As notícias, más, que nos chegavam, via media, reportavam batalhas tão intensas, na capital tchetchéna, Grozni, entre os contendores.
Como os luandenses são bons imitadores e com elevadas doses de criatividade, os nossos "makongo" familiares também passaram a ser designados por Tchetchénia.
Igual ou pior que a guerra na Tchetchénia terá sido o conflito entre o Irão e Iraque, no início da década de 80 (1980_88) e que também ficou popularizado no nosso linguajar luandense de então.
_ Esse wi está à procura de Irão-Iraque e vai ter! _ Dizia-se em alusão a quem estivesse à "procura" de brogodjó.
Voltemos à Tchetchénia. Lembro-me de uma minha sobrinha, hoje bem formada e casada, que, por ter nascido no tempo da primeira guerra da Tchetchénia e por a relação entre os pais ter sido tensa, foi apelidada, pelos tios (todos nós adolescentes e jovens de primeira caminhada), de Tchetchénia. É o nome pelo qual ainda a tratamos carinhosamente.
Uns nem sabem que ela tem um nome bem-sonante ao que juntou o apelido do esposo.
Bem, a Tchetchénia surge aqui (nesse texto) para ilustrar que no lugar em que se acha o edifício (na foto) à esquerda existiu um inacabado que fora assaltado por oportunistas e ou homeless person. Um meu primo, já finado, tinha um quarto em um dos 14 andares do antigo prédio da Tchetchénia. Era assim designado por ser um "paraíso de confusão".
Os "tchetchenos" foram desalojados e realojados, tendo o edifício sido demolido. Deu lugar ao que se vê na foto (à esquerda).
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Publicado pelo Jornal de Angola, edição de 17.11.2024.
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