A 23.05.2020, alguns bairros de Luanda terão "dormido na escuridão" porque numa subestação da empresa distribuidora houve incêndio "periférico" que destruiu alguns equipamentos (se bons ou sucatas não sei). Tais equipamentos eléctricos, ao que as imagens nas redes sociais mostraram, estavam num vasto quintal e em volto a capim seco. É aqui que surge o tema "queimadas".
Na Kabuta, comuna do município do Libolo, um incêndio causado por queimadas feitas por caçadores locais deixou 44 famílias desalojadas no dia 19 de Julho de 2020.
No sábado, 25 de Julho, o empresário agropecuário José Carlos Cunha "Oka", anunciava um fogo perigoso que lavrava imediações de sua propriedade no município da Kibala, ameaçando animais e campo agricultado. Felizmente, aqui a mestria do empresário que se encontrava no campo, fez com que contra-fogos fossem ateados e impedida queima dos bens.
No domingo, 26 de Julho, o meu sogro Sabino Salongue, comunicou-me que a sua fazenda no Yeyele, Kwitu, foi vítima de incêndio que lavrou toda a cultura de citrinos. "Toda a fazenda queimou", explicou desolado.
Eu mesmo, sendo natural de uma aldeia do Libolo, aprendi cedo a cuidar e usar o fogo como "fonte" de alimento, de defesa e de higiene.
No tempo seco/kixibo, o lixo e toda a erva seca é queimada. É menos trabalhoso queimar do que capinar.
Chegados os meses de maio e junho (quando o capim ainda não está completamente seco), roça-se/corta-se o capim à volta das aldeias, das lavras e fazendas (picadas) ao qual se joga fogo, para se defender do fogo das caçadas nos meses de Agosto a Setembro. O espaço vazio que se cria entre a habitação ou lavoura e o matagal é chamado de quebra-fogo.
À volta das casas, nas aldeolas, para evitar que cobras e outros predadores se abeirem das pessoas e dos animais domésticos, é o fogo posto que alarga o "espaço vital e visual". Daí que atear fogo à capinzais circunscritos (quintalões) ou não é, para o angolano do interior, uma prática inculcada na psique, agindo de forma costumeira tão logo se depare com capim seco que pode, no seu imaginário, compaginar-se com a oportunidade de: caça, defesa, visibilidade, facilidade agropecuária (nascimento de relva para os herbívoros domésticos, e prática agrícola), etc.
Ainda ontem, 23.05, limpei um dos meus quintais (onde decorrem obras civis) usando a prática da queima do capim seco. E foi mais fácil ter o espaço limpo do que seria se usando a enxada. E mesmo assim, teria ainda de descartar o capim.
No tempo seco/kixibo, o lixo e toda a erva seca é queimada. É menos trabalhoso queimar do que capinar.
Chegados os meses de maio e junho (quando o capim ainda não está completamente seco), roça-se/corta-se o capim à volta das aldeias, das lavras e fazendas (picadas) ao qual se joga fogo, para se defender do fogo das caçadas nos meses de Agosto a Setembro. O espaço vazio que se cria entre a habitação ou lavoura e o matagal é chamado de quebra-fogo.
À volta das casas, nas aldeolas, para evitar que cobras e outros predadores se abeirem das pessoas e dos animais domésticos, é o fogo posto que alarga o "espaço vital e visual". Daí que atear fogo à capinzais circunscritos (quintalões) ou não é, para o angolano do interior, uma prática inculcada na psique, agindo de forma costumeira tão logo se depare com capim seco que pode, no seu imaginário, compaginar-se com a oportunidade de: caça, defesa, visibilidade, facilidade agropecuária (nascimento de relva para os herbívoros domésticos, e prática agrícola), etc.
Ainda ontem, 23.05, limpei um dos meus quintais (onde decorrem obras civis) usando a prática da queima do capim seco. E foi mais fácil ter o espaço limpo do que seria se usando a enxada. E mesmo assim, teria ainda de descartar o capim.
Queimada é prática primitiva da agricultura, destinada principalmente à limpeza do terreno para o cultivo de plantações ou formação de pastos, com uso do fogo de forma controlada que, às vezes, pode descontrolar-se e causar incêndios em florestas, matas e terrenos grandes (wikipedia.com, 24.05.2020)