Ter uma formação coesa ou no mínimo um diploma que ateste a feitura do ensino superior passou a ser um dos grandes objectivos da juventude. Os motivos não são poucos: Aumentar o nível de conhecimentos para melhor servir ou apenas conferir agregação teórica à grande experiência conseguida na tarimba e corrigir vícios, bem como a simples intenção de obter o canudo e ver engordado o salário têm sido os motivos da procura dos cursos superiores.
A resposta, porém, a esses desideratos parece cada vez mais distante. Perante o agrado dos caçadores de canudos, os que se entregam na busca do saber têm visto dia após dia Gatos a serem vendidos em plena luz do dia, fazendo-os passar por lebres.
Já é de há anos o questionamento à qualidade do nosso ensino superior público, contaminado pela corrupção motivada pelos baixos salários e inexistência de condições de trabalho. É também sabido que a pesquisa que devia ser a condição “sine qua no” para que os docentes universitários preparassem as suas lições há muito deixou de ser feita.
Perante tal quadro, a aparição de instituições de ensino privado como: a Universidade Lusíadas, ISPRA, JEAN PIAGET, UCA, UNIA e outros colégios universitários afigurava-se, numa primeira fase, como a ponta de salvação do decadente ensino superior no país, já que ofereciam boas propostas em termos de cursos, salários à dimensão da labuta, pagos pelos alunos, e mais ainda; Aulas correntes sem interrupções motivadas pelas sucessivas greves na pública.
Alimentadas as expectativas, o tempo vem mostrando, porem, que foi puro engano ou sol de pouca dura. As pseudo “galinhas de ovos de ouro” têm se mostrado mais desorganizadas do que a “velhinha” Agostinho Neto. Uma administração que entende penas de cobranças de propinas e multas aos estudantes devedores, falta e ausência gritante de professores, e pior: Um quadro docente inexperiente e muitas vezes sem noção do que dizem ensinar. Qualquer pesquisa por mais leviana que seja mostrará que grande parte deles não possui uma carreira universitária que tenha passado pela monitoria, assistência, professor associado, titular, etc., como regem as regras da cátedra.
Se na universidade pública o uso de monitores no asseguramento de aulas em substituição de docentes que até existem, mas muito ocupados em outras tarefas de assessoria política e técnica, foi tema de debate em campanha eleitoral para decano da Faculdade de Direito que opôs Zé Octávio VD a Alberto Neto e Elisa Rangel, que dizer do uso de monitores que nem os seus cursos concluíram e que (des) instruem outros finalistas?
Deixo aqui apenas um exemplo, o do ISPRA, onde estudantes finalistas de determinadas licenciaturas já são usados como professores titulares de outros finalistas do mesmo curso *.
-É ou não caso para reflexão?
A resposta, porém, a esses desideratos parece cada vez mais distante. Perante o agrado dos caçadores de canudos, os que se entregam na busca do saber têm visto dia após dia Gatos a serem vendidos em plena luz do dia, fazendo-os passar por lebres.
Já é de há anos o questionamento à qualidade do nosso ensino superior público, contaminado pela corrupção motivada pelos baixos salários e inexistência de condições de trabalho. É também sabido que a pesquisa que devia ser a condição “sine qua no” para que os docentes universitários preparassem as suas lições há muito deixou de ser feita.
Perante tal quadro, a aparição de instituições de ensino privado como: a Universidade Lusíadas, ISPRA, JEAN PIAGET, UCA, UNIA e outros colégios universitários afigurava-se, numa primeira fase, como a ponta de salvação do decadente ensino superior no país, já que ofereciam boas propostas em termos de cursos, salários à dimensão da labuta, pagos pelos alunos, e mais ainda; Aulas correntes sem interrupções motivadas pelas sucessivas greves na pública.
Alimentadas as expectativas, o tempo vem mostrando, porem, que foi puro engano ou sol de pouca dura. As pseudo “galinhas de ovos de ouro” têm se mostrado mais desorganizadas do que a “velhinha” Agostinho Neto. Uma administração que entende penas de cobranças de propinas e multas aos estudantes devedores, falta e ausência gritante de professores, e pior: Um quadro docente inexperiente e muitas vezes sem noção do que dizem ensinar. Qualquer pesquisa por mais leviana que seja mostrará que grande parte deles não possui uma carreira universitária que tenha passado pela monitoria, assistência, professor associado, titular, etc., como regem as regras da cátedra.
Se na universidade pública o uso de monitores no asseguramento de aulas em substituição de docentes que até existem, mas muito ocupados em outras tarefas de assessoria política e técnica, foi tema de debate em campanha eleitoral para decano da Faculdade de Direito que opôs Zé Octávio VD a Alberto Neto e Elisa Rangel, que dizer do uso de monitores que nem os seus cursos concluíram e que (des) instruem outros finalistas?
Deixo aqui apenas um exemplo, o do ISPRA, onde estudantes finalistas de determinadas licenciaturas já são usados como professores titulares de outros finalistas do mesmo curso *.
-É ou não caso para reflexão?
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*C.Soc. IV ano.
3 comentários:
A meu ver... acho que a sociedade em que vivemos está cheia de universitários, ou seja, vivemos uma crise de um País onde é necessária a mão de obra e o conhecimento técnico para poder operar e levar por diante um curso de acções que façam levantar o País. E que se nos depara pela frente?? Uma levada de académicos superiores que devido às pestanas que gastaram a tentarem obter uma formação superior vêm para uma sociedade tentar tirar dividendos desses gastos sem se preocuparem em trabalharem na formação que adquiriram por forma a fazerem levantar o seu País a nivel de produção. Com isto não quero dizer que seja contra os universitários, antes pelo contrário, somente acho que num País que necessita de erguer a sua cabeça, de mostrar que tem meios de produção próprios sem recorrer ao produto estrangeiro, apostar numa mais valia universitária onde leva um número de anos significativos e muitas vezes uma produção deficiente e precária, deveria apostar mais na formação de técnicos específicos para as maiores necessidades do País. Por outro lado, temos os universitários que terminam os seus cursos e deparam-se com um País que não tem vagas de emprego para a sua formação e então como meio de subsistência avançam para o ensinam sem possuirem qualquer nível de formação pedagógica para o exercerem daí depois surgirem as lacunas de formação dos alunos por dificuldade dos docentes que apanham pela frente.
Peço desculpa... não estar convenientemente identificada, o País do qual eu estou a falar é Portugal.. neste momento é onde vivo e é com uma realidade destas que me deparo... peço desculpa se o meu comentário não descreve de todo a realidade de Angola... mas acontece que estou muito por fora dessa vossa realidade para poder tecer qualquer comentário.
Ser "doutor",
"esse é o problema que estamos com ele", como diz a música de E. Paim. O problema está que vivemos num país em que exibir o título está na moda e qualquer quer ser "Professor Doutor", mesmo que não tenha capacidade. A responsabilidade principal é mo Ministério da Educação que não fiscaliza a aplicação dos critérios que o mesmo tem definido para o funcionamento de uma instituição universitária. Como se explica que um colégio tenha aulas desde a iniciação até a licenciatura. É uma falsa. Porque se necessita meios diferentes. A carteira para um aluno de cinco anos não pode ser a mesma para um estudante de 25 anos. Um dos estudantes, senão os dois, certamente está afectado fisicamente. São muitas as comparaçöes que podería fazer, mas creio que não vale a pena porque as pessoas conhecem. Como é que um individuo sem licenciatura prepara licenciados, já parece a antiga "Escola do Partido", em que numa época o director tinha 12ªclasse e a instituição formava "licenciado em ciencias sociais".Hahahahaha. Imaginem o diploma "Eu..........., de habilitaçöes literárias 12ª classe...... confirmo que ..........., é licenciado em...". Que barbaridade.
Como vai fiscalizar o Ministério, se membros do mesmo têm interesses nessas instituiçöes?
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