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quarta-feira, abril 18, 2012

A MINHA RELAÇÃO CONFLITUOSA COM AS MOTOS

Por que me perseguem as motorizadas?

Em menos de nove meses, três foram os acidentes e incidentes com motorizadas. O primeiro aconteceu a 25 de Junho de 2011, em Luanda. Estava a atravessar a estrada. O agente regulador mandou parar o trânsito, mas lá vinha um guineense de Conacri, sem licença de condução nem passaporte, projectando-me contra uma viatura. Por pouco não fui dessa para melhor! Benevolente, embora tivesse retido a motorizada em minha casa, acabei por devolvê-la ao dono sem outras exigências ou denúncia à polícia.
A segunda foi na segunda semana de Janeiro de 2012. Dirigia-me ao Centro Integrado Zwo Lyetu, em Saurimo. Na passadeira, junto à escola do Kandembe, liguei o intemetente e parei o carro para deixar os alunos atravessarem a estrada. Distraído, como disse, um jovem que não possuia nenhum documento embateu contra a parte traseira da carrinha que eu conduzia, quebrando o stop. Por sorte, havia um polícia trânsito na cercania que rapidamente cuidou do assunto. Levamos a motorizada e o jovem à esquadra mas o polícia de transito de Saurimo não pôde responsabilizá-lo. Inicialmente o jovem comprometeu-se em ressarcir os danos provocados na carrinha, mas depopis de uma conversa entre o jovem e o agente que cuidava do caso (em língua nacional Cokwe) o assunto ficou  em águas de bacalhau. E o polícia subiu mesmo "à cátedra da sua petulância", aconselhando-me a levar o jovem (eu sozinho) à sua família para que se responsabilizassem dos danos... Foi todo o dia perdido na esquadra sem que me fosse passado um papel sequer a atestar que estive na esquadra por causa de um rapaz que embateu na carrinha.

A terceira foi a 16 de Abril. Saia da Faculdade para casa quando um rapaz montando uma motorizada, êbrio e em contra-mão, veio ao encontro da carrinha conduzida por mim. Dada a eminência do perigo imobilizei a carrinha mas, mesmo assim, o jovem, qual suicida, jogou-se frontalmente contra a Hilux, estatelando-se depois no asfalto, já sem noção do que se passava à volta. Mais uma vez havia um agente regulador de trânsito que rápidamente chamou reforço, evitando assim que a viatura fosse vandalizada, como é hábito destes povos. Levado o motard ao hospital, na companhia de dois polícias de viação e trânsito (21h30), fui depois  solicitado a passar pelo local do sinistro onde recolhemos a motorizada em direcção ao comando policial. Até aqui parecia tudo a correr bem, se não fosse a solicitação dos meus documentos pessoais e da viatura, passando eu de vítima a vilão. Foram horas de sofrimento. Pior seria se não tivesse recebido a visita de Adão Diogo e esposa e da jornalista Flávia Massua e irmã; Se não tivesse, do lado de fora da esquadra, o sempre presente Elias que se desdobrava em contactos; Se não tivesse o Zeca Fernandes a fazer outros contactos para minimizar a minha dor; Se não tivesse enviado um sms ao D.M. que no dia seguinte permitiu a devolução dos documentos... É que o polícia alegava, inicialmente, que era preciso acompanhar a evolução clínica do moto boy que na manhã do dia seguinte já andava com os próprios pés, para depois alegar que "o jovem não tem possibilidades e o chefe tem de o ajudar"! Ora essa. Ainda tentei concordar. Quem sem culpa sente a milímetros o cheiro nauseabundo da cadeia, quem fica misturado no quintal da polícia com pilha-galinhas e criminosos é capaz de aceitar uma proposta dessas para se ver livre da situação constrangedora. Mas, por sorte minha, quando me preparava para pedir dinheiro emprestado e "ajudar" o jovem ferido (via polícia), ligou-me o DM a saber da minha localização. Informei-o que estava na polícia porque ainda não me tinham devolvido os documentos, mesmo estando o jovem já fora do hospital. Desconheço as diligencias feitas pelo DM, mas só sei que aqueles que condicionavam a minha "soltura" ao pagamento de uma "coima" tinham já os lábios secos. Trocaram informações baixadas eventualmente pelo seu chefe e os documentos me foram devolvidos minutos depois. O dia já tinha mais de metade do seu tempo.

Mais do que esta narração dos três casos acidentais que tive envolvendo motorizadas, o prgunta que persiste é: por que razão as motas me perseguem?

4 comentários:

Armando Graça disse...

Resposta fácil, meu filho!

As motos e outros veículos de duas rodas só perseguem gente de bem, porque as outras estão na condução...

Estou a tentar gracejar, mas esses problemas são muito sérios.

Por um lado a impunidade e, por outro, a incompetência flagrante de quem era suposto cumprir e fazer cumprir a Lei.

A inconsciência e leviandade dos motoqueiros, não aceito, mas entendo...

Tudo o que vem a seguir é completamente incompreensível!

Adriano Berger disse...

É como eu penso, meu amigo: motocicleta não é um veículo perigoso como tantos dizem... perigoso é o motociclista!!

Grande abraço, e boa sorte no transito, rsrsrs

Adriano Berger

Edson Macedo disse...

Meu camarada. Sei bem o q é passar a culpado pela petulância da polícia. Já me aconteceu e ainda queriam que eu pagasse a medicação elevasse comida ao "carcamano". Estás mesmo a ver eu Edson Macedo, de Malange a aceitar uma coisa dessas. O tipo é q vem contra o meu carro que estava estacionado, eu fora do carro no multicaixa e o polícia q estava pertinho achava q ainda tinha q ir para o hospital dentro do meu carro. Ele achava, porque deve er pensado q o carro me tiha sido oferecido ou pela polícia ou pela mãe dele, que eu deveria de meter aquele frasco de alcool puro dentro do meu carro. Acredita meu caro, que desde esse dia, posso vê-los caídos que não levo ninguém. O meu falecido pai uma vez socorreu um motoqueiro que tinha sido varrido por um Patrol e quando chegou ao hospital eram os documentos dele que queria deter "porque senão o chefe vai sembora e o jovem fica sem assistência". Só neste país é q acontecem coisas destas. Também é só ver como estamo`s... afinal, diz-me quem te governa que te direi quem és e como vives...

Soberano Kanyanga disse...

Omeu mio obrigado ao Armando Graça, Adriano Berger e Edson Macedo, pelo carinho e amizade.
É que se as motas voassem iriam ao meu encontro dentro do avião... Estou passado com os motoqueiros e os pol+icias que lhes dão guarita quando deviam desencorajar condução elegal e sob efeitos de alcool. O "carcamano" que devia pagar os danos na minha carrinha acaba sendo ele o heroi do filme. É uma pena que assim seja. Desta feita nunca teremos ordem na estrada. Nunca se desencoraja os prevaricadores... Nunca seremos PAÍS!