Translate (tradução)

terça-feira, maio 11, 2010

O IMPACTO DO ATRASO SALARIAL NOS JUROS DE MORA

Há alguns anos o que mais aquecia o debate dos economistas angolanos radicados em Luanda era a bancarização salarial. Um imperativo que se afigurava de todo útil e inadiável, tendo em conta a possibilidade de regularização da economia nacional, a possibilidade que os trabalhadores teriam/têm de contrair empréstimos junto da banca comercial, as lera livranças (alguém ouve mais falar delas?) e etc., etc.

Bancarizados que estão agora os "kumbús" (dinheiro) de muitos angolanos, um outro muro surge bem "à frente dos trabalhadores": o atraso de salários na função pública e nalgumas empresas e mistas. Como era de imaginar, para além dos fogões que entraram num estado de ociosidade, cozinhando dias sim, dias não, o ordenado do mês em falta está já duplamente comprometido com o pagamento de kilapis (dívidas) contraídos para acudir o atraso salarial e com os elevados juros de mora, junto dos bancos credores.

Aqui chegados e sem que o "quem de direito" venha a público explicar o que, na verdade, se estará a passar como o salário e o como será vista a questão junto da banca credora, que descontará "um juro incrementado" em função da "nossa má fé (?)", enquanto devedores (culpa porém que nos é alheia), só nos restam  os jornalistas "independentes" para promoverem debates, juntando empregadores, Banco Nacional, bancos comerciais (pagadores de salários e cobradores de juros de mora), MINFIN, economistas, cidadãos afectados pelo atraso salarial e pagamento de juros hiper-altos e outros actores sociais e económicos para produzirem os esclarecimentos que se impõem. 

O que são juros de mora?

Quando alguém está obrigado, por um contrato ou pela lei, a realizar um pagamento dentro de um prazo determinado e, por sua culpa, não o faz, diz-se que essa pessoa se encontra em mora. Ao encontrar-se em mora, o devedor fica legalmente obrigado a indemnizar o credor pelos eventuais danos por este sofridos, decorrentes do não pagamento em tempo devido. Esta indemnização traduz-se no pagamento de juros de mora (em países com Portugal a taxa aplicada pode ir até 8% do montante em atraso. Em Angola desconheço os valores pelo que peço contribuições a quem as tiver). Assim, além da dívida propriamente dita, há que pagar uma compensação ao credor pelo atraso do pagamento.

Algum jornalista ou editor (dos M.D.M. e O.C.S.) segue este caminho? Haja coragem!

2 comentários:

Edson Macedo disse...

É isso meu amigo. Inventam-se medidas geniais e de génios desses temos os salários q não caem e temos soberbas inteligências a professarem Casas para a Juventude nos valores e nos moldes que se idealiza. Será que alguém leva este país a sério ou só o Pelé é que deu conta que nós somos "amigos"?
Francamente... Usando as palavras de Lúcio Lara "não foi para isso que nós lutamos..."

Anónimo disse...

"Não foi para isso que nós lutamos" ...