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sexta-feira, junho 20, 2014

IMPACTO DO CONSUMISMO NA ECONOMIA DOMÉSTICA

(A reflexão de sempre)

Acordei tropeçando em sapatos que raras vezes uso. Abri o roupeiro e deparei-me com muita roupa que uso de vez em quando ou quase nunca.

- Vivemos comprando coisas que não precisamos,

- Com o dinheiro que não é nosso (créditos bancários).

- Para parecer que somos o que não somos (financeiramente folgados).

É óbvio que não precisamos de viver no limite das possibilidades, tendo apenas o estritamente necessário. Não precisamos de ter “a máquina” no limite de potência, entrando em descompasso caso um “equipamento” entre inesperadamente em actividade. Mas, que tal ser mais comedidos nas compras?

Os especialistas em marketing sempre nos impingirão a comprar cada vez mais e satisfazerem, desta forma o desejo dos vendedores e prestadores de serviços para quem trabalham. Os fabricantes e prestadores de serviços (combinados ou desagregados) vivem da produção e venda. É o consumo que gera crescimento. Mais consumo resulta em mais dinheiro e mais investimentos. Hoje, os produtos e até os serviços que se prestam são dimensionados no tempo. Desvalorizam-se à velocidade da criatividade e da moda tornando muito efémera a sua duração. Você compra um veículo cujo design é atraente. Seis meses depois sai um novo modelo com um design “irresistível”. Você precisa de veículo em bom estado técnico para se locomover ou precisa de andar naquele com novo design?

Quem segue a moda apenas vai dançando a música dos produtores, amplificada pelos homens da promoção. Você será o homem ou a mulher que sempre estará na praça, comprando a qualquer preço, com o dinheiro que (ainda) não é seu. E vai trabalhar cada vez mais para pagar o que você deve ao banco que também lucra com os juros.

Ou você descarta a moda que o leva a usar "produtos perecíveis" ou sentir-se-á como eu que, mesmo estando desalinhado com a moda, me sinto cheio de coisas que me parecem estar a mais.
Falei sobre o lado técnico da coisa. Entretanto, o que me inquieta, para além de se caminhar às escuras e feitos “Maria vai com as outras”, é mesmo a falta de qualidade entre os que muito querem vender ou fornecer serviços na nossa praça.
Imagine-se agora num hotel (não importam as estrelas), para um jantar entre amigos. Um pede uma picanha, o segundo bacalhau com natas e o terceiro requisita uma garoupa recheada com verduras.
O estabelecimento, por ser o maior e mais chique da urbe é frequentado pelo Jet 7 e todos os demais integrantes da classe alta média e arrojada que se quer fazer passar por gente grande. Encontros para engates, reconciliações, enlaces matrimoniais, pedidos de noivado, celebrações de aquisições e reclamações de perdas patrimoniais, tudo acontecem aqui.
A picanha é servida a tempo. Vem cheirosa e com a gordura chorosa a fazer derramar saliva a quase todos os inquilinos da casa. O bacalhau é servido com cara trancada e a reclamar água para a dessalga. O feijão duro e gostoso e o arroz que deviam acompanhar a picanha chegam no fim do repasto, pois o garçon depositou a comida inicial e não mais voltou para perguntar sobre a qualidade dos produtos, nem se interessou por demais consumo.
A interação cliente – prestador de serviços é importante para que não haja desconforto. Os funcionários deverem estar muito bem preparados para lidar com os muitos imprevistos na elaboração do produto e prestação do serviço.

Mais do que vender, a preocupação deve ser a manutenção dos clientes.

 

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