(Andando por Cape Town)
Esse "warning" |Don't rubbish our roads| muito nos serve e, se calhar, mais a nós do que a eles que grande parte da população juvenil e adulta já sabe que "as ruas e a higiene colectiva são para manter e preservar".
Nem os "bígamos", casados com "Mari & Joana", que por cá abundam, ousam em deitar as beatas em qualquer lugar ou nos contentores plásticos que se acham em boas quantidades ao longo das vias urbanas.
Os causadores de incêndios, urbanos ou florestais, são exemplarmente castigados e a fama corre, anos afim, em suas "villages" ou "contryside" de origem onde a moral pública não tolera desacatos à ordem social estabelecida.
Quem quererá ser rotulado como causador de um dano moral público repugnante que tenha chocado a sua família e a comunidade? Há honra a preservar!
Nós, por cá, nas passagens superiores os pedestres efectuam desavergonhadamente as suas travessias sobre a plataforma (via) confiada aos automóveis e, como se as nossas caras fossem tão largas para que nelas não coubesse sequer uma réstia de vergonha, já que sobre valores alguns entendem apenas de pecúnia, alguns agentes reguladores do trânsito automóvel ainda se dão ao desplante de pararem o trânsito para que os preguiçosos e violadores de normas atravessem a via como manadas. Os contentores plásticos, já insuficientes, são queimados por fogo posto. As rodas dos contentores plásticos e metálicos são simplesmente roubadas e vendidas aos olhos dos agentes de segurança e ordem públicas. As redes separadoras das vias como a 21 de Janeiro e Deolinda Rodrigues são desmanchadas, roubadas. Os bens públicos destruídos sob a inacção de quem tem a segurança como tarefa e silêncio dos que deviam denunciar, mas aplaudem com os glúteos. Só mesmo em terra "nostra"!
Mas, isso tem de acabar! Como?
1. Educação da nova geração por via de debates e conteúdos académicos;
2. Informação da sociedade em geral, por via de anúncios em media, panfletos e outdoors;
3. Punição, por via de multas administrativas (quando seja possível), trabalhos sociais (temos muitas fossas por desentupir e "montanhas" de lixo por desbastar e valas por desassorear.
4. A cadeia remota (a exemplo de Bentiaba ou outras colónias que devem ser criadas para os criminosos perigosos e reincidentes) não é excluída nesse exercício.
Afinal, fomos dotados de semelhantes capacidades intelectuais e desejo de usufruto de vidas seguras e sadias. Rebuçados e porrinhos, quando bem doseados, podem ser bons suplementos!
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Texto publicado pelo Jornal de Angola, 27.04.2025
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