Na aldeia de Kuteka, regedoria da Munenga, e cercanias havia uma canção de contentamento entoada pelas mães cujos filhos, caçadores ou viajantes, regressavam com ofertas: panos, sabão, carne de caça, peixe do Rio Longa, utensílios domésticos e outros bens. Em gesto de júbilo, cantavam:
_ Ukita kwawaba, yoso iza ngo!
(É bom nascer, tudo vem de oferta!)
Essa expressão musical, carregada de afecto e reconhecimento, era reservada às mães agraciadas pela maternidade e pela generosidade dos filhos. Outras mulheres, não bafejadas pela maternidade ou cujos filhos ainda não haviam saído do "círculo da saia" maternal, não podiam evocar a mesma canção, embora se rejubilassem com a sorte das suas coetâneas e o sucesso dos seus descendentes.
Tenho estado a reflectir sobre a alegria profunda que sente uma mãe amada e amparada materialmente pelos filhos. É uma forma de gratidão que transcende o gesto e se inscreve na memória afectiva da família.Tenho procurado fazer a minha parte, esperando que os meus descendentes — que têm acompanhado o meu esforço — façam, quando a vez chegar, a sua parte.
_Ukita kwawaba. Yoso iza ngo!


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