SEGUNDA VINDA DE CASTRO EM MENOS DE 5 MESES
É inquestionável o apoio técnico e militar dado por Cuba nos momentos mais cruciais da nossa ascendente e jovem República Popular de Angola, perante inimigos tão sedentos e poderosos quantos foram a África do Sul racista e o mobutismo do Zaire (actual RDC). Estes abutres que viam Angola como “um corpo inerte onde cada um devia debicar o seu pedaço”, invadiam-nos de Norte a Sul, apoiados por aliados internos afectos à FNLA e UNITA. Impedir a proclamação da independência a 11 de Novembro de 1975 pelo MPLA e inviabilizar o país e derrubar o regime instaurado por Agostinho Neto era o objectivo fracassado graças ao apoio incondicional de Cuba/Fidel que custou muito suor e vidas.
Estes trechos importantes da História de Angola, não devem, porém, ofuscar uma análise paralela sobre os eventuais descaminhos de “cosa nostra” mal parada em mãos cubanas ou de cubanos. E aqui é chamado o general Ochoa, comandante dos internacionalistas cubanos, que acabou fuzilado a mando de Fidel, depois de terminada a missão. Não se pode deixar de questionar, embora faltem recursos documentais, o paradeiro de nossos eucaliptos, nosso ferro velho e a estagnação “dolosa” de nossas açucareiras e arrozais, para que caíssemos na dependência dos nossos amigos de estimação quanto a estes bens.
E verdade foi, pois ao invés de recuperarem as nossas açucareiras, acabaram por danificar os solos, inundando-nos com o chamado açúcar mulato. Verdade ou mentira, hoje, os residentes das Lundas dizem que o mesmo terá acontecido com os arrozais que pura e simplesmente deixaram de produzir.
E quando vimos o Cda Raul Castro, duas vezes em Angola, em menos de 5 meses, não é ilícito perguntar se o Cda Castro tem vindo reforçar simplesmente a amizade longínqua ou se o interesse tem sido a cobrança da “dívida moral” dos angolanos, que por ser moral, só as gerações vindouras a saldarão.
O “nuestro ermano” do caribe que, reconheça-se, muito nos ajudou e ajuda na educação e saúde, trouxe na bagagem algumas bolsas de estudo para angolanos naquela ilha onde podem fazer mestrados, especializações e doutoramentos nos mais diversos ramos da ciência pedagógica e médica. Diz a média tratar-se de oferta cubana. Será de facto uma oferta sem contrapartida a médio ou longo prazo?
Cuba precisa de recuperar os anos perdidos num comunismo há muito enterrado. Felizmente os seus “devedores morais” deram passos e, com certeza, o país dos Castros precisará de aprender algumas coisas que por lá escasseiam. As lentas cedências ao capitalismo, em que Angola e Namíbia* já navegam, são uma das aprendizagens necessárias. Os castristas precisam também investir fora para receber dólares frescos que os americanos não os dão, daí que o novo internacionalismo que tem as cores médicas e pedagógicas seja uma porta de entrada de divisas. Estando Angola carente de bons construtores e, sobretudo, devido à empreitada do milhar de fogos residenciais, Cuba perfila como o grande ajudador nesse tipo de “serviço social”. Devemos porém olhar para os prédios do Caputo e do Maculusso (Luanda) os prédios do E15 (no Sumbe) e tantos outros construídos pelo país adentro, sem a mínima noção demográfica do angolano, tão pouco esgotos duradoiros para um médio prazo. É preciso que se colham experiências amargas do passado e se corrijam futuros problemas.
E Cuba quer também investir na agricultura. No tempo do comunismo era o principal fornecedor de açúcar ao nível do bloco económico comunista, CAMECON. Essa experiência cubana que devia ser crucial para o “desarollo” de Angola não o foi no devido tempo. E agora que abrimos as bolsas ao agro-business lá vêm eles com a “boa vontade” de poder ajudar e contribuir na produção alimentar... Vamos aceitar, mas de olhos bem abertos para que o nosso Vale do Cavaco, grande produtor de banana, não seja empestado, nem nos induzam ao tabagismo, que vem somando desistências de consumidores em quase meio mundo.
*Note-se que ao mesmo tempo em que Raul Castro “frequenta” Angola, fá-lo também em relação à Namíbia, outro "devedor moral".
Luciano Canhanga
É inquestionável o apoio técnico e militar dado por Cuba nos momentos mais cruciais da nossa ascendente e jovem República Popular de Angola, perante inimigos tão sedentos e poderosos quantos foram a África do Sul racista e o mobutismo do Zaire (actual RDC). Estes abutres que viam Angola como “um corpo inerte onde cada um devia debicar o seu pedaço”, invadiam-nos de Norte a Sul, apoiados por aliados internos afectos à FNLA e UNITA. Impedir a proclamação da independência a 11 de Novembro de 1975 pelo MPLA e inviabilizar o país e derrubar o regime instaurado por Agostinho Neto era o objectivo fracassado graças ao apoio incondicional de Cuba/Fidel que custou muito suor e vidas.
Estes trechos importantes da História de Angola, não devem, porém, ofuscar uma análise paralela sobre os eventuais descaminhos de “cosa nostra” mal parada em mãos cubanas ou de cubanos. E aqui é chamado o general Ochoa, comandante dos internacionalistas cubanos, que acabou fuzilado a mando de Fidel, depois de terminada a missão. Não se pode deixar de questionar, embora faltem recursos documentais, o paradeiro de nossos eucaliptos, nosso ferro velho e a estagnação “dolosa” de nossas açucareiras e arrozais, para que caíssemos na dependência dos nossos amigos de estimação quanto a estes bens.
E verdade foi, pois ao invés de recuperarem as nossas açucareiras, acabaram por danificar os solos, inundando-nos com o chamado açúcar mulato. Verdade ou mentira, hoje, os residentes das Lundas dizem que o mesmo terá acontecido com os arrozais que pura e simplesmente deixaram de produzir.
E quando vimos o Cda Raul Castro, duas vezes em Angola, em menos de 5 meses, não é ilícito perguntar se o Cda Castro tem vindo reforçar simplesmente a amizade longínqua ou se o interesse tem sido a cobrança da “dívida moral” dos angolanos, que por ser moral, só as gerações vindouras a saldarão.
O “nuestro ermano” do caribe que, reconheça-se, muito nos ajudou e ajuda na educação e saúde, trouxe na bagagem algumas bolsas de estudo para angolanos naquela ilha onde podem fazer mestrados, especializações e doutoramentos nos mais diversos ramos da ciência pedagógica e médica. Diz a média tratar-se de oferta cubana. Será de facto uma oferta sem contrapartida a médio ou longo prazo?
Cuba precisa de recuperar os anos perdidos num comunismo há muito enterrado. Felizmente os seus “devedores morais” deram passos e, com certeza, o país dos Castros precisará de aprender algumas coisas que por lá escasseiam. As lentas cedências ao capitalismo, em que Angola e Namíbia* já navegam, são uma das aprendizagens necessárias. Os castristas precisam também investir fora para receber dólares frescos que os americanos não os dão, daí que o novo internacionalismo que tem as cores médicas e pedagógicas seja uma porta de entrada de divisas. Estando Angola carente de bons construtores e, sobretudo, devido à empreitada do milhar de fogos residenciais, Cuba perfila como o grande ajudador nesse tipo de “serviço social”. Devemos porém olhar para os prédios do Caputo e do Maculusso (Luanda) os prédios do E15 (no Sumbe) e tantos outros construídos pelo país adentro, sem a mínima noção demográfica do angolano, tão pouco esgotos duradoiros para um médio prazo. É preciso que se colham experiências amargas do passado e se corrijam futuros problemas.
E Cuba quer também investir na agricultura. No tempo do comunismo era o principal fornecedor de açúcar ao nível do bloco económico comunista, CAMECON. Essa experiência cubana que devia ser crucial para o “desarollo” de Angola não o foi no devido tempo. E agora que abrimos as bolsas ao agro-business lá vêm eles com a “boa vontade” de poder ajudar e contribuir na produção alimentar... Vamos aceitar, mas de olhos bem abertos para que o nosso Vale do Cavaco, grande produtor de banana, não seja empestado, nem nos induzam ao tabagismo, que vem somando desistências de consumidores em quase meio mundo.
*Note-se que ao mesmo tempo em que Raul Castro “frequenta” Angola, fá-lo também em relação à Namíbia, outro "devedor moral".
Luciano Canhanga
3 comentários:
Sem dúvida que vem de " cobrador".No impasse da politica interna, há que buscar balões de oxigénio fora, onde deixaram " recuerdos".Em Angola, à parte os tirosnum dos bandos, que fizeram deslocar o centro da gravidade para um só lado, e nos enfrascaram numa guerra fratricida durante 30 anos, cujos resultados estão longe de serem avaliados, Cuba deixou em solo angolano um sabor amargo de " hermanastro" de mau agoiro.As pilhagens, a tomada de casas e edificios para posteriores negocios, o trafico de toda espécie de coisas pelos castristas que por cá se aguentaram, leva-nos a crer que o Sr.Raúl não terá deste Povo Angolano senão um olhar desconfiado, e algo apreensivo.
OLá, Mesu ma Jikuka!
Gostei do conteúdo do seu blog. Visitarei os outros tb.
No momento estou em férias e um pouco afastado da web, somente até o próximo dia 28.
Continuaremos em contato!
Um grande abraço do
Ricardo Riso
Permita que utilize o seu espaço, para comentar uma noticia publicada no " Angonotícias" intitulada "Como Angola pode ganhar de mãos dadas com Cuba " da " analise" preferido na TPA, pelo Sr. Mário Pinto de Andrade, e " censurada" no espaço de comentários da mencionada publicação online .
Não fora a desonestidade intelectual preferiria comentar a ideia, e não o comentador. A mensagem, e não Mensageiro. Mas neste caso, e como a “ Angola” de hoje é Luanda, e o demais, mais ao menos para ir crescendo, e reparando, e como nesta Cidade toda a gente se conhece, sabemos onde acólita o mensageiro, e a quem aluga a garganta , na sua “ análise”.Continuam teimosamente algumas mentes indígenas, autênticos carburadores de todo líquido que seja etílico, a julgar manhosamente ,que a maioria que não se senta à gamela farta do regime, que exige silêncio cúmplice, bajulação, assentimento incondicional,ou são da “ oposição”, ,logo aspiraram trincar os restos, ou esticam o pescoço de inveja ,por não pertencerem às chamadas“ elites variadas “, todas elas amamentadas pela reles porca corrupta, focinhando no curral da desonestidade e corrupção institucional. Para esta gente, tipo este senhor luzido e bem alimentado, deve ser algo insuportável imaginar que haja nesta cidade gente digna, íntegra, honesta intelectualmente, sem etiquetas partidárias, nem bandos de lacaios. Daí que este mensageiro, dito “ analista” vem regurgitar o que digeriu há anos lá pela Ilha das Caraíbas, essa espécie de Coreia do Norte tropical, e de uma maneira quase insultante ditou cátedra, com voz titubeante, nas “ mais valias “cubanas , em sectores como a construção publica , agricultura, e claro, na sacro santa “ medicina cubana” ,sem esquecer aquilo dos “ professores”, da República dos Castros. Este cavalheiro bem-falante, bem engravatado e submisso ao regime, no seu zelo de desempenhar o papel de vozeirão arregimentado, cognominado “ analista”, sabe que, hoje por hoje ,Cuba é um desastre. Social , económica e politicamente. E não é a oposição cubana em Miami que há que escutar .Todos os indicadores com credibilidade e isenção internacionais, assim o apontam, e a vidinha do dia-a-dia nessa mártir Cuba afiança que assim é. Basta lá ir. Escutar, observar, e concluir. Esse Povo Cubano é prisioneiro no seu próprio País. Aliás, morre de fome. Cada cubano para sobreviver entra no “ faz-de-conta”.É ver quem se desenrasca, e a delinquência campeia. Já não são larápios os filhos da “Revolução”, são sobreviventes. E “irse del país” es el “sueño cubano” . Máxima aspiração de qualquer “jovem filho-de-ninguém”em Cuba. Um só exemplo, e nada me move contra o leal e alegre Povo Cubano, mas sim ao regime lá implantado,aqui já ensaiado, e tão badalado pelos ex-bolseiros cubanos E termino com uma afirmação, entre outras tantas, hoje. 24 de Julho do ano da desgraça de 2009 : o Povo Cubano vive com o racionamento de quase ( e este quase , é mesmo quase ) todos os bens de consumo. Alinha Cuba com a Coreia do Norte , e Birmânia ,no modelo de racionamento, e no trato cívico, politico ,e económico, aos seus cidadãos. E são estes os modelos a impor à nossa juventude, no ensino e na formação profissional ? É uma firmação, entre muitas outras .Que o desminta o “ nosso analista” .Um rogo para finalizar ;não nos insulte, “senhor das análises telecomandadas”.Somos Angolanos, mas não temos por que ser idiotas, nem iletrados( tome nota )."
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