As estatísticas mais optimistas apontam para cerca de dez mil veículos automóveis que dão entrada todos os meses na capital angolana, contando-se, entre elas, viaturas novas e de “segunda-mão”.
Com os seus quatro milhões de habitantes, Luanda possui neste momento mais viaturas do que a população inicialmente projectada para a cidade, que era de 500 mil habitantes, inferindo negativamente na distribuição de espaços para circulação e estacionamento. Daí que, olhar de forma atenta e crítica ao crescimento desenfreado do número de veículos automóveis na capital do país não seja um exercício em vão.
Qualquer observador atento rapidamente concluirá que o débil sistema de transportes públicos urbanos (autocarros, comboios e ferryboats) está na origem do recurso, quase que obrigatório, ao carro próprio.
É certo que durante os 27 anos que antecederam a paz definitiva nenhum olhar atento esteve direccionado à reparação de vias de comunicação, quer terrestres, aeroportuárias, marítimas e ferroviárias, esforço que apenas agora começa a ser desenvolvido neste grande segmento.
Por outro lado, apesar de terem sido importados inúmeros autocarros pelo Governo e agentes privados, a degradação das vias urbanas e a inexistência delas em muitas das extensões da cidade capital fazem com que o serviço prestado pelas operadoras deste serviço esteja sempre abaixo do desejável e, mais uma vez, os ditos “candongueros e kupapatas”, mesmo com a sua onda de desordens, são tidos como os grande facilitadores das populações.
Bastará contar quantas estradas paralelas, em condições, existem em direcção a Viana, Cacuaco, Samba e outros destinos. Qualquer acidente ou impedimento na Deolinda Rodrigues será suficiente para bloquear o acesso àquele município, dando-se o mesmo em relação aos demais destinos que contam apenas com uma ou duas rotas viáveis.
Quando se julgava que o comboio, de Baia ao Bungo, viesse a resolver parte do problema, fomos brindados com apenas uma linha, o que impossibilita a circulação simultânea de várias composições como acontece em outros países.
Sem transportes públicos rodoviários eficazes e sem comboios de minuto a minuto, a utilização do transporte marítimo, através de ferryboats ao longo da costa, ligando a Samba e Cacuaco à cidade baixa, podia ser parte da solução, mas mais uma vez os potenciais investidores e empreendedores tardam em reagir, estando o Governo, também a braços com as inúmeros encargos financeiros e empreitadas, a "assistir" o povo a marchar e a cidade cada dia mais cheia de carros privados e em condições técnicas muitas vezes duvidosas.
Que soluções para os nossos congestionamentos, falta de transportes públicos e recurso ao carro próprio?
_ Como leigo aponto apenas:
1-Urbanizar a periferia e levar os autocarros aos musseques;
2- Criar vias alternativas às estradas principais;
3- Construir mais passagens superiores, inferiors e túneis para tornar o trânsito automóvel mais expedito;
4-Desenvolver imediatamente o transporte marítimo de passageiros;
4-Desenvolver imediatamente o transporte marítimo de passageiros;
5- Modernizar e expandir o transporte ferroviário até aonde seja possível.
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(Re)publicado parcialmente pelo Semanário Económico de 10 Junho de 2010
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(Re)publicado parcialmente pelo Semanário Económico de 10 Junho de 2010
1 comentário:
Uhaau Tens muitos blogs parabens! e o maior sucesso pra eles.
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