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segunda-feira, setembro 25, 2006

É VERDADE, MOCIANO?


Já é secular que "Os filhos constituem a maior alegria dos pais". Esta alegria torna-se maior quando o pai ou a mãe encarna em si a dualidade de papeis.

O Mociano Canhanga e eu somos exemplo disso. Eu a fazer dele um rapaz e ele a fazer-me homem. Devemo-nos tanto um como outro. Se ele diz orgulhar-se do pai que tem, o meu júbilo é trancendental na medida em que até agora tem saído e feito aquilo que sempre quis fazer dele. Inteligente, embora demasiadamente tímido e bastante respeitoso.

Há dois meses fui a Luanda e assisti a uma reunião de pais e encarregados de educação. Disse-me a professora que tinha um comportamento exemplar e notas razoáveis para a idade dele e ensino que temos. Promessas foram feitas e até a professora foi convidada para um almoço. Estava eu seguro de que o meu filho aprovaria com mérito e, por isso, convidar a professora não macularia nem o trabalho dela nem o meu orgulho de fazê-lo passar apenas com notas verdadeiras.

Hoje, a coisa parece ter mudado. Recebi informações da madrasta que cuida dele, e bem, que o Mociano tornou-se indisciplinado e irriquieto em pouco tempo, faltando mesmo às aulas. São os dizeres da professora numa altura em que o ano lectivo está prestes a findar.

-Conhecendo o rapaz que tenho, devo apenas perguntar-me. Mudaram os interesses da professora ou é verdade, menino Mociano?

2 comentários:

Anónimo disse...

Amigo. Li o teu texto e me revi num espelho blogado. Comigo e com o meu Mauro Alexandre acontece o mesmo. De menino prendado e de maravilhosas notas (de dar literalmente inveja) passou a aluno distraído e despreocupado. Porquê??? Ninguém sabe. Comenta-se apenas na sabedoria do "deve ser". Mas quem para entender as crianças? Problemas, achamos sempre que nãos os têm. Se os têm não contam. Enfim... Vamos sempre lutar para os ter felizes mas ensinando-lhes a diferença entre o bem e o mal e suas respectivas (des)vantagens. Cada vez mais dou razão ao meu falecido pai quando dizia: "Filhos, segundos de prazer e anos de tormento. Na barriga durante 9 meses, no colo durante a adolescência e nas costas depois de casados". Ainda assim, são de facto a nossa maior alegria.

Anónimo disse...

Contra ventos e marés,o Mociano não me decepcionou.
Tenho consciência de que um dia lerás estes rabiscos com "outros olhos". Parabéns e obrigado.

Soberano