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quinta-feira, dezembro 10, 2009

MPLA: PRESIDENTE LEGITIMA-SE COM VOTO SECRETO MAS PERDE UNANIMIDADE

Uma das críticas que se faziam ao presidente do MPLA, José Eduardos dos Santos, era o facto da sua eleição ter sido sempre feita por mão levantada, o que colocava uma grande subjectividade ao processo, uma vez que ninguém queria ser conotado com o contra, levantando a mão em sentido oposto, ou seja, votando contra.

Atento às críticas, quis JES que desta vez, embora apresentando-se como candidato natural e único ao pleito, fosse confirmado por voto secreto dos cerca de 1900 delegados presentes ao VI congresso do MPLA.

Foi bom ver o renascer ou fortalecer da democracia interna no maior partido angolano. Com esta proeza, JES pôde também ganhar, entre os selectos delegados, uma trintena de vozes discordantes com a sua direcção, brindando-lhe um voto negativo.

Lidos os números, no que tange à diferença abismal entre o SIM e o NÃO, muitos podem considerar insignificantes os votos oposicionistas que são, a meu ver, um bom sinal de que que já "nem todos cantam a mesma música". Um sinal que não deve ser menosprezado pelos feitores da “home politic” e pelos politólogos. Importante é também a forma inovadora no Partido que a estender-se aos demais fóruns electivos pode, a médio e longo prazos, criar outros efeitos.

A JES elogia-se também a abertura e coragem demonstradas ao submeter-se ao voto secreto, indicativo de que o homem está pronto para uma “peleja” em igualdade de circunstâncias com os outros contendores nas presidenciais de 2012.

No final das contas deste Processo Orgânico, outra nota importante a realçar é o facto de a OMA - organização feminina do MPLA -  ter conseguido 2 Primeiras  Secretárias Provinciais do Partido (Lunda Sul e Namibe) e mais 10 Cdas no Secretariado Executivo Nacional do Partido, elementos suficientes para aqui dizer-se, e bem alto,

Bem haja MPLA!

2 comentários:

Anónimo disse...

todos os delegados ao congresso foram indicados pelo mesmo senhor q dirig o partido. esses vinte e 6 malditos que deram o nao ao presidente do partido tiveram uma coragem que ficará na história. num futuro próximo quando houver liberdade de expressao e sairem da toca serão os novos herois da democracia interna no partido.

se houvesse dois candidatos a líder do partido aí é q se via a derrota de Eduardo dos Santos, o feitiço devia virar-se contra o feitiçeiro

Anónimo disse...

Raúl Araújo no seu livro (tese) intitulado "O Presidente da República no sistema político angolano"escreve:
“Ao longo dos anos de existência da II República, o Chefe de Estado em Angola tem acumulado os poderes de um Presidente americano e os de um Primeiro-Ministro britânico, ou de um Chanceler alemão”. Ou “o Chefe de Estado em Angola detém poderes próprios que se estendem a todas as esferas do poder político. Existe como que uma «monarquia republicana»”.

Quem tiver o livro faça bom proveito dele e compreenda JES.