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quarta-feira, janeiro 29, 2020
PODE PASSAR!
quarta-feira, janeiro 22, 2020
O "RAPTO" DA MULHER
- Quenhêle? Me mostrêle, o homem a quem o padre negou a hóstia na cerimónia religiosa. - Pediam aos primeiros a chegar ou aos que tivessem assistido à cena.
- Tal é aquele. - Apontavam, com ou sem gestos.
Mangodinho, cada vez mais Bangão, como quem diz, "aqui, nem mesmo o tio que é comissário de três estrelas, é mais famoso do que eu", continuou, fanfarrão, o seu desfile pelo salão. Ora com o copo carregado na mão, passando de mesa em mesa, ora de palito na boca se espalhando pela pista de dança. Mangodinho, era só ele.
Às três da manhã, quando boa parte dos convivas mais velhos já se tinha retirado e a festa entregue aos jovens e adolescentes que entornavam doses de álcool sem receio de um "Xê miúdo(a) não bebe assim, tipo te estão a dar corrida", Mangodinho já não era pessoa.
Saído do urinol, perdeu o sentido de orientação e não conseguiu localizar a mulher que continuava a fazer companhia às garrafas vazias e pratos de bolos e outras guloseimas por comer.
- Isabel? Isabelêê?! - Gritou sem resposta.
Tentou umas voltas, mas as pernas deixaram de obedecer.
- Tio, faxavor. Temos uma situação grave aqui no salão.
O tio que se despedia de um colega da corporação, pousou o copo de água e virou-se para ele.
- Que se passa Mangodinho?
- Tio, faxavor, aciona só o patrulheiro. É mesmo verdade que estou a falar.
Já quase a perder paciência, o tio pegou-lhe pelo braço, como quem dirige uma criança, e rematou:
- Ou te explicas ou mando te levar à casa. Vamos, diz lá seu sacana. O que se passa, pá?
- Tio, é mesmo verdade. Raptaram a minha mulher!
- Mas ela é raptável? - Indagou o tio, levando os olhos à mesa onde se encontrava a senhora, já sem o brilho da mocidade.
- Seguranças, por favor, chamem o patrulheiro. - Solicitou o tio.
Mangodinho pensando que os polícias haviam sido chamados para atender a sua preocupação, foi carregado até à arrecadação, onde dormiu como pedra até ao meio dia seguinte. Quando acordou, nem a mulher, nem o tio, nem os parentes, nem os convivas. Era apenas ele no meio de tralhas.
segunda-feira, janeiro 20, 2020
20.01.2020 - Estou a imaginar o veado que lhe mandaram entregar a carta ao leão faminto. Chegou em uma banda e encontrou o coelho.
_ Puto coelho, você que corre bué, leva só essa carta àquele kota que fica mau à toa. Vou te mixar, jurumemu!
O coelho recebeu sem refilar, mas sem saber como a entregar. Meteu a mukanda na algibeira e amarrou-se um cinturão, para não perder a missiva. Foi ter com o macaco.
_ Mano macaco, faxavor! O mano veado me deu essa carta para o ti leão. Ele estava a teketar e me obrigou a levar a carta, mas eu também tenho 'mbora a minha kagunfa. Ele disse que se entregar vai me mixar. Me faz lá só favor! Se a carta chegar, vamos se dividir a mixa. Se eu ainda soubesse trepar... Kota, como o ti leão está debaixo daquela árvore (estás a ver ali, nê?), o kota sobe nessa árvore que tem bué de galhos, apanha a outra e vai, de galho em galho, até chegar lá. Quando estiver bem em cima dele, eu vou gritar para lhe distrair e o mano deixa cair a carta. O pagamento que mano veado me prometeu, você fica com 60 milhões e eu fico com 40. Faxavor, mesmo mô kota!
E assim procederam, razão pela qual, a carta do ex-PR chegou muito amarrotada (sem conteúdo).
quarta-feira, janeiro 15, 2020
MANGODINHO PRA CÁ - MANGODINHO PRA LÁ
quarta-feira, janeiro 08, 2020
BALANÇO? SÓ NO FIM!
A causa é a mesma: continua.
O Projecto (Kam&mesa) também continua.
Balanço só em 2022 e 2027, respectivamente!
quinta-feira, janeiro 02, 2020
AO TRABALHO: DEPOIS DO BOM-ANO
- Entrar mesmo, kota... - Miúdo Russo ficou engasgado, pois, em vez da resposta costumeira "entrei bem", seguida de um apertado kandandu, Mangodinho respondeu com disparo.
- Hei, cuidado. Os mais velhos , as vezes inauguram o ano entrando e saindo, podendo resultar em aumento populacional, em Outubro. Por isso quando pergunta tem de perguntar bem. Entrar no novo ano ou entrar aonde?
- Pronto já, kota Mangodinho. Aprendi mais uma coisa. Já agora, como foi a transição do Mangodinho para 2020?
- Ah, assim é que se pergunta, miúdo Chico. Transitei bem. Bem acordado para que ninguém me contasse. Não chupei e comi à hora. Felizmente, a vida agora está nos carris. Os fazedores de barulho, pensando que exibir posse de aparelhagem chinesa é barulhar, estão a deixar o mau hábito. As ruas estão limpas. parece que as pessoas deixaram de comprar caixas e latas, ou a deixarem já as caixas e as latas nas lojas. A Elisal está como menos trabalho. Os bebedores sem escrúpulos também diminuíram lá um coxito. ou estão a beber e esconder os carros ou estão a conduzir sem beber. Afinal, o país tem carris. Possas, pá!
- E, assim, o Mangodinho vai trabalhar?
- Eu não vou ao trabalho. Já estou a trabalhar. Passar casa em casa, saudar, orar, perguntar se há saúde, aconselhar se deixaram um pouco de dinheiro para matricular as crianças na escola e comprar a roupa do dia de estreia, ver se dinheiro dos comprimidos não foi metido na cápsula de kapuka, tudo isso é trabalho. E você, miúdo Chico, está com essa cara de kimbonzado porquê? Conselho na tua cabeça não se fixa? Fidacaxa, pa!
- Não, Mangodinho. É só mesmo cara de sono. Desde ano passado que se cortei mô inimigo com katula mbinza. Já não estamos a se entender e lhe falei: você na minha goela já não passa. Assim, mesmo, Mangodinho, confiança com álcool é só mesmo já na ferida.
- Ainda bem, miúdo Russo. Árvore cresce com as os ramos e as folhas. Pessoa cresce com juízo. Se teu patrão te dispensou hoje, ajuda o tio a visitar as casas. Eu dou conselho nos mais velhos e você dá nos jovens iguais.