Lí, em tempos no face book, uma reconstituição do jovem José Quitumba, o "Paizinho", em que ele e amigos bebiam kisângua em recepientes de azeitonas. Grande imaginação.
Trataou-se de uma recomposição da História recente dos nossos musseques onde a ausência de bolso para a cerveja ou a ausência desta era compensada pela fabricação caseira de uma bebida fermantada designada por Kimbombo.
O Kimbombo era feito à base de arroz fermento e açúcar e havia quem adicionasse uma pilha para incrementar a fermantação. Hoje, os meninos e mesmo alguns jovens já nem sequer imaginam que houve um tempo em que a cerveja não era para todos. As consequencias para a saúde eram tantas.
Apesar da imaginação do angolano, entre o entorpecer-se daquela forma, para esquecer as malambas, a viver com muitas malambas sem solução, a escolha recaia, para uns, no suicídio que era tomar a "kissara" como também era tratado o kimbombo. Muitos morreram anémicos, outros por graves complicações respiratórias e outras patologias.
A reconstituição do meu amigo Quitumba serve, quanto a mim, para recordar um passado tenebroso vivido pelos angolanos e reflectirmos sobre o que de mau o povo viveu em tempos que não desajamos que voltem a acontecer.
"Onde hoje se colhem rosas já foi um campo de espinhos". Think about it (Pense nisso)!
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