(Analogia, causas e consequências)
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terça-feira, julho 29, 2025
O HOLOCAUSTO E A SITUAÇÃO NA FAIXA DE GAZA
quinta-feira, julho 24, 2025
UMA TERRA "SEM POVO" PARA UM "POVO SEM TERRA"?
Esse era e continua a ser o Slogan dos sionistas que dizimam os palestinianos (e outros povos do Médio Oriente) para se acapararem de suas terras natais.
Vejamos os factos históricos:
1. Os sionistas começaram a comprar terras na Palestina no final do século XIX, com o objectivo de estabelecer um lar nacional para os judeus, especialmente como resposta ao antissemitismo na Europa.
2. Os sionistas não eram nativos da Palestina, mas sim um movimento (de povos nascidos na Europa) que buscava a criação de um estado judeu naquele território (Palestina).
3. O Estado de Israel, ao ser estabelecido em 1948, não retoma o território do antigo reino bíblico de Israel em sua totalidade.
4. O movimento sionista, liderado por figuras como Theodor Herzl, surgiu como resposta ao crescente antissemitismo na Europa no final do século XIX. O objetivo central do sionismo era estabelecer um estado nacional para os judeus, e a Palestina era vista como o local ideal, onde o povo judeu tinha laços históricos e religiosos.
5. A compra de terras na Palestina por sionistas começou no final do século XIX e continuou durante o período do Mandato Britânico, com o objectivo de aumentar a presença judaica e expandir a propriedade territorial colectiva.
6. O Fundo Nacional Judaico e a Associação de Colonização Judaica da Palestina foram duas das principais entidades responsáveis pela aquisição dessas terras.
7. O movimento sionista, ao buscar a criação de um estado judeu na Palestina, enfrentou resistência e conflitos com a população árabe local, que já habitava a região.
8. Os sionistas frequentemente viam (e vêem) a população árabe como um obstáculo ao seu projecto nacional, utilizando slogans como "uma terra sem povo para um povo sem terra" para justificar as suas acções.
9. A chegada de mais e mais judeus à Palestina, impulsionada pelo sionismo, gerou tensões e conflitos com os palestinos, culminando na criação do Estado de Israel em 1948.
10. As fronteiras actuais de Israel são resultado de guerras, acordos e ocupações que se seguiram à sua criação. A disputa por território e o controle da região continuam a ser fonte de conflito entre israelitas e palestinianos, com diferentes interpretações sobre o direito à terra e às fronteiras.
11. A questão da Nakba (a "catástrofe" palestina, gerada pela expulsão e fuga de centenas de milhares de palestinianos após a criação de Israel) é um ponto central nas tensões entre as duas partes.
12. Quem é o intruso na Palestina?
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Fontes bibliográficas
1. Edward Said – A Questão da Palestina.
A obra desconstrói o discurso sionista e analisa criticamente o slogan em questão. Said argumenta que a frase nega a existência do povo palestino e serve como ferramenta ideológica de colonização.
2. Nur Masalha – Expulsion of the Palestinians: The Concept of "Transfer" in Zionist Political Thought, 1882–1948.
O historiador palestino documenta como o deslocamento dos árabes palestinos foi planeado e legitimado por discursos como o do “povo sem terra”.
3. Ilan Pappé – A História da Palestina Moderna: Uma Terra, Dois Povos.
O historiador israelita, oferece uma leitura crítica do sionismo e da fundação de Israel, incluindo a análise do slogan e da Nakba.
4. Rashid Khalidi –
Palestinian Identity: The Construction of Modern National Consciousness.
Explora como a identidade palestina se formou em resposta ao colonialismo e ao sionismo, com destaque para a resistência à narrativa de “terra vazia”.
5. Anita Shapira – Israel: A History.
Embora seja historiadora sionista, Shapira reconhece que o slogan foi amplamente usado no final do século XIX e início do século XX por sionistas europeus.
6. Nina Galvão – “Slogans da Memória: Pertencer e (R)existir na Palestina Histórica” (ANPUH, 2019).
Artigo acadêmico que analisa o slogan como dispositivo de memória e disputa simbólica entre sionistas e palestinos. [Leia o artigo completo aqui](https://www.snh2019.anpuh.org/resources/anais/8/1564758095_ARQUIVO_Artigofinal.pdf).
7. Walid Khalidi – All That Remains: The Palestinian Villages Occupied and Depopulated by Israel in 1948.
A obra documenta as aldeias palestinas destruídas durante a Nakba, desmentindo a ideia de “terra sem povo”.
8. Benny Morris – The Birth of the Palestinian Refugee Problem, 1947–1949.
Morris fornece dados empíricos sobre a expulsão dos palestinos, ainda que sua interpretação seja criticada por autores como Pappé e Masalha.
9. Artigo da Wikipédia – “Uma terra sem povo para um povo sem terra”.
Embora não seja uma fonte primária, o artigo oferece uma excelente compilação de usos históricos do slogan, desde o século XIX até os dias atuais, com referências cruzadas. [Leia o artigo](https://pt.wikipedia.org/wiki/Uma_terra_sem_povo_para_um_povo_sem_terra).
10. Artigo da Globo Educação – “Conflito entre Israel e Palestina”.
Apresenta uma visão didática e cronológica dos eventos históricos que culminaram na criação de Israel e na resistência palestina. [Leia o artigo](http://educacao.globo.com/geografia/assunto/atualidades/conflito-entre-israel-e-palestina.html).
quinta-feira, julho 17, 2025
OHOJI KAYHINDI IHIBA
> O leão não enterra os ossos (do animal de que se alimenta).
Este aforismo leva-nos apensar no quanto a caçada de um leão alimenta outros seres vivos.
O leão caça uma pacaça e, como esta é grande, come apenas o que puder. Depois, chegam as hienas e estas cedem lugar às aves necrófagas que debicam o que podem. Ratos, formigas, moscas, e até pessoas aproveitam os riestos da caçada do leão.
Que tal se, entre os homens, quem "come uma pacaça" deixasse os outros comerem um pouco e, em cascata, até ao último que se puder beneficiar?
Ohoji kayhindi ihiba [sabedoria munenguese]
sábado, julho 12, 2025
ELEGIA A CARLOS “CAMACOA”
🕊️ A morte é dura. Impiedosa. O mais poderoso adversário da vida — e aquele que jamais vencemos.
Os nossos encontros, presenciais ou digitais, eram fervilhantes de ideias. Concordávamos quase sempre; discordávamos, por birra ou convicção. Mas o bom senso reinava e tudo terminava em meio-termo, regado a amizade.
O último debate girou em torno dos povos que compõem a região de Catete. Ele dizia serem “povos do sul”; eu lembrava-lhe que os avós de Agostinho Neto e Lúcio Lara eram do Libolo — Centro-Oeste — e não sulistas. Ele ripostou: “Catete acolheu gente do planalto, ovimbundu, ao tempo das roças.” Entre risos, provocou: “Eram povos a sul do Kwanza.”
Respondi: “Nós, do Lubolu, estamos a sul do Kwanza, mas não somos ovimbundu. Sou Ngola, irmão dos Catetenses — de cima, de baixo e dos lados.”
Rimos com ternura. E ele, com humor:
— Ó Soberano, fica já assim. Hoje marcaste um golo, mas o nosso jogo terá segunda parte. O Cândido (Fortunato) marcou um segundo Kudisanga kwamakanba e estás intimado a não faltares.”
— “Está bem delegado!” — Respondi-lhe.
Agora, delegado... com quem vou debater na próxima tertúlia da CST1-2003?
...
Defendemos causas e percorremos caminhos. OCarlos não foi apenas camarada — foi O Camarada. Alma generosa, colega firme, irmão de jornadas e utopias. As nossas tertúlias navegavam entre o sagrado e o profano, entre política e fé, entre o país e o mundo.
Na UPRA, onde nos graduámos em Ciências da Comunicação (2003-2007), o destino caprichoso marcou nossas defesas para o mesmo dia, com mesma nota.
— “Porra, Camacoa! Se o tema fosse igual, iam dizer que andámos a kabular!” — brinquei.
Rimos com cumplicidade. Era laço eterno.
O Carlos liderava na escuta, unia na diferença, erguia pontes entre inquietos, ousados e sábios. Era bússola. Era alicerce.
Em Agosto de 2017, após as eleições, encontrámo-nos em debate acalorado. Ele já era colunista do Jornal de Angola; eu, semeava ideias na Nova Gazeta, Jornal Cultura e Semanário Angolense. Incentivou-me a escrever para o jornal-mãe. Seu incentivo deu frutos: escrevi “Ao debate, depois das eleições” — e entrei.
O Carlos inventou a Ngonguita _ Personagem central de sua prosa ficcionada. Elegeu-me leitor primário. As suas crónicas amadureciam como vinho bom — densas, memoráveis, saborosas.
_ E, agora, quem vai cuidar da Ngonguita?
Antes das eleições de 2022, decidi emprestar a minha modesta contribuição ao Partido.
_ Camacoa, preciso de material de campanha. Vou dar o peito pelo nosso Partido.”
Dias depois, recebi a caixa com material de propaganda que foi de grande utilidade. Palmilhei o Lubolu e a Kibala. Conheci Ndal'aXipo (Dala Kaxibo).
Em Junho passado, descobriu que um meu sobrinho trabalhava perto dele. Ralhou-me por não o ter apresentado o rapaz. Rimos. Conversámos. Cultivou, como sempre, paz e afecto. Voltámos a falar sobre os de Catete _ todos _, dos descendentes do Lubolu e das terras longinquas. Foi o último debate.
Cada vez que um dos nossos parte, algo se extingue em nós. A ausência pesa onde vibrava a presença. E o silêncio grita onde antes trocávamos ideias, gargalhadas e cumplicidade.
Partiu o Camacoa, Carlos Manuel Calongo Adão. Filho da nobre terra de Catete de Cima — como gostava de lembrar.
O choro estende-se além de Catete. Chora Angola inteira.
Carlos cresceu por mérito próprio, tornou-se cidadão da Angola total. E do mundo.
Levado pela comoção e revolta interna contra a maldita morte, voltei a adentrar o Cemitério do Alto das Cruzes. É chique, mas não nos devolve o Camacoa e nem nos deixa manter as tertúlias com ele.
O Carlos, nosso eterno delegado de turma, tinha o dom de liderar na escuta, unir na diferença, erguer pontes entre adolescentes inquietos, jovens ousados, profissionais firmes e kotas sábios. Era bússola, era alicerce.
Hoje, estamos mais incompletos e profundamente vazios. A saudade é o que fica. E nas palavras que nos deixou, encontraremos o refúgio para a dor.
terça-feira, julho 08, 2025
A REDENÇÃO DA PALMEIRINHA
Era tempo da pandemia de Covid-19. O meu estimado amigo Tino Cardona contactou-me para informar que já dispunha dos quatro pés de bananeiras — de mesa e de pão — que lhe havia solicitado. Pedi-lhe a localização por GPS, e a tecnologia, em seus avanços recentes, conduziu-me até à sua residência. Levava comigo uma jovem cajamangueira.
terça-feira, julho 01, 2025
TOMBE: ENTRE NDALA E NGULUNGU
Já uma furna é uma cavidade natural em rochas ou montanhas, podendo variar em tamanho e forma. Essas formações ocorrem devido a processos geológicos como erosão e desgaste ao longo do tempo e podem ser encontradas em diferentes tipos de rochas, podendo apresentar-se em formações como estalactites e estalagmites.
Outras furnas conhecidas e visitadas em angola são:
Furnas do Sassa: localizadas na província do Kwanza Sul, são também conhecidas como Grutas da Santa. Elas estão situadas perto da Aldeia da Pomba Nova, a cerca de 5 km a sudeste da cidade do Sumbe.
Furnas de Pungo Andongo: situadas na província de Malanje, são famosas por suas formações rochosas impressionantes e são um destino popular para turistas que apreciam a natureza e a história.
Furnas do Zanga: localizadas na província do Kwanza Norte, são um destino popular para turismo ecológico.
Furnas e Omaho: situadas no município do Tômbwa, comuna do Iona, fazem parte de complexos turísticos que oferecem um ambiente paisagístico rodeado de montanhas e diversos animais.
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Publicado no Jornal de Angola a 29.06.2025