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quinta-feira, maio 01, 2008

RECONTRUÇÃO, INCIDENTES E ACIDENTES

(Crónica de viagem)

Aos poucos o país se vai cicatrizando. É tanta obra que não se sabe quando vai parar, como musicado por Yuri da Cunha. De norte a sul e do Oeste ao Leste cruzam-se caminhos. Vêem-se novas infraestruturas que brotam. Umas surgindo do nada e outras de antigos escombros.

Trabalhos de manutenção correctiva e preventiva também acontecem um pouco por todo o país. As novas estradas, talvez por se constituirem em novidade dos nossos tempos, tornaram-se “caminhos da morte”. São inúmeros acidentes registados todos os dias no país. Se ontem eram as minas e os buracos, hoje é a velocidade e a imprudência que mata.

Defendem os automobilistas, sobretudo os camionistas, que a noite é mais cómoda para a condução, embora as estradas não estejam iluminadas e completamente sinalizadas. Eles são os donos do ofício e não há que inventar argumentos contraditórios. Só não encontro motivos para a pressa e a imprudência que causam tantos acidentes em estradas novas. E mais. Ao lado dos acidentes perfilam também os incidentes.

Próximo do Waco-Kungo encontramos essa máquina retro-escavadora (na foto) que acabou por cair num buraco por ela mesma efectuado quando desentorpecia um aqueduto. Para retirá-la, a circulação teve de ser interrompida durante mais de uma hora. E mesmo assim não se resolveu a situação. São horas e recursos que se perdem. Milhares de kuanzas e muitas vidas, sobretudo, em acidentes de viação. Esta mesma estrada, a EN120, levou o nosso Armando Gomes “Culau” e muitos outros condutores anónimos. Mais prudência, meus senhores!



Luciano Canhanga

4 comentários:

Anónimo disse...

É verdade, a velocidade leva todos os dias centenas de pessoas.... O Calau foi só mais um que nos deixou e deixou muito tristes.
Obg. Por lembrares aqui.
São

Anónimo disse...

Oi!
Eu vi agora o comentário que você deixou lá no blog sobre "A primeira a gente nunca esquece". Gostei.

Então foi do Patissa que você me achou?
Eu achei o blog dele por um acaso e como eu disse lá, o que eu mais gosto é de aprender. Tô achando muito interessante esse negócio de sair catando pela internet algo que sirva de alimento pro cérebro!
=D

Sobre a matéria, o que ta rolando por aí não é muito diferente daqui no Brasil! Principalmente no estado em que eu moro.
As estradas tão se tornando o pior lugar pra frequentar. Não sei traduzir isso em números, mas sei que é grande a quantidade de pessoas que morrem nas estradas e que a maioria são exatamente os pedestres, por imprudência dos motoristas e dos próprios também.
Mas o que me irrita mais é o fato de que o número de assaltos nas estradas ta aumentando assustadoramente. Os assaltantes se aproveitam das estradas em más condições para fazer barricadas e furtar os pertences de todos no veículo. Isso significa que eu que moro na capital fico com o pé atrás na hora de pensar em ir pro interior ou visitar outros lugares sabe?
O governo daqui se preocupa mais em sair duplicando as estradas do que fazer a manutenção delas.

Bom, fazer o que, né?
Enquanto isso só resta esperar um milagre pra esses problemas se resolverem, porque eu sinceramente não sei o que eu posso fazer pra amenizar os problemas.
Talvez só eu virando pedreira ou justiceira. Vai saber.

beijos

Carlota Vasconcelos disse...

Olá, Mesuma! Fiquei muito feliz em ver seu comentário no meu blog. Quanto ao seu post, é muito bom saber que estão cuidando de revitalizar o país. Angola e Brasil têm raízes parecidas (ambos foram colônias de Portugal), na agricultura também temos semelhanças, a língua oficial também é o português, enfim. Mas sei que as cicatrizes de Angola são mais recentes, a guerra civil foi algo terrível (mesmo de longe, a gente sabe o quanto é doloroso, em muitos sentidos). O que vale afirmar, é que Angola é um país forte, de uma riqueza cultural extraordinária. Dia 25 de maio é feriado por aí, não? Prometo preparar um post especial para homenagear o Dia de África. Abraços, boa sorte, parabéns pelo blog e até breve!! =D

Anónimo disse...

Obrigada!
Continuo a lê-lo com muito interesse.
Não estive em Angola, mas sou apaixonada pela literatura africana e pelo Sul do mundo!