Translate (tradução)

domingo, junho 21, 2009

UMA ESCOLA DE ANGOLANIDADE

Conheci, na década de noventa do século ido (XX), um oficial do exército angolano, pai de dois casais, na altura, com nomes "estranhos".

Era eu professor/superador numa sala improvisada no meu quintal, ao Rangel. Assim conheci os 4 menores que tinham orgulho dos nomes por que respondiam, numa altura em que ser apelidado de Canhanga era motivo de xacota por parte da inculta sociedade luandense. Os meus alunos respondiam orgulhosamente, e faziam questão de apresentar-se por: Quilombo, a mais velha; Ebo, a mais nova; Mundombe, o rapaz mais velho e Ngonga, o caçula.


Pensar como pensavam naquela altura o casal Luisa e Quilundumuna era obra! Hoje, felizmente, já se nota o retorno às origens que se não fosse a nossa hipocrisia em pretendermos ser mais católicos (nomes santos) do que os romanos nem teríamos necessidade do retorno à casa cultural, pois teríamos preservado os nossos valores, as nossas nomenclaturas e a nossa cultura.


Os nomes identificam os povos. Um Issá nos leva aos árabes, um José à Europa e um Dan Gan à Ásia... e para nós africamos os nomes têm significados próprios.



Aos meus antigos alunos e seus pais, pelo orgulho demonstrado num tempo difícil, a minha vénia!


Sigamos-lhes o exemplo.

Se você tem um nome africano, e com significado, deixe aqui o seu comentário e outros nomes que conheça.


Luciano Canhanga

2 comentários:

Anónimo disse...

Eme kajila=Sou o passarinho.

kanuthya disse...

Não tenho nome do continente-mãe, só alcunha :)
Mas venho só dizer que nasci nessa freguesia da escola-vida improvisada no quintal :)
abraço grande!