O últimos dois dias produziram dois grandes acontecimentos políticos.
Primeiro: a Consulta que o Presidente da República fez, no dia 23/05/2012, aos membros do Conselho da Repúbçlica para se pronunciarem sobre a data de 31 de Agosto para a realização das terceiras eleições em Angola, a que os conselheiros disseram sim.
Segundo: a convocação das eleições, ontem, para a data supra mencionada, dando assim, de forma oficial, o tiro de largada para a corrifa eleitoral. No mesmo dia, José Eduardo dos Santos orientou ainda o Ministro das Finanças a inscrever no OGE/2012 a rubrica orçamental que cubrirá as despesas eleitorais dos Partidos e Coligações legalmente constituídas que deverão receber em Kz o equivalente a Cem mil dólares.
Atendendo que foi dado, oficialmente, o tiro de largada, sabendo que algumas formações políticas mativeram a preparação física permanente, enquanto outros aproveitavam o defeso para descansar, resta-nos saber qual será o alinhamento no fim da corrida.
Aqui, o meu olhar particular vai mais para a 2ª, 3ª, 4ª e 5ª posições da grelha, pois mesmo sabendo que nem todos os adversários dormiram à sombra da bananeira, não é arriscado vaticinar a "revalidação do título" por parte do Partido governante, tendo em conta os recursos ao seu dispor e as caminhadas permanentes que vem exercitando que, desta sorte, lhe permitem estar em forma.
A Unita que nas primeiras eleiçoes, em 1992, ficou na segunda posição com 70 dos 220 deputados, conservou a posição, mas com menos pontos, apenas 17 dos 220 possíveis, observando uma subida do 3º classificado de 1992, o PRS, que também conservou a posição, entretanto já com mais três dos 5 deputados que tinha na primeira Legislatura.
A Fnla, embora tivesse conseguido nas segundas eleições 3 deputados, nem por isso foi o 3º partido mais votando, tendo sido superada, em termos de votos totais, pela até então desconhecida Nova Democracia- União Eleitoral que conseguiu 2 lugares.
Para esta eleição (2012) que será no sistema "paga um leva dois", ou seja, um só boletim de voto para a eleição do Presidente/Governo e Deputados, teremos uma outra força que pelo peso politico dos seus integrantes promete arregimentar uma boa fatia do eleitorado para a sua casa. Trata-se da CASA-CE, Coligação onde confluem nomes como Chivukuvuku (Ex Unita), Lindo Tito (ex-Prs) Alexandre André (Ex-Pajoca), Lizete, etc., todos eles com elevadíssimas ambições para o exercício da mais alta magistratura", o que pode propiciar cisões pós-eleitorais quanto à tutela da CASA, ja que é a liderança da Coçligação que dará a possibilidade de ser cabeça-de-lista dos deputados e concomitantemente à presidencia da República nas eleições de 2017.
Os próximos dias serão igualmente de grande agitação junto da Comunicação Social. A cobertura mediática imparcial e com tempos equitativos será, com certeza, um dos temas e exigência dos "fundistas" políticos.
Tudo quanto me vai chegando dos relatos da própria media aponta para a existência de uma exacerbada simpatia dos media, sobretudo os públicos, em relação a CASA-CE que tem mais espaço nos noticiários do que o maior partido da oposição e todos os demais concorrentes da oposição, chegando mesmo a rivalizar o espaço mediático com o "Tout Puissant" MPLA. Será algo premeditado? Agosto e os meses/anos que se lhe seguirão responder-nos-á esta questão. Pois, em meu modesto entender, embora a CASA tenha maiores possibilidades de instalar-se no "condomínio" Nacional (parlamento) também é das formações partidárias que me parecem mais frágeis a implosão, dada a composição e ambições dos seus inquilinos.
Neste olhar, ainda que superficial, não é de pôr de parte o que pode acontecer com o "moribundo" PDP-ANA. Com um deputado eleito em 1992, o partido fundado pelo finado Mfulupinga não pôde eleger representante à Assembleia Nacional nas eleições de 2008 e foi por um fio mágico que se salvou da extinção obrigatória. Elegerá, desta vez, um deputado ou será o fim do partido "Firme como o nº 88, no dizer do seu actual líder Nsidiangani Mbimbi"?
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