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sexta-feira, julho 06, 2012

LIBOLENSES "QUEIXAM-SE" AO SOBERANO

Mais Intitutos Médios, para além do PUNIV (da Missão Católica); Extensão do Ensino Superior (Núcleo) e uma Rádio Comunitária é o que a juventude de Kalulo pede aos governantes.

Estas ideias foram coreais nos contactos que mantive com muitos jovens que foram assistir ao lançamento dos meus dois livros na escadaria da Fortaleza.

"Apesar de o municipio ter crescido nos últimos anos ainda tem poucos quadros porque não tem Ensino Médio do Estado nem Núcleo do Ensino Superior", lamentou Joaquim, um jovem bem-falante e que concluiu o curso de ciências sociais no Instituto Pré-Universitário  da missão Católica de Kalulo, tutelada por Salesianos de Dom Bosco.

"Queremos também uma rádio para falar dos mambos cá da banda. Há telefones em quase todo o lado e o municipio está a ter muitas coisas. Se você sai daqui para Munenga ou para Kisongo só vai ouvir a Rádio de Nadalatando. Do Sumbe não se ouve. Queremos ter uma tipo a do Kazenga ou de Viana", desabafou Pedro Miguel, outro jovem que disse gostar de "falar na rádio".

Pude avaliar as reclamações do Pedro ao transitar na rota Lussusso/Ponte do Kuanza onde apenas se pode sintonizar a Rádio Kwanza-Norte. Uma reclamação que na minha óptica se mostra legítima, tendo em conta a necessidade de aproximar cada vez mais a informação aos cidadãos. Pode-se, por exemplo, partir por uma rádio com uma abordagem rural, que traga o que há de bom no campo e leve ao campo (ouvintes) o que é de inovador nas cidades. Aliás, o desenvolvimento económico e desportivo que o Libolo vive já força a existência de uma FM local.

Outra reclamação ouvida tem a ver com os baixos salários auferidos por aqueles que labutam no campo. "Há aqui (Inácio Gabriel apontava para as fazendas ao longe) pessoas que ganham três mil Kwanzas ao mês, enquanto os brasileiros, que só mandam fazer, ganham 7 mil dólares ou até mais".

Não tendo apontado algum fazendeiro pelo nome, embora a direcção (Kabuta) em que apontou nos levasse a deduzir a quem se referia, não pude tirar a estória a limpo, mas fica um apelo aos fazendeiros do Libolo no sentido de valorizem um pouco mais os de casa que apesar da pouca instrução devem estar a fazer muito mais trabalho do que o equivalente a Kz. 3000.

Soberano Canhanga, autor de "Manongo-Nongo" (TamodaEditora, 2012) e "O Sonho de Kaúia" (Mayamba 2010) esteve em Kalulo para apresentar os seus dois livros aos libolenses, por ocasião da 12ª edição do Festi-Kalulo.

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