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quarta-feira, setembro 14, 2005

TITULOS QUE DIZEM MAIS DOS QUE AS NOTICIAS (Inflexao)

Títulos que dizem mais do que as notícias e títulos que não dizem nada são uma constante no jornalismo, i.e, nos órgãos de imprensa, quer nos audio-visuais.

Para os escritores começar pelo título em vez do texto é um exercício pacífico. Esta operação é porém complicada para jornalistas que têm de titular depois de escrita a notícia, correndo os riscos de se atrasarem na sua divulgação, já que para além da preocupação com o conteúdo da matéria têm de encontrar a melhor forma de vendê-la.

-Quantas vezes se escreve uma notícia e não se sabe qual o título a atribuir?. Esta é uma das minhas constantes preocupações.

Titular é realmente coisa difícil e só os verdadeiros artistas o conseguem num abrir e fechar de olhos porque há titulos que dizem mais do que o texto e títulos que não dizem absolutamente nada.

Há poucos dias cheguei á Faculdade em que estudo comunicação social e deparei-me com um caso que tinha passado escapado `a nossa mania de comentar "as fortes do dia".
Tinha acontecido de véspera o fim da primeira ronda do Girabola ( campeonato angolano de futebol, primeira divisão9 e o título do principal jornal desportivo era exactamente este:

-"Proletários vencem com ajuda do árbitro".

Bom pregão para vender o carapau. Porém, aberto o jornal em nenhuma de suas páginas se fazia referência ao nome do suposto árbitro que terá ajudado a equipa do Primeiro de Maio de Benguela a vencer o jogo, nem as circunstancias que levaram "o artista" a escrever tão chamativo título. Pior ainda porque nem a equipa adversária se queixou da suposta má arbitragem.

O pregão pegou porque foi forte e o jornal estava em quase todas as carteiras dos apreciadores do desporto-rei ( futebol em Angola). Só que o peixe comprado nem era peixe. Um sardão, talvez, dada a desilusão criada naqueles que o adquiriram para conhecer o árbitro " batoteiro".

Quantas vezes nos deparamos com exemplos como este ou desiludimos os ouvintes, leitores e outros com títulos que dizem o que não se escreve nas notícia, ou que dizem mais do que estas?

Jorge Wemanas, antigo Oubundsman do Público, aconselha a propósito que entre " um título descritivo e sóbrio, mas vigoroso, e outro que se reduz a um mero jogo de palavras, o primeiro será a opção correcta".

Vamos pois titular com sobriedade, procurando não esconder conteúdos nem dizer mais do que aquilo vem expresso no nosso texto jornalístico!


Soberano Canhanga

3 comentários:

Anónimo disse...

É realmente difícil para quem não entende nada poder atribuír um títutulo a uma matéria, principalmente para nós jornalistas. Quantas vezes atribuímos um título que não tem nada haver com a matéria?
As vezes até fazemos aquilo não que seja por engano, mas se calhar porque queremos vender...e quantas vezes não conseguimos?
Kieza Silvestre

Anónimo disse...

Não são raras as vezes em que tal acontece embora e na maior parte dos casos periga de certa forma a copreensão que deve ser feita do assunto em questão(notícia). Mas é como quase tudo os nomes bonitos em boa verdade nem sempre são de pessoas bonitas a pesar desse paralelismo não ser o mais leal para o reflexão em questão

Anónimo disse...

Anatolio Lima has sent you a link to a weblog:

relativamente ao assunto em apreço,

É claro que não é fácil titular aliás, na
antiga escola brasileira de comunicação havia um profissinal cuja tarefa era o
de arranjar os títulos mais incisivos um bom título é mais do que 70 por cento
de garantia de que a matéria será lida.

Força Canhanga