Amigos meus que ficastes. Graça e paz e votos de que abram os olhos. Eu, por cá, na carne vosso irmão e kamba do munhungo, estou na área intermédia entre o inferno e o paraíso, onde se fazem os julgamentos. Convivo todos os dias com um espírito que teve na carne o nome de Feliscesco Dicopai. Contou-me que tem vários amigos, ainda no activo, na terra, sobretudo por aí onde estais.
O Dico, um dos primeiros a ser julgado, contou-me que fora em vida terrena pobre e filho de um homem beberrão que nem dera conta do seu nascimento, foi por isso criado pela mãe e pelo irmão mais velho já que o pai fora mobília de bar onde gastava tudo.
Vós que andais ainda como ele estejais atentos para que o vosso julgamento não comece na terra.
O Dico, também conhecido por Ditador, contou ainda que na sua primeira audiência com o meritíssimo juiz, que sempre teve ambição pelo poder e que quando o conseguiu jamais o largou até ser despachado.
Tão desavergonhado como eu, em vida terrena, o Dico contou ainda que fez amizade com chinese e coreanos aos quais ele e Paulina sua Esposa imitaram o mando e controlo.
Digo isso porque sei que vós ainda gostais de ser controlados. Mas não contem mais com o Dico que está por conhecer a sentença.
Avisem também a todos os distraídos do munhungo que aqui a vida é boa. Mas custa saber em que bairro se está a viver. Por isso, enquanto estiverdes naquela vida, não vos esqueçais de erguer as vossas casas e que não deixeis que as troquem por vivendas urbanas públicas como as do meu novo amigo Dico.
Quanto aos que se apressam na vida terrena, avisai-os que ainda é cedo. Deixem que os muros se desfaçam por si. Comprem computadores, façam cartas e gritem alto aos Dicos.
Também vos falo sobre o alimento. Comais carne e não bebeis mais vinho que vos aliena. Da cevada aproveiteis apenas a farinha porque está escrito num livro qualquer. Do vinho te embriagarás e não mais te levantarás.
Amigos meus que estais nas terras de kassanje, irmãos na liamba e no Kapuka, não mais perguntem quando termina a independência que roubou as benesses da idade média. Trabalhais e orais sem cessar porque assim fizeram os romenos nos seus templos para que possais ver um novo dia de sol e chuva abundantes.
O Dico que comigo vive em zona intermédia conta bons exemplos de dias longos em que todos trabalhavam sem nada exigir e noites frias sem luz nem transportes. Conta exemplos de despachos que ficaram no papel e de visitantes que substituíram os doentes no leito por causa da doença contraída nos próprios hospitais. Fala também de homens que pensam para outros dizerem e de mulheres coroadas sem honra. O Dico pede também que quando estiverdes no munhungo lembrai-vos das vossas obrigações. Lembrai-vos de que a terra permanecerá para sempre. Sem demora é a nossa vinda.
Amados irmãos amai a fidelidade e quando não poderdes abstenhai-vos da luta corporal.
Abraços de vosso irmão e kamba na carne, Felito So-Bra-do-Caixão.
O Dico, um dos primeiros a ser julgado, contou-me que fora em vida terrena pobre e filho de um homem beberrão que nem dera conta do seu nascimento, foi por isso criado pela mãe e pelo irmão mais velho já que o pai fora mobília de bar onde gastava tudo.
Vós que andais ainda como ele estejais atentos para que o vosso julgamento não comece na terra.
O Dico, também conhecido por Ditador, contou ainda que na sua primeira audiência com o meritíssimo juiz, que sempre teve ambição pelo poder e que quando o conseguiu jamais o largou até ser despachado.
Tão desavergonhado como eu, em vida terrena, o Dico contou ainda que fez amizade com chinese e coreanos aos quais ele e Paulina sua Esposa imitaram o mando e controlo.
Digo isso porque sei que vós ainda gostais de ser controlados. Mas não contem mais com o Dico que está por conhecer a sentença.
Avisem também a todos os distraídos do munhungo que aqui a vida é boa. Mas custa saber em que bairro se está a viver. Por isso, enquanto estiverdes naquela vida, não vos esqueçais de erguer as vossas casas e que não deixeis que as troquem por vivendas urbanas públicas como as do meu novo amigo Dico.
Quanto aos que se apressam na vida terrena, avisai-os que ainda é cedo. Deixem que os muros se desfaçam por si. Comprem computadores, façam cartas e gritem alto aos Dicos.
Também vos falo sobre o alimento. Comais carne e não bebeis mais vinho que vos aliena. Da cevada aproveiteis apenas a farinha porque está escrito num livro qualquer. Do vinho te embriagarás e não mais te levantarás.
Amigos meus que estais nas terras de kassanje, irmãos na liamba e no Kapuka, não mais perguntem quando termina a independência que roubou as benesses da idade média. Trabalhais e orais sem cessar porque assim fizeram os romenos nos seus templos para que possais ver um novo dia de sol e chuva abundantes.
O Dico que comigo vive em zona intermédia conta bons exemplos de dias longos em que todos trabalhavam sem nada exigir e noites frias sem luz nem transportes. Conta exemplos de despachos que ficaram no papel e de visitantes que substituíram os doentes no leito por causa da doença contraída nos próprios hospitais. Fala também de homens que pensam para outros dizerem e de mulheres coroadas sem honra. O Dico pede também que quando estiverdes no munhungo lembrai-vos das vossas obrigações. Lembrai-vos de que a terra permanecerá para sempre. Sem demora é a nossa vinda.
Amados irmãos amai a fidelidade e quando não poderdes abstenhai-vos da luta corporal.
Abraços de vosso irmão e kamba na carne, Felito So-Bra-do-Caixão.
Luciano Canhanga