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quinta-feira, março 23, 2006

A "banalização" da notícia nas FM's



Diz o B+a=ba do jornalismo que é um dos critérios de valorização da notícia ou de noticiabilidade de um facto, a sua proximidade (geográfica, ideológica, cultural, enfim). Geografia significa a identificação entre o homem/receptor e o facto.

À medida que a distância se for prolongando, mais a importância se dilui no espaço, restando apenas pequenas ilhas (exemplo: alguém do Huambo residente em Luanda ou de Luanda com familiares no Huambo se interessar por questões domésticas de lá).

No caso das rádios em FM este que seria um elemento de apego no alinhamento das notícias, há muito se perde. É só ouvir noticiários abertos com reparação de uma estrada terciária em Cabinda ou sobre um seminário qualquer no Lubango, ou roubo de carro no Moxico, e outras "coisinhas" em Benguela, quando em Luanda, onde está a Rádio, os marginais ensaiam todos os dias técnicas para “receber” telemóveis, mas não se diz aos ouvintes que precauções tomar. Quando as estradas se tornam picadas e não se noticia, quando assaltantes fogem da cadeia e também não é notícia.

Neste gritar para quem não nos ouve, uma coisa me ressalta à vista. As FM's de Luanda foram nos últimos tempos “assaltadas” por jovens oriundos das províncias de Benguela, Cabinda e Huila, possuidoras de congéneres. Estes, como que puxando a brasa para a sardinha vão, nos seus alinhamentos, priorizando factos relacionados com as suas zonas de origem em detrimento de notícias locais, repletas de interesse público.

Note-se que que "o ouvinte interessa-se mais em saber sobre o vidro quebrado da casa do vizinho do que a queda de uma casa longe de si".

Perante o facto estaremos a viver um desconhecimento das regras elementares do jornalismo ou apenas uma “banalização ” do que é notícia?
Uma pergunta que abre o debate.



Por: Soberano Canhanga

quinta-feira, março 09, 2006

A OFERTA DO PR (em Cabinda) E AS PALMAS QUE SAMAKUVA NÃO TEVE

Dois acontecimentos marcaram os três últimos dias.

Cabinda vai ter uma nova cidade, há 15 quilómetros da actual cidade, no Yabi. “Serão 44 edifícios de cada 15 andares que perfazem um total de 5 mil vivendas com padrão de vida semelhante ao da Europa e Ásia”. Pelo menos foi o que disse o chinês da C.I.F.

Para facilitar a transportação dos materiais de construção e outras mercadorias de Luanda a Cabinda e Vice-versa, “o Presidente da República ofereceu duas embarcações à Província”. Isso foi o que disse André Brandão, o ministro dos transportes e é exactamente aqui que o pico atravessa a garganta.
Será que o Presidente ofereceu mesmo, comprando as embarcações do salário dele ou na condição de gestor principal do erário Público (Chefe do Governo) ordenou que se comprasse com o dinheiro do país dois barcos?

A outra situação que não podia escapar ao olho atento foi o discurso de Samakuva na abertura da quinta reunião da Comissão Política da UNITA. Até que começou bem com as mulheres a oferecerem flores brancas, simbolizando a paz que precisamos, e os homens da UNITA a ripostarem com a mesma moeda. “No teu dia, mulher recebe este bouqué”.

Porém, na hora do Viva fulano, viva sicrano, Samakuva não evitou vaias femininas. Alda Satchiambo (secretária do galo no Huambo) e Lizete Pena (viúva de Salupeto Pena e embaixadora na Polónia) são exemplo de mulheres que não se deram o trabalho de gritar vivas ao presidente Samakuva, tão menos levantaram os braços com o punho cerrado. Ficaram entre viva e abaixo.

Já no discurso o líder do galo voador embrulhou-se em acusações contra o mais directo adversário político, o MPLA, a quem atribuiu responsabilidades sobre a insubordinação no seu partido. Não é essa uma grande lata?

Por: Soberano Canhanga

domingo, março 05, 2006

Nós e as Afro-taças

Bem gostaria de me calar, mas...

Um diamante sem brilho e uma ASA quebrada foi o que vimos ao longo da última semana de Fevereiro e Primeira de Março.

As duas equipas começaram a defrontar-se em Luanda para a super-taça de futebol, com empate nulo em Luanda e uma vitória do vice-campeão (ASA) em Malanje por duas bolas contra uma do campeão.

Idos às Afrotaças, na Namíbia, os fuscos Diamantíferos foram travados pelo desconhecido Civic e nada mais conseguiram do que uma sova. Quatro a zero. Do lado contrário, uma ASA que chegou ao Ruanda com muita sorte, pois teria quebrado em pedaços ainda em território nacional. Os aviadores foram obrigados a efectuar um voo de crocodilo (voo baixinho), perdendo diante do APR por três/dois.

Estas mesmas equipas viriam a medir forças dias mais tarde já no home land para a primeira jornada do Girabola. Sem convencer, empataram novamente a Zero bolas nos Coqueiros .

Chagada a vez da desforra, e quando os técnicos apregoavam a reviravolta em jogos a efectuar na capital contra os adversários das afro-taças, vimos no Domingo dia cinco, novamente um vice-campeão sem estrutura para o voo contra o APR na Cidadela, perdendo por Zero/um, e nos Coqueiros um campeão sem brilho para ofuscar o Civic,vencendo sem convencer por dois/um.

Em resumo às afro-taças foram: um Diamante Chokwe sem Brilho e Uma ASA quebrada sem altitude.

Também sem combustível estão os “idosos” do Petro-Atlético de Luanda, Alhinho e Cia. que já “metem tanta raiva” no Girabola.

Na foto: Palancas negras
Por: Soberano Canhanga

sexta-feira, março 03, 2006

TROCA DE POSICOES


Quando num país tudo o que era principal passa à alternativa, é de admitir...

Imaginem que a TPA mesmo com o seu canal Bis passou a alternativa cedendo o primeiro lugar à Multi-escolha.

Os geradores, que eram alternativos, passaram a número um trocando com a EDEL.

Os carros cisternas trocaram de posição com a EPAL que virou alternativa.
Os autocarros públicos perderam o lugar cimeiro para os kandongueiros. São agora alternativos.

As casas de câmbio e os bancos comerciais perdem contra a eficiência das kinguilas.

As conservatórias e os serviços oficiais do Estado perdem lugar para os falsificadores do Palanca e do Pau Grande do Cazenga no tratamento de documentos essenciais.
E há tantas e tantas troca de posições. Será que só o olhoatento vê isso?


Por: Soberano Canhanga

quinta-feira, março 02, 2006

Pergunta de Março

Por que é que no Carnaval aparecem tantos homens vestidos de Mulher?




Viva a Mulher

Nos tempos do Viva Fulano, hoje, seria um dia de comícios longos em todo o país, com os Vivas que só uns conservam na memória.

Viva Camarada Irene,
Viva Camarada Deolinda,
Viva Camarada Engrácia,
Viva Camarada Lucrécia e
Viva a Camarada Mulher do Comissário municipal ou comunal.

Hoje, 2 de Março, e como estamos no ano de 2006, com tudo mudado, quero sair da sala e gritar apenas pela brecha da Janela.

Vivam todas as mulheres angolanas
Vocês merecem!

Recebam por isso, as flores que não vos dei.


Por: Soberano Canhanga