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sábado, março 27, 2010

COM O PÉ NA ESTRADA

Choveu em Luanda no dia 14.03.2010. Para além das quatorze mortes anunciadas e das destruições e obstruções, as consequências mais visíveis têm sido os congestionamentos e as marchas. Por que será?

A construção de vias estruturantes na capitaldesde 2007 trouxe aluguma fluidez ao transito automóvel em vias como a da Samba, Pedro de Castro Loy, Ngola Kiluanje (até à cervejeira Cuca), Benfica-Viana-Cacuaco, Praia do Bispo, entre outros trechos. Porém, muito há ainda por fazer, pois a precariedade da drenagem de muitas estradas (novas e velhas) e a falta de manutenção podem levar ao desmoronamento do “império em construção”.

Se tivermos que reflectir sobre o serviço de transporte público e a circulação automóvel em Luanda há, dentre vários factores a ter em conta alguns se tornam importante reter:

1- O Governo Central fez avultados investimentos em termos de aquisição de autocarros para o serviço público de transporte de passageiros, cujas viaturas foram distribuídas à empresa pública TCUL e outras privadas, muitas criadas no calor do CAN.

2- Muitas rotas indicadas aos operadores deste serviço de transporte público têm as estradas muito degradadas o que acelera a obsolesc6encia dos meios e o baixo rendimento dos mesmos.

3- A não conclusão, até agora, de muitas das obras em curso provoca grandes congestionamentos ao transito automóvel , consequentemente diminui a rentabilidade dos autocarros e o recurso à marcha.

4- Há em Luanda apenas uma via ferroviária e com um único sentido, o que o torna incapaz de atender a população de Viana ao longo do percurso.

5- Nas vias expresso já concluídas ou em fase conclusiva faltam portais de ligação às demais estradas em bom estado, faltando também a distribuição de transportes públicos pelo interior dos bairros.

6- Nota-se a ineficácia dos transportes públicos chegarem o mais próximo possível do utente pelas razões combinadas acimas descritas.

Em resumo: enquanto se mantiverem os constrangimentos conhecidos continuaremos a ver gente a andar a pé, autocarros vazios ou com um serviço de faz-de-contas, o aumento do número de viaturas particulares que em nada contribuem para o descongestionamento do transito e a ver por um binóculo a comodidade que há muito se apregoa nas nossas estradas.

Quanto ao transporte interprovincial e intermunicipal nas demais provincias, já está bom mas pode ser melhor se todas as estradass estiverem reparadas e se a manutenção das vias reparadas que automáticamente entraram em degradação for adequada e oportuna, o que infelizmente ainda não acontece.

Enquanto assim for, teremos que engolir por mais algum tempo frases como: os transtornos passam, os benefícios ficam!

Publicado no Semanário Económico de 18.03.2010
lcanhanga@hotmail.com

1 comentário:

Anónimo disse...

acrescentando: falta asfaltar as ruas e ruelas dos bairros como terra nova, palanca, mabor, sambizanga, golf 1 e 2, km 9. Enfim todas as vilas e cidades