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domingo, janeiro 08, 2023

SELES: VILA NOVA A CAMINHo AOS 109 ANOS


Visitei a antiga Vila Nova de Seles, que tinha de tudo para ser cidade, numa altura em que tinha o sol por cima de mim, o que fazia tudo visível. Os religiosos domingueiros já tinham voltado a suas casas e actividades pós-culto/missa.

A urbe é que continuava com a vida de sempre: poucos andando pelas ruas da vila, poucos no parque/jardim, poucos carros circulando, muita gente nas kitandas e casas de venda de kapuka e muito poucos turistas forasteiros.

Sem pressa, percorri a vila de Seles pelas quatro extremidades (pontos cardeais). A rua asfaltada (recente) que vai para sul foi transformada em kitanda, dificultando a circulação automóvel. Pior do que isso, é a acumulação de montes de lixo no eixo da via. Para mim foi a nódoa em pano branco e vigem.

Notei também que, a par da Kibala, Seles terá sido a vila mais destruída pelos ataques da guerrilha nos anos que se seguiram à nossa independência (1975). As marcas estão visíveis nos edifícios dinamitados, alguns tombados e outros suspensos pelas ferraduras, e que reclamam por implosão, para que não continuem a se constituir em perigo permanente aos transeuntes e aos que buscam por sombra, quando acossados pelo sol intenso na região.

As ruas da parte urbana apresentam-se limpas e estendem-se longas e largas, denunciando um projecto de cidade na sua génese.

Seles fica a 75 quilómetros do Sumbe e 29 da Konda. A comuna ukwense de Amboiva acha-se a 58 quilómetros, na EN 145.

Saindo para o Sumbe ou Konda, você vai circular por estradas implantadas sobre serras com grandes declives e curvas apertadísssimas que demandam destreza, atenção e experiência ao volante. Sem esses acidentes naturais está a EN 245 que junta Seles a Kasonge, sentido sul.

Reza a História que Seles, capital do município do Uku, província do Kwanza-Sul, foi elevada à categoria de vila em 1914.

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