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sexta-feira, outubro 25, 2019

ENTRE A PRIMEIRA E ÚLTIMA VEZ

Retrógrado. Dir-me-ão, alguns, no final da prosa.
Não sou de ir muito ao Brasil, embora nutra uma proximidade cultural com o pais de Salvador Correia de Sá e Cia.
A primeira vez que fui ao Brasil, São Paulo, foi há 13 anos e o país era governado pelos esquerdistas capitaneados pelo presidente operário-sindicalista Lula da Silva. Estava no seu primeiro mandato e procurava implementar as políticas socialistas de "maior previdência social e busca de equilíbrio entre os que tinham muito e aqueles que nada tinham".
Limpava-se o "lixo social" deixado nas ruas pela ferocidade do capitalismo. Era início de uma era que foi aplaudida por uns e repudiada por outros, os que estão hoje no poder, olhando para o bolso e não se importando com os que encontram consolo apenas na benevolência da rua e seus transeuntes. É assim o capitalismo. "Não há pão para malucos"!
A minha segunda ida ao Brasil, como disse acima, acontece sem Lula, sem Dilma (deposta pelo capital) e sem os socialistas/esquerdistas. Muitos assobiaram para o lado, quando a política distributiva foi deitada pelo ralo. Alguns regaram-na com rebuscados dislates, antes de atearem fogo sobre ela e cantaram encômios ao retorno do "salve-se quem puder"!
E é o que pude assistir. Com os impostos, de que a direita nunca abdica, as ruas estão limpas, com poucos descartáveis (tirando bitucas de cigarros). Porém, um olhar atento leva a concluir que há mais vida humana mendigos do que antes. Esse "lixo social" não descartável, pois é vivente e pensante, precisa ser solucionado com políticas sociais que olhem para os que pouco ou nada têm. Há gente que, empurrada para a indigência, "única contribuição válida que tem (de momento) é gerar prole" para uma sociedade (urbana) que pisca ao envelhecimento. Ao mínimos, dêem-lhes tecto e comida para produzirem seres humanos em local com dignidade. Encontrar famílias habitando ao relento, na Avenida Paulista, devia, no mínimo, ser considerada "uma vergonha nacional" da direita governante.
Não basta, digo, retirar das ruas sacos e papéis. É preciso também cuidar dos pobres e mendigos que aumentam dia após dia, com a "morte do socialismo!"

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