Depois da morte de Ekwikwi IV do MBALUNDU nada será como dantes naquele reino. Augusto Kaciopololo, falecido a 14 deste mês, era um rei com filiação partidaria bem definida e ostentava um cargo de soberania, deputado a assembleia nacional, pelo MPLA.
Agora que "o coração do rei deixou de bater", estando, segundo a tradição, a caminho da morte, que no caso equivale à separação do cránio do resto do esqueleto, as atenções das pessoas e o "bilo" entre os interessados recaiem a quem o vai substituir no trono do reino de Mbalundu.
Na corrida, como é de prever, entram inquestionavelmente a UNITA e o MPLA. O partido da oposição porque tem o planalto central angolano como a sua maior praça eleitoral de sempre. Depois do amargo de boca que foi, para os homens do Galo Negro, o reinado de Kaciopololo Augusto, não estarão interessado em repetir a dose que seria, no caso, encarar a possibilidade de ver intronizado um outro rei que não seja de sua simpatia ou que vista uma camisola que não seja a sua.
O partido da situação, o MPLA, depois da vantagem que teve/tem no terreno que foi o de ter um rei- militante e que contribuiu com o seu dinamismo como cabo eleitoral, conduzindo à vitória conseguida em 2008, quererá, como é de admitir, repetir a ementa, colocando ou fazendo colocar no trono um rei-de-vermelho-preto-e-amarelo.
Há ainda um terceiro grupo de pessoas académicas, conseravdoras da tradição e costumes bantus e com equidistância política que pretendem um rei apartidário, para manter a pureza do reinado. Esses argumentam que "o rei deve colocar-se acima dos interesses político-partidários e ser figura aglutinadora do povo mbalundu, independentemente das convicções políticas dos seus súbditos".
E, como quem ganhar o rei ganhará eleitores, a ver vamos, se desta vez quem levará da melhor entre o MPLA e a UNITA (principais contendores) que em Setembro voltam às urnas para a escolha do parlamento e Presidente da República, num escrutínio do tipo "paga um leva dois" ou seja, em um único boletim escolhe-se o partido e o Presidente da República.
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