Angola, apesar de pouco habitada, debate-se com a existência de numerosas "pequenas comunidades rurais" que se defrontam com carências de vária ordem como: crianças fora do sistema de ensino, assistência médica, água potável, entre outras.
Os governantes estão atentos a isso e tudo fazem para inverter a situação, mas a dispersão de pequenas comunidades isoladas umas de outras dificultam a instalação de equipamentos sociais comunitários.
"Há aldeias com apenas vinte famílias ou menos e distanciadas das outras por muitos quilómetros. Como construir uma escola numa aldeia com mennos de 30 crianças"? A pergunta de um governante (identificado)triste com o que viu ilustra bem o longo cxaminho que há por trilhar para que o bem-estar social chegue aos confins do território.
Para esta empreitada os sobas (autoridades tradicionais) são chamados a pôr de parte os seus antagonismos e egoísmos, juntando as comunidades de modo a torná-las numerosas e possibilitarem a instalação de escolas, centros ou postos médicos, fontanários, postos policiais, campos para a prática desportiva e outras benfeitorias.
Um dos modelos que está a ser ensaiado, e que pode trazer bastante sucesso na operação de aglutinação de comunidades, é a manutenção dos sobas das anteriores aldeias geminadas.
"Os mais velhos continuam a ostentar o título tradicional, a usufruir dos mesmos direitos perante o seu povo e o Estado, mas abandonando o aldeia e juntando-a à outras(s). Só assim consegui(re)mos ter aglomerados suficientes para a extensão dos serviços básicos de educação, saúde e água para todos. Doutra forma, avança a fonte, continuaremos a ouvir as mesmas reclamações e a prometermos soluções sem nunca as atingirmos" disse o responsável político a que vimos citando.
Províncias como o Kuanza-Sul e Lunda Sul já trabalham neste sentido, apelando as pessoas que vivem em aleias minúsculas a juntarem-se a outras de modo a engrossar o efectivo populacional. Pedra Escrita, no Libolo (Kuanza Sul), é um exemplo bem conseguido de aglutinação de pequenas aldeias anteriormente dispersas e já conta com uma escola de treis salas de aulas, um jango cmunitário e um posto médico em construção, ganhos impensáveis a anos quando as comunidades que constituem a actual aldeia estavam ainda espalhadas pelo sertão.
Na Lunda Sul, nasce na localidade de Muandoji (município de Saurimo) uma nova aldeia geminada com a de Caíta e estão em construção uma nova escola, um posto médico, posto policial, campo para a prática de despostos de salão, fontanário e outras benfeitorias. As autoridades desdobram-se em apelos às outras populações para se juntarem e constituirem bairros maiores "que permitam o governo trabalhar". É essa a luta que deve ser levada a cabo em todo o interior de Angola e são esses os caminhos, a meu ver, por que deve passar o Desenvolvimento Rural.
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