Em 1996, em Luanda, choveu aos cântaros. As ruas do Rangel e de outros bairros estavam literalmente inundadas e encharcadas, não havendo porções de terra firme e seca para se pôr os pés calçados em sapatos ou ténis.
Como era "proibido faltar às aulas da Professora Gabriela Antunes (ALA, Inglês e Português), um jovem (de primeira caminhada) que estudava no IMEL e vivia no Rangel, Comite Njinga, decidiu calçar botas de chuva e fazer-se à escola. Para o seu espanto, em vez de os colegas se jogarem contra a administração que não cuidava do saneamento, atiraram-se, em estigas, contra o colega. Um fraco teria desistido de frequentar as aulas, mas ele, focado, seguiu o seu rumo.
"Chover é obra da natureza" e chove em todo o lado. Em outras paragens, a administração, através de trabalhos de engenharia hídrica, cuida de encaminhar as águas pluviais a córregos naturais e valas artificiais que as conduzem ao mar ou outros canais de recepção. Não acontecia no Rangel.
Em vez de se atacar o culpado pela situação de intransitabilidade nas ruas do Rangel e em outros bairros de então, atacou-se a vítima. E parece que procissão continua.
O jovem estigmatizado é hoje o Soberano Kanyanga
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