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segunda-feira, março 24, 2025

CARTA AO REI MBALUNDU

Ó PAI, com todo o respeito ainda, meu quase culegu.

Tambula hãndi ovilamo vyange. 

Dizem que o pai ainda estudou lá direito. Eu não.

Se estudou mesmo direito positivo, então o pai sabe que o costume e a tradição não podem "se chocar" com a Constituição e a Lei. 

Essa parte ainda eu só ando a ouvir a falarem nos doutores de lei que estudaram.

Então, se o pai estudou mesmo Direito, se o pai sabe, se sabe também que Angola é Rés Pública e não monarquia (salvaguardado o respeito à remanescente autoridade pré-Estadual), como é que o pai foi se "ferrar" através daquele "julgamento mortal" que não salvaguardou o direito sagrado VIDA, e agora vem ameaçar seca severa ao coitado povo sofredor? Ainda bem que já choveu!

Assim mesmo que o "fitiçu" falhou, muitos estão a dizer que a "bazuca encravou ou explodiu na própria arma do bazuqueiro", nesse caso o próprio pai mesmo.

Na remessa das talas para a "sua inimiga juíza" será que já não sobrou nenhuma?

Assim, o pai quer mesmo só andar à pé, do Wambo a Lwanda, tipo é Xavimbi que voltou e ocupou de novo "Nova Lisboa"?

Pai, me ouve só ainda, faxavor!

Cada sete dias de caminhada, o teste da covid-19 caduca. Se onde o pai completar a semana não houver testadores, não vai avançar. E se o pai conseguir chegar à capital (que é mbora território do seu culegu kamundongu), mas encontrar o Chefe Grande foi gozar férias dele, fica como?

E se os pés do pai ficarem inflamados de tanto marchar e o povo pensar que "a tala virou contra o talador" fica como?

Papá, fica mbora na sua Embala de Mbalundu.

Não aceita só agitação desse povo que tem mais ar do que juízo na cabeça. Às vezes ter cabeça grande não é ser grande cabeça!

[01.03.2022]

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