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terça-feira, julho 08, 2025

A REDENÇÃO DA PALMEIRINHA

Era tempo da pandemia de Covid-19. O meu estimado amigo Tino Cardona contactou-me para informar que já dispunha dos quatro pés de bananeiras — de mesa e de pão — que lhe havia solicitado. Pedi-lhe a localização por GPS, e a tecnologia, em seus avanços recentes, conduziu-me até à sua residência. Levava comigo uma jovem cajamangueira.


No quintal, deparei-me com uma palmeira e alguns rebentos minúsculos, com cerca de dez centímetros de altura. Como quem se entretém, apanhei um deles — quase com desdém — e plantei-o à entrada de um terreno no Zango IV (quando ainda se reconhecia como parte de Luanda).
O tempo foi passando, e a pequena planta erguia-se aos poucos. Meses depois, encontrei-a murcha, arrancada, exposta ao sol por obra de algum traquina qualquer. Triste, quase desolado, tomei-a de novo e replantei-a. Acrescentei-lhe calcário dolomítico, trazido de Malanje. A planta revigorou-se. Hoje, outros traquinas — ou talvez os mesmos de outrora — já se deleitam com os saborosos dendéns que ela oferece.

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