Há mais de um ano que não o fazia, por força da falta de
carro, até há bem pouco tempo (quando quebrei a monotonia de ficar por Luanda.
No dia 14 de Junho, pela primeira vez ao volante naquele
percurso, meti-me a caminho do Sumbe para cumprir uma jornada laboral junto do governo
do Kuanza-Sul.
Terminado o encontro entre a direcção do meu patrão e aquela
instancia executiva, decidi, também pela primeira vez, fazer o percurso
Sumbe/Gabela. Rico em termos de motivos turísticos e paisagísticos mas também
em termos de perigosidade se a condução for efectuada sem a máxima precaução.
Apesar dos 100km/horários de média que o meu i20 suportou com galhardia entre
um Fortuner e um V8, pude transpor as curvas apertadas, as serras, as
inclinações acentuadas e tudo mais. Destaque vai para uma viatura Toyota Hilux
que vi capotar a poucos quilómetros depois do desvio para Gabela EN240. O homem
mudou de direcção numa velocidade que os amortecedores da carrinha não
suportaram e capotou. Felizmente sem vitimas mortais pois os ocupantes da viatura
pularam antes da consumação do capotamento.
Vi, também pela primeira vez as lindas Cachoeiras da Binga,
as roças de café da então CADÁ, a cidade da Gabela (muito maior do que a minha
vila de Calulo). Pude também ver o rio Mazungue da infância do meu amigo
Augusto Alfredo e, na Kibala, o restaurante Kandimba onde tivemos de atender aos
estômagos reclamantes.
Enquanto meus chefes seguiram para Mussende, inverti para
Norte, em direcção ao Libolo onde não ia há mais de ano e meio. Já a caminho do
Dondo comprei uns kikeles, em Kambingo, peixes cujas escamas são cartilagens e
por isso também comestíveis, que levei a Luanda e resto para Catoca.
Entre o Alto-Dondo e a cidade do Dondo pude ver, e com
satisfação, a recuperação e alargamento do troço rodoviário que era dos mais
degradados do país. Foi bom ver que dentro de dias aquele troço deixará de ser
“dor de cabeça” para os automobilistas e os passageiros. Deixará também de se
constituir em perigo para os moradores de Kassesse que corriam o risco
permanente de ver carros despistados a visitar suas casas, pois os que mais
estavam próximos da rodovia foram desalojados, permitindo o alargamento da
estrada.
Do Dono a Luanda, já noite cerrada, foi apenas deslizar
sobre uma estrada que apesar de aceitável reclama por reparos em alguns trechos
onde o peso dos camiões “amolgou” a rodovia, dificultando a circulação cómoda
dos “turismos” que arrastam os chassis nas lombas.
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