Emergiu com a sua música, ainda infantil, "você não é amigo". Na altura Yuri da Cunha descrevia o amigo interesseiro que só liga quando "a gente tem". Hoje são outras descrições, muito mais maduras e situações que a todos tocam, pelo menos os que vivem na capital angolana.
O também autor de "makumba dos invejosos" traz-nos desta vez o retrato de uma gestão sem futuro ou o retrato de projectos mal concebido. Yuri da Cunha diz na sua música que:
Capanda dá;
ENE recebe
Nosso projecto (hidro-eléctrico) está a funcionar...
Agora já a EDEL (empresa de distribuição de electricidade de Luanda)
Só da Kafito-fito (aos bocados).
Mais adiante o jovem, também apelidado de "show-man" e que nas lides musicais empresta voz aos kuanzasulinos, fala dum futuro que aguarda muitos de nós, activos de hoje e relata
outra verdade a que assistimos todos os dias:
outra verdade a que assistimos todos os dias:
O velho que na casa do filho p'ra nora não quer saber
Quando maka grossa surgir ao Beiral (lar de terceira idade) vai parar.
Mas Yuri, o Jovem do Waco, não pára e vai mais além, retratando a destruição de uma cortina arbórea que também auxiliava a sucção de águas freáticas do que é hoje o Municipio do Rangel.
Eucaliptos no (bairro) indígena bondaram (mataram)
Agora São Paulo chegou
Nosso Rangel está a naufragar
O que na verdade canta o Yuri, numa voz quase rouca que nos faz lembrar o Baonga, canta não é mais do que o retrato fiel de uma situação que há muito abala os moradores da Precol, Terra Nova, B's e C's, Caputo, entre outras circunscrições de Luanda, devido ao abate indiscriminado de árovres. E onde vamos parar se outros Yuri's não surgirem e cantarem coisas que despertem os adormecidos luandenses?
Luciano Canhanga
1 comentário:
E com esse seu crescimento e empenho o Yuri venceu a edição 2009 do concurso musical Top dos Mais Queridos, organizado pela Rádio Nacional de Angola
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