Fruto de empréstimos, influência de língua locais dos territórios “além-mar” e línguas vizinhas, o português falado em Angola, Brasil, Cabo-Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor Loro Sae diferiu ao longo dos anos em pequena ou mesmo média escala. Basta ver a grafia e a fonética brasileira quando comparada à de Portugal e Angola.
Para tentar uniformizar, sobretudo a grafia da língua portuguesa em todos os “cantos” do mundo, Brasil e Portugal, actores dos acordos anteriores, tomaram a dianteira de rubricar e aplicar a nova forma de escrever. Para já ficam de fora todos os C e P mudos, mas há outras regras como os dias da semana e os nomes dos meses que passam a escrever-se com letras iniciais minúsculas. Ao Brasil e Portugal juntaram-se outros lusófonos, sendo Angola o Estado que “orgulhosamente só” ainda não adoptou a nova grafia (prevista apenas para 2014).
Esse atraso da tomada de posição jurídica também atrasa a nossa relação com a língua que, como se sabe, é dinâmica e irrecusável. Até onde irá o nosso “finca-pé”?
- O país, com essa postura só perde terreno para os outros povos que estarão em 2014 com o novo instrumento consolidado, enquanto nós estaremos ainda a titubear. É, mais uma vez seremos os últimos duma caminhada que já deveria ter começado em simultâneo.
Definição e intervenientes
O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990 é um tratado internacional firmado em 1990 com o objetivo de criar uma ortografia unificada para o português, a ser usada por todos os países de língua oficial portuguesa. Foi assinado por representantes oficiais de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990. Depois de recuperar a sua independência, Timor-Leste aderiu ao Acordo em 2004. O processo negocial que resultou no Acordo contou com a presença de uma delegação de observadores da Galiza.[1]
Para a elaboração do Acordo Ortográfico, entre os dias 6 e 12 de outubro de 1990, reuniram-se na Academia das Ciências de Lisboa as seguintes delegações:[12]
• Angola: Filipe Silvino de Pina Zau
• Brasil: Antônio Houaiss e Nélida Piñon
• Cabo Verde: Gabriel Moacyr Rodrigues e Manuel Veiga
• Galiza (observadores): António Gil Hernández e José Luís Fontenla
• Guiné-Bissau: António Soares Lopes Júnior e João Wilson Barbosa
• Moçambique: João Pontífice e Maria Eugénia Cruz
• Portugal: Américo da Costa Ramalho, Aníbal Pinto de Castro, Fernando Cristóvão, Fernando Roldão Dias Agudo, João Malaca Casteleiro, José Tiago de Oliveira, Luís Filipe Lindley Cintra, Manuel Jacinto Nunes, Maria Helena da Rocha Pereira e Vasconcelos Marques
• São Tomé e Príncipe: Albertino dos Santos Bragança e João Hermínio Pontífice
Para além destes, no Anteprojeto de Bases da Ortografia Unificada da Língua Portuguesa,[13] de 1988, e no Encontro de Unificação Ortográfica da Língua Portuguesa, realizado na Academia Brasileira de Letras, no Rio de Janeiro, entre 6 e 12 de maio de 1986,[14] intervieram ainda: Maria Luísa Dolbeth e Costa (Angola); Abgar Renault, Adriano da Gama.
- O QUE É QUE ANGOLA GANHA?
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1 comentário:
o que Angola ganha ao não adotar o maldito novo Desacordo Ortográfico? É assim mesmo que eu apelido esse acordo ortográfico.
Ganha a minha admiração e o meu respeito, por ser uma nação que não segue a vaca, pois assim Angola não se torna um dos bois de aonde a vaca vai os bois vão atrás.
De um que mora aqui no Brasil.
Atenciosamente, Carlos Henrique Xavier.
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