como o que se segue:

ANGOP, 04-09-2011 14:58, Luanda.
“TPA repudia tentativa de agressão de seus profissionais por manifestantes
Luanda - O conselho de administração da Televisão Pública de Angola (TPA) condenou hoje, em Luanda, a tentativa de agressão a que foram alvos, sábado, os seus profissionais por parte de jovens manifestantes no largo da independência.

Numa nota de repúdio, a TPA refere que esta atitude fere o princípio do livre exercício da actividade jornalística. "A TPA repudia a acção e lembra que ela fere o direito dos telespectadores de serem informados", sublinha o documento.

A direcção da TPA solidariza-se também com os profissionais da RTP que de igual modo foram vítimas desta acção.

A manifestação é da iniciativa de uma organização de cariz político, designada Movimento dos Jovens Estudantes Revolucionários”.

Afinal, embora se tenha explorado um dos piores ângulos, sempre se falou de uma manifestação ocorrida em Luanda, o que não deixa de pontuar na tabela daqueles que queriam tornar a marcha conhecida pelo mundo fora.

segunda-feira, setembro 12, 2011

UM MABOQUE AGRIDOCE

Não sou muito apreciador de Maboques, muito menos os que o grupo Cesar & Filhos atribui anualmente aos jornalitas.

As minhas razões para tal são simples e resumem-se no seguinte:
1- Por o prémio principal ser dedocrático e beneficiar, grande parte das vezes, pessoas que "servem/serviram a sala" como razão principal da escolha (salvaguardado o mérito de alguns).
2- Por se ignorarem sempre os homens e mulheres da Angop que "muito fazem e nada saboreiam"
3- Por se ignorar, de forma reiteirada, o jornalismo digital que já dá cartas e provas suficientes,
4- Por os demais maboquinhos (categorias) serem atribuídos com o simples sentimento de "distribuir o bem pelas aldeias", como que buscando um equilíbrio político.

Esta edição, de 9 de Setembro, teve, porém, um sabor diferente. Uma jovem a quem tive o privilégio de ensinar o Lead acabou agraciada com um maboquinho de 4 rodas (viatura), o que me agrada e incentiva a ensinar outros Leads.

Parabéns, Zenilda Volola, pelo maboquinho, embora agridoce pelos motivos acima enumerados.

sexta-feira, setembro 09, 2011

Os 2 Biliões de USD e a Locomotiva de 1972 do CFB

Quase morri de susto quando tomei conhecimento da "boa nova", que nos foi passada pelo meu confrade Alexandre Cose, via facebook, segundo a qual "a locomotiva que puxa as carruagens do CFB do Lobito ao Huambo é já  velhinha, comprada pelo governo colonial português à General Motors, em 1972".

A linha ferroviária entre o Lobito e Huambo foi inaugurada no dia 31.08.2011, pelo Presidente angolano (JES), depois de reabilitada, tendo as carruagens sido adquiridas na África do Sul.

Tão linda como parecia na foto, fruto de uma pinturazita, e tão velhos que eram os seus componentes, só me deu mesmo vontade de pensar em Kristo (músico angolano) e na sua querida Ngaxy (cuja chaparia por fora está bala, mas o motor está a babar óleo).

Retruquei: "Cose, não pode ser. Como é que inauguram uma linha ferroviária novinha em folha, compram novas carruagens à África do Sul e usam uma locomotiva de 1972"?

Muitos vieram dizer (comentaram no facebook) que "o mais importante é a linha férrea e a sua inauguração". Discordei e continuo a discordar. Não pode ser.

E, no calor do debate, um outro confrade, o Teixeira Cândido, colocou uma pergunta subreptícia a que ninguém repsondeu. Dizia ele: "que tal se lhe chegsse à mão um jornal escrito em 1972, diríamos que tem notícias"?

Mas, mais do que o comboio velho que, com certeza, terá de parar muitas vezes pelo caminho, o que me chamou a atenção foi a afirmação do Ministro Augusto Tomás, quanto aos gastos da empreitada de reabilitação e apetrechamento. Disse ele que foram 2 biliões de dólares gastos. E me pergunto, nestes dois bis também inclui o custo do comboio que os tugas deixaram ou o dinheiro das locomotivas que teriam de ser novas foi parar em uma quinta?

segunda-feira, setembro 05, 2011

"NOVAS MENTIRAS"

"O PAÍS ESTÁ CANSADO DE MENTIRAS"
  "PRECISAMOS DE MENTIRAS NOVAS"

São slogans Tugas que muito bem se podem aplicar à ex-colónia da África Austral (atlântica) que precisa de um Governo ao serviço das Próximas Gerações em vez das próximas eleições!

sexta-feira, setembro 02, 2011

O PATRIOTISMO E A PRESTAÇÃO ANGOLANA NO AFROBASKET

São inúmeras as vozes que se levantam e se dizem desagradadas com a prestação do nosso cinco nacional na camapanha basquetebolística "Madagáscar 2011". Tais vozes, algumas até dotadas de capacidade racional, vêm apregoando que "houve um fraco empenho dos rapazes em campo", quando não atribuem culpas à equipa técnica e federativa.

Daqui, da minha esquina, onde com olhos "jukulados" vejo o possível, enchergo que é preciso dividir as culpas. Ou melhor, desculpabilizar os jogadores que tudo fizeram para trazer a taça e até mesmo a federação. E argumento:

1- Chegar à segunda posição do afrobasquet, embora engatinhando, é obra.

2- Se Angola, enquanto detentor do ceptro, treinava 30 minutos por dia, para manter a forma e revalidar o título, convenhamos saber que os candidatos dobraram o tempo para aparecer em melhor forma do que os "ADVERSÁRIOS A ABATER".

3- Se os dirigentes/governantes angolanos se davam ao luxo de contrair uns "kilapis" aos jogadores, mesmo sabendo que isso podia criar algum descontentamento ou no mínimo esmorecimento, os candidatos ao trofeu fizeram o inverso: Pagaram e motivaram mais do que nós.

4- Se os nossos políticos interferiram nos assuntos técnicos para que os "refilões" ficassem de fora da convocatória, para não criarem um mau clima, os outros deixaram a política com os políticos e o basquete com os basketebolístas.

E há muito mais que se pode dizer. O que é mau, e sabe-se, é que na hora de interferir os políticos mandam recados sob a capa de "orientações superiores", puxam para si as vitórias quando acontecem e descartam-se das responsabilidades pelos recados emitidos quando a coisa vai para o torto. Seria bom que os homens dos recados aparecessem e mostrasem a cara assumindo também a co-responsabilidade no "descalabro".

Por fim, é preciso tambem notar que a perda de uma final não é o fim do poderio do nosso basquetebol. Para mim foi apenas uma batalha perdida. Não fica bem, nem é elegante, afirmarmos que o segundo lugar conseguido em Antananarivo significa o fm da nossa hegemonia continental. Ainda temos forças que chegam para outros voos bem.

Busquemos uma analogia com o rei-futebol: O Brasil, selecção mundial mais tutulada,  não ganha todos os mundiais, mas em todos os campeonatos o Brasil é sempre Brasil e penso que no basquetebol africano Angola será sempre Angola.

Que assim seja!

domingo, agosto 28, 2011

VIV´ANGOLA: QUE VENHA A TUNÍSIA!

Desta vez sim: VIV´ANGOLA!
Os ninís (nigerianos) foram, ontem, bem despachados. O cinco nacional convenceu em Madagáscar onde defende o cetro continetal. Hoje estaremos todos, sem incredulidades, a torcer para o 11º título africano de basquetebol sénior masculino.

Agora sim: VIV´ANGOLA, VIV´A Selecção e Que Venha a tunísia!

sexta-feira, agosto 26, 2011

O ÓPIO DESPORTIVO E A (10)CRENÇA NOS RESULTADOS

Portanto, (entrada atípica no jornalismo) a nossa selecção de basquetebol, que defende o título continental em Madagáscar, teve ontem uma final atípica. Passou à fase seguinte (meias-finais) depois de estar a perder por cinco pontos quando faltavam apenas dez segundos. Conseguiu o empate, frente aos camaronoses, que lhe proporcionou um prolongamento vencido por um ponto de diferença.

Disseram os comentaristas e comentadores que foi, de facto, "uma final imprópria para cardíacos". E fez-se festa!

Como sempre, embriagados pelo "ópío" do desporto, estamos hoje a falar somente do basquetebol, das lágrimas do Armando Costa nos derradeiros lances da vitória e do facto inédito duma qualificação conseguida à "ferro e fogo", inteligência e paciência, deixando ao esquecimento todas as demais "malambas da vida". Hoje, todos nós, negros e brancos, vermelhinhos e verdinhos (principais cores partidárias), somos todos angolanos e apoiantes do Jaime Covilhã e seus "muchachos".

Mas é preciso ter em conta que traga ou não a nossa selecção o 11º título continental, as nossas diferenças, as nossas alegrias, as nossas tristezas, os nossos sofrimentos, os nossos amores e desamores, continuam à espera do esfumar da embriaguês.

Bem haja basquetebol.

domingo, agosto 21, 2011

"ISTO ALEGRA-NOS E INSPIRA-NOS"

Marketing político ou não, foram as palavras expressas pelo Presidente moçambicano após visita à cidade do Kilamba.

Armando Guebuza, que cumpre o seu segundo mandato constitucional, depois de ter substituído a Joaquim Chissano, participou, em Luanda, na Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da SADC que o nosso país acolheu a semana finda.

"Isto alegra--nos e inspira-nos", disse, argumentando que "só a paz permite tão elevadas realizações".

Se a cidade do Kilamba inspira Moçambique, seria bom que os nossos governantes buscassem também inspiração nalguns êxitos conseguidos e já consagrados pelos "irmãos do Índico"  que em termos de rotatividade já têm os "motores em alta rotação".

quarta-feira, agosto 17, 2011

KANDONGUEIROS INSPIRAM ARTISTAS

Autocarros públicos, óbitos, kandongueiros, igrejas e outros locais de grande concentração, onde o povo se mistura e fala de "boca aberta", inspiram artistas de Banda Desenhada.

A afirmação é dos autores das séries "Ti Chico" (Pululu) e "Kabetula" (Olímpio), em conversa na ZTV desta terça-feira.
Já há alguns anos, o autor desta página tinha contado a sua experiência em kandongueiros e autocarros públicos que serviam de fonte de inspiração e barómetro da sociedade (o quanto vai a nossa coisa comum), trazendo para os leitores o muito que se pensa e se diz naqueles lugares/transportes.

Para quem não sabia e àqueles que colocaram em dúvida o que leram em "Cantos anónimos" aqui fica a apreciação de quem vive e retransmite o que se vive. "É nos kandongueiros, nos óbitos, nos autcarros, nas igrejas e nos comboios rafeiros que se fala sem temor e se contam as melhores piadas".

sábado, agosto 13, 2011

VIR DE LONGE E VER A MUDAR: A DOCE SENSAÇÃO

É indiscritível a doce sensação de voltar à casa e ver tudo mudado:
- A árvore que cresceu, o cachorro que já ladra, o "mubingano" (filho) que já pronuncia palavras que a uma semana não balbuciava, o maracujaeiro que floriu, a casa que ganhou fissuras, a filha que já menstrua, etc., diferenças que só quem vem de fora nota, já que, para os de casa, tudo contiua igual, ou pelo menos as coisas se passam de forma despercebida.

Essa elegria permite até descontar, com maior naturalidade, a traquinice do "caçula"  que quebrou a tela de 50 polegadas.

terça-feira, agosto 09, 2011

ATRASO NA ALOCAÇÃO DE VERBAS PODE COMPROMETER ELEIÇÕES

O recado foi transmitido ao EXECUTIVO Central pela presidente da CNE, em entrevista a TPA, do dia 07 de Agosto. Suzana Inglês, que se apresentou bastante comedida nas afirmações, fez um apelo viemente ao Executivo para que não se vivam os constrangimentos de 2008. E, no seu entender, tudo passa pelo desbloqueio antecipado de verbas para a preparação de questões pré-eleitorais.

Disse que, na sua óptica, o pacote legislativo, em discussão no parlamento, não trará grandes mudanças do ponto de vista estrutural; assegura que a CNE é um órgão independente neste momento, desmentindo as alegações de partidos da oposição e argumenta que a suspeição, em relação a CNE, tem a ver com a fraca formação e informação dos políticos e populares.

“Os políticos também precisam de estar formados a respeitar e a não destratar as instituições. É preciso identificar fraquezas, mas fazer propostas utilitárias que propiciem a resolução de problemas e conferirem fortaleza às instituições do Estado. É preciso ver que as instituições sociais, como a família, tb precisam de ser reconstruídas, pois a guerra destruiu todos os valores.

Quanto à imagem da CNE, Suzana Inglês foi peremptória: “Desde que entrei para a instituição tem sido minha preocupação permanente conferir imagem mais credível à CNE. Não por causa das críticas que se colocam em relação à instituição, mas porque temos a noção do serviço e da confiança que nos foi depositada”, arguiu.

Sobre o desconhecimento da CNE por parte dos angolanos, a líder máxima da CNE diz: “Os angolanos conhecem mal a CNE por culpa de todos nós. Por culpa também da imprensa que, às vezes, não estuda bem as matérias e confunde as instituições, o que leva também a levar os angolanos a confundirem as instituições e por culpa de todos nós que, se calhar, temos de nos dar mais a conhecer”. Suzana Inglês foi mais adiante ao afirmar que “Há pessoas que confundem a CNE pelo MAT… não estamos a nos desculpar invocando os erros dos outros mas devo dizer que a questão da educação cívica é muito séria e precisamos de fazer uma educação cívica eleitoral muito forte”.

O modelo de organização de eleições também passou em revista e, sobre a questão, Suzana Inglês explicou que “Não há melhor nem pior modelo de organização eleitoral. Tudo depende do contexto e do país. Para nós, é este modelo híbrido em que concorre o governo no registo eleitoral e mapeamento que é aprovado pelo CNE. Todo o resto é da competência da CNE. O angolano modelo não subalterniza a CNE. Esse é um modelo como há”, afiançou.

À pergunta sobre se haá factores que possam pôr em causa a organização das próximas eleições a Jurista respondeu: “O apelo que faço ao Executivo é no sentido de colocarem ao nosso dispor os meios necessários como os orçamentos. Há meios que já estão obsoletos, como viaturas, temos que ver a questão da manutenção/restauro dos gabinetes municipais e melhorar o sistema de comunicação a nível nacional, etc., é por isso que apelamos que seja desbloqueado já o orçamento adicional para que possamos realizar actos pré-eleitorais para a garantia do sucesso do processo”, disse em entrevista conduzida por Manuel da Silva.

sexta-feira, agosto 05, 2011

ESTIVE LÁ: FINALMENTE O "CANUDO"

UPRA outorga diplomas a mais de mil estudantes
("Vocês foram julgados pelos professores que vos aribuiram o grau de licenciados, mas a nota deles será ditada pela vossa prestação e junto da sociedade que vos vai avaliar. Se tiverem boa avaliação essa será a dos professores. Se tiverem má prestação e má avaliação, esta também será a dos vossos mestres. Ide e estudai sempre" João Teta).

Mil e 509 estudantes finalistas da Universidade Privada de Angola (UPRA) receberam a 29 de Julho, em Luanda, os seus diplomas de fim de curso, depois de seis anos de formação.

A cerimónia foi orientada pelo secretário de Estado da Ciência e Tecnologia, João Teta.
Os finalistas foram formados nas áreas de Arquitectura e Urbanismo, Engenharia Civil, Engenharia Informática, Ciências Farmacêuticas, Enfermagem, Fisioterapia, Psicologia, Comunicação Social, Contabilidade e Gestão e Relações Internacionais.

Durante a cerimónia, o secretário de Estado da Ciência e Tecnologia disse ser importante que os jovens estudem, por forma a contribuírem para o engrandecimento do país.

Para si, a formação nunca acaba, daí ser necessário que as pessoas aumentem os conhecimentos, para não serem ultrapassadas.

João Teta referiu igualmente que é importante investir-se na formação, pois garante o futuro de um ser humano.

"Todos os estudantes que neste momento estão a receber diplomas devem pôr em mente que ainda não são doutores. São apenas licenciados. Por isso, devem continuar a estudar para atingirem outros níveis académicos", referiu.

(Teta referiu-se ainda ao baixo número de formados em engenharias, apelando a um maior investimento nestas áreas do saber científico. "Um país como o nosso que está em construção precisa de muitos engenheiros", disse).

A Universidade Privada de Angola existe desde 2005 e realizou pela primeira vez a cerimónia de outorga de diplomas.

A cerimónia foi assistida pelo vice-ministro da Comunicação Social, Manuel Miguel de Carvalho “Wadijimbi”, representantes governamentais e docentes de universidades públicas e privadas.
 
NB: Texto da Angop com acréscimos meus.

sexta-feira, julho 15, 2011

LEI DA "ROLHA": Cód. Penal colide com exercício do Jornalismo

Alvo de uma contestação da classe jornalística nacional encabeçcada pelo Sindicato dos jornalistas angolanos a o projecto da chamada "Lei das TIC" que criminalizava vários aspectos da actividade jornalística rezava no seu artigo 17 o seguinte:

 "Quem, sem consentimento, oferecer, transmitir, disponibilizar ou difundir gravações, filmes e fotografias de outra pessoa, mesmo quando licitamente produzidos, através de um sistema de informação, é punido com pena de prisão de dois a oito anos ou com pena de multa correspondente".

Na aproximação de pontos de vista que se registou na sequência da reacção do SJA, o Ministério das Telecomunicações e Tecnologias de Informação, entidade proponente da Lei das TIC, aceitou introduzir no artigo 17 mais um ponto onde se adianta que "o disposto anteriormente não constitui qualquer impedimento nem agravo ao exercício legal da actividade de imprensa, especialmente, por parte de empresas jornalísticas que têm por objecto a recolha, tratamento e difusão de notícias, comentários ou imagens através da internet ou outros meios electrónicos, nos termos definidos por lei", uma aproximação que satisfez o SJA.

Agora que está em debate público o ante-projecto do código penal, a actividade jornalística vê-se novamente empurrada para um beco sem saída, ou seja, enconstada à parede.
no seu artigo 219, o documento supracitado ignora a especificidade da actividade jornalística que WD no seu Morrodamaianga considera de "forma bastante ambígua e mesmo ambivalente, como se tratasse de uma armadilha para apanhar incautos".

"CAPÍTULO VIII
OUTROS CRIMES CONTRA BENS JURÍDICOS PESSOAIS
Artigo.º 219.º
(Gravações, fotografias e filmes ilícitos)
1. Quem, sem consentimento:
a) gravar as palavras de outra pessoa não proferidas em público, mesmo que lhe sejam dirigidas;
b) utilizar ou permitir que se utilize a gravação, mesmo quando seja licitamente produzida é punido com pena de prisão até 1 ano ou com a de multa até 120 dias.

2. A mesma pena é aplicável àquele que, contra a vontade de outra pessoa:
a) a fotografar ou filmar, mesmo em reuniões ou eventos em que tenha legitimamente participado;
b) utilizar ou permitir que se utilizem as fotografias ou os filmes a que se refere a alínea anterior, mesmo quando licitamente obtidos.

3. É correspondentemente aplicável o artigo 217.º.
4. O procedimento criminal depende de queixa."
 
» Ao ser aprovado como está redigido este documento legal, será possivel fazer-se um jornalismo plural e diferente do discurso oficial?
 
Extractos "roubados" do morrodamaianga.blogspot.com

segunda-feira, julho 11, 2011

RELEMBRAR GABY ANTUNES: A "MÃE" DOS ATRASADOS MENTAIS

Por mais que os detractores (aqueles que nunca se deram bem com os estudos nem com as exigências) se esmerem em denegrir a sua obra, apontando questões descabidas como as raciais que muitas vezes se ouvem a trás da porta, a mulher da foto, Maria Gabriela da Silva Antunes, de seu nome, fez obra e fez homens.

Homens como Wadijimbi (Vice-Ministro da Comunicação social e antigo homem forte do DIP-MPLA que numa homenagem feita pelos ex-alunos da finada professora declarou-se, ele também, um dos pupilos de Gaby), homens como eu e vários outros que são o que são graças à célebre estiga "Atrasados Mentais", algo que todos de bom senso procuraram deixar de ser. E era verdade que para o nível de evolução que o mundo já conhecia, quando colocados na balança os nossos parcos conhecimentos, prejudicados pela ausência de livros e bibliotecas, somado à inexistência de uma cultura que incentivasse a leitura, falta de informação plural e diversificada, não éramos outra coisa do que não fosse AM.

Estamos hoje nos ministérios, nos institutos públicos, na banca, nas empresas de comunicação social, na assessoria, na diplomacia e em outros campos de actuação, feitos homens e mulheres úteis, graças aos inputs recebidos de uma senhora que soube ser professora e simultâneamente mãe para muitos órfãos de mães vivas que éramos.

Aprender a escrever e a falar correctamente (Língua Portuguesa), conhecer as artes  e a cultura (ALA), e comunicar razoávelmente na língua inglesa foram imputs mais do que útes. E havia aulas em que confluiam as três cadeiras por ela ministradadas.

Ser bom ou razoável nas très disciplinas era o melhor que podia acontecer ao aluno da Gaby para que não fosse o pior dos AM( atrasados mentais). E esse epíteto era indistinto. Quer o AM fosse seu filho (que o diga o Jorge Antunes), miúdos de pão e leite do Alvalade, filhos de ministros e ou de embaixadores (oh Minguiedy estás aí)), miúdos do bombó com ginguba dos musseues de Luanda ou deslocados saidos  recentemente do interior... O tratamento era idêntico, diferenciando-se apenas aqueles que eram menos Atrassados Mentais do que os outros.

E lembro-me do dia em que estando no primeiro mês da nona classe (curso médio de jornalismo no IMEL, 1993), a coordenadora do curso (GA) pediu que me apresentasse ao seu gabinete.

- Então, Sr. Luciano, o senhor já tem a foto para o cartão de estudante?

Era o meu primeiro contacto frente-a-frente, fora da sala de aulas, onde os “estilhaços” eram para todos. Fiquei apavorado, tentando endireitar a resposta que até era fácil. Acabei trocando o “trago-a amanhã” por “ levo-a amanhã”.

- Oh, seu atrasado mental, quem vem traz, quem leva vai. O senhor tinha que dizer que a vai trazer amanhã. Se já a tens dá-ma então.

Aprendi para o susto e aprendi a lição. Passei a “professor" dos meus amigos do musseeque Rangel que na minha presença nunca mais ousaram em trocar o trazer por levar e vice-versa.

São episódios como estes, e muitos outros, que os ex-estudantes da Gaby, no IMEL, vão trocando e trazendo à memória no Facebook. Já que fomos muitos, contando com três novas turmas em cada ano.

Houve ao longo do percurso aqueles que, por demasia do seu Atraso Mental, ficaram mais do que os três anos do então curso médio de jornalismo (não foi o meu caso, pois dei uma de vini, vidi, vinci), estes tiveram de aturar a "mãe" por mais algum tempo. Outros desistiram do curso, procurando a conhecida facilidade do PUNIV e houve ainda os que só concluíram o curso depois da professora ter dado a sua última aula. Também não faltaram os que fugindo da Gaby compraram certificados doutros institutos e hoje são “doutores”. Cada teve a sua sorte e o seu apreço ou desapreço pela Gaby que, quanto a mim, foi, de facto, uma mãe na ausência da Dona Maria Canhanga

Gabriela Antunes nasceu a 8 de Julho de 1937 em Nova Lisboa (Huambo).

sexta-feira, julho 08, 2011

A BANANEIRA QUE VEIO DO LIBOLO

Há sensivelmente dois anos fui ao Bom Jesus falar com os meus primos que me deram algumas estacas de bananeiras (do tipo pão e de mesa). Levei-os ao Libolo e já dão frutos.

Um dia destes encontrei uma bananeira tombada devido ao peso do cacho. Com a catana cortei dois botões da base do caule e levei-os a Luanda. Em vasos diferentes os dois botões brotaram. Fizeram-se pequenas bananeiras.

Uma dei ao meu sogro que a levou ao Bié e outra ficou comigo. Já fora do vaso ela vai crescendo prometendo brindar-me com um cacho nos próximos meses (ou ano que vem).

Alinhada com a bananeira (pão) estão os eucaliptos, ta,mbém levados da Lunda Sul  a acácia.

segunda-feira, julho 04, 2011

UM OLHAR À OPOSIÇÃO AO EXECUTIVO DO MPLA

O MPLA, partido que governa Angola desde 11 de Novembro de 1975, conta, para além dos conhecidos partidos da opisição, com uma outra oposição muito mais forte, que consegue desacreditar com maior facilidade nas políticas e promessas dos governantes. Tratam-se das empesas públicas que, por sinal, são geridas por pessoas de confiança e indicadas a dedo.

Quero, nesse apeontamento que não é o primeiro do género, ater-me à prestação da EPAL (empresa pública de distribição de água a Luanda e suas congéneres doutras províncias) e da EDEL (distribuidpora de electricidade de Luanda e também congéneres noutras províncias).

As notícias que nos chegaram à casa, na semana finda, versavam sobre o "garimpo" de água em Luanda que na verdade é sabotagem/desvio de condutas e não garimpo (que quer dizer extracção ilegal de um bem/mineral). Chamado a comentar João Paulo Ganga, sociólogo, disse à ZTV que "a questão devia ser analisada a partir da base". O que é que leva os cidadãos a violarem as condutas da EPAL? Simples prazer? Existência de mercado provocado pela carência e carestia do precioso líquido ou simples propensão pela desordem?

O certo é que esta "empresa opositora" perdeu a luta da distribuição da água a todas os pontos de Luanda e por mais que se esforce a publicitar  a "água para todos" o povo sabe que, sobretudo em Luanda, não passa de promessas irrealizáveis. E o descontentamento só aumenta. Os desvios de condutas, por mais que a polícia ajude a desencorajar, só aumentam porque há cada vez mais carência e carestia, há cada vez mais bocas sedentas e quem devia resolver não o está a fazer.

Hoje, quem tem água canalizada faz o máximo para que outros não cheguem a ela. Constroem-se tanques de armazenamento de grande capacidade que abastecem à calada da noite ou madrugada cisternas que a revendem em áreas onde a EPAL nunca pensou em chegar. Com acções como essas aqueles que têm água canalizada mantêm as torneiras sempre abertas, impossibilitando que ela chegue ao morador imediato.
- Que fazer?
- Denunciar?
- Onde?
- Que segurança e garantia se dá ao denunciante?
- Que garantias se dá àqueles que tendo contratos com a EPAl e EDEL nunca têm o produto?

Conhecendo-se o que passa o cidadão para ter água e energia eléctrica em Luanda e noutras cidades e vilas do país, uma pergunta urge necessária: Por que o governo não se encarrega apenas da produção, deixando a distribuição aos privados, mediante um regime de preços vigiados?