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terça-feira, agosto 10, 2010

FALTA DE CRÉDITOS E ALFAIAS DIFICULTA AGRICULTURA NA MUNENGA

Os agricultores da comuna da Munenga, no municipio do Libolo, clamam por créditos e alfaias agrícolas para reactivar as enermes fazendas e coo[erativas abandonadas.

A Comuna que faz fronteira com Kambambe (norte) e Kibala (sul) foi em tempos um grande produtor de milho, mandioca, citrinos, dendém, sisal, gado entre outros produtos agropecuários. Hoje a produção se restringe à subsistência e alguns pequenos excedentes comercializados nos mercados de Dondo e Luanda.

Fazendas como Israel, Kangulo, Roussel, Kimbangala, Sanguiça, Costa Campos, entr eutras, estão houje votadas ao abandono, motivado pela guerra, e descapitalização dos novos proprietários muitas delas correndo o risco de perder todos os plantios até então realizados, por inexistência de picadas para conter os fogos.

Segundo Jaquim Guilherme, sócio da cooperativa Kananvale que congrega cinco cooperantes e uma área de cinquenta hectares, vários contactos foram mantidos com a administração municipal no sentido de se potenciarem os agricultores com micro-créditos e alfaias agrícolas, mas até ao momento não se passou das intenções.
"Mandaram-nos legalizar a cooperativa para termos micro-créditos do Banco Keve. Pessoalmente fui ao Sumbe (capital do Kuanza-Sul) tratar dos documentos e o croquis que estão a apodrecer...",disse visivelmente agastado.

Segundo o interlocutor, o Banco Keve, único a operar no município, só concede créditos àqueles que já têm dinheiro. "Até os tractores da MECANAGRO foram distribuídos aos fazendeiros do Luaty (comuna sede) e quando fomos para lá (em Calulo, sede municipal) pedir apoio das máquinas nos mostraram os tractores já em cima das pedras", desabafou.

Constatações na aldeia de Pedra escrita (comuna da Munenga) dão conta do estado de abandono de mais de quinze fazendas que até aos anos oitenta eram produtivas. Muitos dos antigos proprietários faleceram, ou ficaram arruinados e os herdeiros e ou novos detentores de títulos estão sem meios técnicos e financeiros para retomar a produção agropecuária.

Fazendas como Sangana, Alto Muxixi, Israel e Madame Kassenda, perdem todos os anos enormes extensões de cafezais e palmares devido à queimadas e falta de potenciamento dos cooperantes e novos donos.

Os populares da região que abrange as comunidades de Katoto, Samba Karinge, Tumba Grande, Kuteka e Muxixe também clamam por micro-créditos ou intervenção da Mecanagro no desbravamento de terras para aumentar  as lavouras. "O dinheiro até que podemos arranjar, mas faltam mesmo tractotres para alargar as lavra", lamentou o soba do Kuteka, Manuel Ganga.

Joaquim Guilherme
No tocante às inovações, um aviário e um matadouro foram instalados nas margens do rio Mukonga, na Munenga, que conferem uma nova imagem industrial. A comuna possuía em tempos idos, para além de inúmeros engenhos artesanais, uma cerâmica e uma fábrida de sabão.

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