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domingo, agosto 24, 2008

O LIBOLO E AS PALMAS QUE O POVO BATE


Nas comunidades rurais uma das manifestações de regozijo consiste nas salvas de palmas. E é exactamente isso que os angolanos do mar ao Leste e de Cabinda ao Cunene têm feito nos últimos dias, em função da reposição e criação de alguns bens e serviços essenciais à sua existência.

No Libolo também é assim: O Governo faz e o povo bate palmas em gesto de agradecimento.

Depois da reparação das principais estradas que foram reasfaltadas e outras asfaltadas pala primeira vez, como a que vai à comuna da Cabuta, o executivo cuida agora dos acessos terciários. Antigas picadas legadas por décadas ao esquecimento, recebem agora obras de terraplenagem, ao passo que muitas aldeias e pequenos aglomerados populacionais anteriormente atingíveis apenas por atalhos pedestres recebem agora visitas de automobilistas. “Não está ainda como no tempo colonial, mas o povo já está muito contente”, disse Cornélio Njamba, 78 anos, entrevistado na Aldeia de Pedra Escrita.

Na comuna da Munenga, por exemplo, as aldeias de Calombo, Bango de Cuteca, Kipela entre outras, que há muito não ouviam o roncar de um carro, os aldeões têm hoje as vidas facilitadas no que diz respeito às deslocações e escoamento dos excedentes das suas produções agrícolas para os mercados do Dondo e de Luanda. A picada está reabilitada e contou com a colocação de novos aquedutos.

Quem conhece o passado recente destes povos descobre hoje, e com facilidade, um novo sorriso. A nudez aos poucos desaparece. A má nutrição aguda e as anemias entre as crianças vão passando para a História e a língua que nos une, o português, já é falado em todas as casas e por todas as crianças, independentemente da origem e formação dos seus progenitores. “Hoje, bailundos e kimbundos estamos todos unidos e os nossos filhos só aprendem português”, confirmou Maria Massaca.

As autoridades e as comunidades organizadas vão fazendo o que podem e os beneficiários batem palmas, mas como não há bela sem senão, faltam ainda escolas e postos de saúde em muitos aglomerados populacionais, como o da Pedra escrita que conta com mais de 2000 habitantes, entre adultos e crianças.

Aqui, o secretário da aldeia diz que o povo já cumpriu com a unificação do povoado, restando do governo a construção de uma escola definitiva e de um centro médico. “Fruto dessas carências, muitos adolescentes e jovens não sabem assinar os seus nomes, assim como muitas doenças são tratadas por enfermeiros com competência duvidosa”, disse a terminar Martinho Pambasanje.

Para afogar os lamentos surgem os fins-de-semana futebolísticos com o Recreativo do Libolo a elevar a alegria dos libolenses. O seu embaixador no Girabola (Primeira divisão do Campeonato angolano de futebol), que na 19ª jornada foi a Benguela derrotar o Primeiro de Maio por 0-1, é já o símbolo de unidade de todos os libolenses e Kuanza sulinos em geral.

Luciano Canhanga
(Na foto a vila de Calulo)

2 comentários:

Anónimo disse...

E o nosso representante continua a dar alegrias. No dia 30 "despachou" o temível D'Agosto por 3-2, em jogo pontuável para os quartos de final da taça de Angola. Depois de ter "levado ao esquecimento" o Petro de Luanda, derrotando-o em plena cidadela, nos oitavos, desta feita "calou a boca" aos detractores agostinos que nunca engoliram o empate consentido na segunda volta do Girabola.
FORÇA LIBOLO!!!!!!!

Anónimo disse...

Artigo publicado no semanário Cruzeiro do Sul, edição de 27 de Agosto de 2008.