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sexta-feira, junho 24, 2016

QUE LÍNGUA FALAM OS LIBOLENSES NÃO LUSÓFONOS?

 
Soa-me, de leve, que a língua falada na região nordeste e central do Kwanza-Sul se foi e está a diferenciar, de tal forma, do Kimbundu que há já quem pense em torna-la "língua autónoma" e distinta do Kimbundu que lhe deu origem, faltando apenas definir que designação atribuir a essa que é até agora uma das variantes do Kimbundu.
 
As línguas não são estanques. Elas se dinamizam no processo histórico e social. Buscam empréstimos de outras, cedem vocábulos, mantém outros no arquivo e esquecimento e criam novas palavras para designar mesmas ideias e objectos, como tb novas realidades. Isso acontece de forma natural e nunca por decretos.
Também já sabemos e dissecamos que uma certa língua não para onde termina a fronteira político-administrativa de um território. Assim se justifica a existência de "zonas de transição e ou confluência linguística" bem como as "ilhas linguísticas" que são comunidades que glosam idiomas distintos daquele predominante numa dada região. O Libolo teve muitas e ainda persistem algumas ilhas. O Uije também tem "ilhas linguísticas" nas grandes plantações de café para aonde foram  levados, no tempo das monoculturas, povos ovimbundu que estabeleceram "ilhas linguísticas" entre comunidades bakongu.
 
Provocação:
Que língua fala a maioria dos libolenses que não teve a Língua Portuguesa como língua materna?

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