Está situado numa zona plana, de fácil acesso e aonde se dirigem todos os caminhos da City Center. No seu interior, aguardam-nos mesas, sofás e sorrisos convidativos. A luz é tosca. Leva à impressão de se tratar de um lugar semi-escuro, onde a intimidade parece estar salvaguardada.
A música, sim, é quente. Animada e mexida, ou melhor, faz todos se mexerem em movimentos que vão do simples contorcimento do corpo a outros mais ousados, mais eróticos que fazem erguer fechas e inundar cascatas.
Diria: o ambiente é mesmo caribenho.
Alguns homens chegam acompanhados. Outros apenas indicam o lugar do encontro e aguardam, enquanto "chicham" (essa nova moda de fumar sem cheirar fumo), pelas donzelas que tornarão sua noite diferente, talvez mais quente ou nem isso.
Essas, dengosas, prontas ao combate e insinuando batalhas campais, chegam dóceis e provocadoras. Lábios carnudos e avermelhados, cabelos longos que escondem maracutaias e "viradas" de matar o cavalo...
E nas algibeiras e carteiras... não queiras espreitar.
E todos, perdidamente todos, se entregam desalmados aos copos e aos corpos como se dia seguinte não houvesse.
É assim no Cubaña. Cape Town, 2020.