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domingo, setembro 01, 2024

O OPERATIVO E O BOMBEIRO

Há coisas que alegram e servem de bálsamo à alma triturada pela negrura da vida de um adulto.

A 13 de Agosto, que não era sexta, mas segunda-feira de um dia nebuloso, quando ia a entrar no local de trabalho, o jovem da empresa de segurança, comummente tratados por "operativo", pediu desculpas por algo que eu não sabia e nem imaginava e parou-me.
_ Desculpa, Director. Você é diferente dos seus colegas. Cumprimenta toda a gente, cumpre os procedimentos e trata-nos como se também trabalhássemos aqui. Há muito tenho pensado em dizer-lhe isso. Continue essa pessoa, meu Director- Disse o jovem, mais ou menos 25 anos, quase em sentido como se estivesse a fazer continência.
Sorri para ele. Vinha cansado e preocupado com os entregáveis e os recebíveis atrasados. Dei-lhe um abraço e agradeci-lhe pelo feedback.
No dia seguinte, ia a caminhar da Agência bancária ao Minagrif. À porta do Quartel Principal de Bombeiros de Luanda, ouvi uma voz. Alguém que me vira e tentando recordar-se de mim, ia chamando:
_ Kota, professor!
Sabendo que já estive à frente e ao lado de muitos alunos e estudantes, virei para ver se era eu o visado. O jovem lembrou-se do meu nome.
_ Professor Luciano, sou o Osvaldo Inglês. Fui seu aluno.
Estendi-lhe a mão. Já não era o Vado. Eu sempre o tratei por Inglês. Ele e as duas irmãs. Era um senhor Osvaldo Inglês à frente de mim
_ O senhor foi bom professor e só se lembrava dos mais barras e dos mais fracos, puxando por ambos. O professor já está mesmo kota.
_ Sim, Osvaldo. Já são 50 anos.
O Osvaldo explicou que ainda vive no Rangel e é motorista nos Bombeiros do Cazenga. Era um aluno brilhante. Ombreava com a Maristela (filha do Pedro Montana), o Anselmo Arcanjo Arcanjo, o Guinho Luciano e o Jandir que é sobrinho do Eduardo Costa. Eu só nomeava delegado de turma o mais "barra" de cada classe.

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