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sábado, maio 28, 2022

QUANDO QUENTE E FRIO COINCIDEM COM O INVESTIDOR

- Kota, o Higino deve estar desligado. Só está mesmo a sair Carneiro. - Dirigiu-se a hóspede ao recepcionista a reclamar.

A noite e a manhã que se lhe seguiu, em Kalulu, tinham sido friorentas e o esquentador hídrico era chamado a todo o momento na hora do banho. Hongolo, que se deslocara à terra para visitar os parentes e descongestionar a mente tinha decidido gastar as moedas no único hotel da vila.
- O patrão faz tempo que não vem. Não sei que se passa, mas o irmão dele passou aqui. - Respondeu Kabari, desatento.

- Não é do dono que reporto. - Corrigiu Hongolo, em meio a um sorriso que despertava com o sol saído do Longolo.
Como quem leva uma criança a aprender com a experiência, Hongolo pegou a mão de Kabari e passearam para o lavatório mais próximo, cuja torneira apresentava as iniciais HC.
- Minha mana, Camarada hóspede, peço desculpas. Aliás, pedimos desculpas. Nós, o hotel todo, não sabíamos que tinha o nome do boss na torneira.
Mas, verdade verdadeira, prosseguiu Kabari, me diga ainda em quê que o mais velho HC está em falta? - Pediu, quase a implorar.
- Aqui, HC é quente (hot) e frio (cold). Como você mesmo está a sentir, aqui as montanhas e o nevoeiro fazem as manhãs e as noites ficarem muito frias, o que pede água quente no lado H da torneira. Percebe?
- Está bem, mana. Teu nome mesmo é Kenhê? Desculpa. É para pôr na ocorrência. Gostou pelo menos do quarto? O silêncio da nossa vila ajudou a esquecer um kabucado a agitação da capital? - Flagelava Kabari transformado em máquina indagadora.
- Tirando a situação reportada, a instalação não deve àssimilares de grandes cidades. Era só mesmo o "Higino" que não estava a sair quente e altivo da torneira prateada.

sábado, maio 21, 2022

UM "PALÁCIO" INACABADO EM KALULU

Quem viveu/vive em Kalulu conhece esse inacabado. Desde 1987 que o vejo nas mesmas condições, ou melhor, a faltar, sequencialmente, um tijolo, uma abobadilha, um aramezito, até, se calhar, um dia ruir a estrutura (como já se vêm os estragos feitos pela oxidação do material ferroso e constante humidade causada pela chuva).

Voltei a passar por lá e os guardas do banco erguido paralelamente diziam ser "a melhor planta entre os edifícios construídos (projectados) na vila".
- Tem cave e vem até aqui. - Indicava um deles, posicionando-se no passeio.
Nos anos 80 e início da década de noventa do século XX, mesmo constando no léxico político angolano o axioma "partir os dentes à pequena burguesia", Miguel Neto era já um homem próspero, quando comparado a outros kalulenses de então, que professavam a pobreza da "ditadura do proletariado".
Ao que sei, não era dirigente político. Tinha camiões amarelos (Volvo) que circulavam, com algum à vontade, entre as comunas do Libolo e os municípios à volta, incluindo cidades como Sumbe e Luanda. No Lussusso, por exemplo, tinha um "bar" que pleiteava com o do Falcão e do Olímpio (já reabilitados e em funcionamento). Apenas o do Miguel Neto continua em escombros.
Com o fim da guerra (Acordos de Bicesse, 1990) e abertura do país à economia de mercado, quando se esperava que o homem prosperasse, vimo-lo erguer uma firma/sucursal na intercepção entre a Venida Lenine e a Avenida Rei Katyavala, transferindo-se, posteriormente, para o Kunene.
O que fazia e que lhe dava prosperidade em tempo de guerra e o que lhe aconteceu em tempo de paz para que não consiga sequer concluiu o que iniciou num tempo económica e militarmente difícil?
Dizem que "vive agora na África do Sul", deixando o seu "faustuoso" imóvel por concluir.
Até quando?

sábado, maio 14, 2022

CONVERSAS DE CAMPONESES

"Mais vale desintegrar um átomo do que o preconceito" (Einstein).

Os povos rurais do Kwanza-Sul, nomeadamente os do Ebo, desde sempre que "encabeçaram" que a mandioqueira, a batateira e a cana plantam-se na vertical, o que resulta em apenas um broto, fraco enraizamento e, concomitantemente, baixa produção.

No Ebo, julga-se que o cultivo de feijão e milho, por exemplo, "são coisas de mulheres". Os homens, contam eles, devem dedicar-se à cebola, tomate e, quando possível, à recolha de abacates e mangas.
Confirmei que a batateira, a jingubeira, o milheiro, o feijoeiro e a mandioqueira crescem, regra geral, sobre a mesma estaca o que os leva a uma grande disputa por espaço e nutrientes, resultando em fraca colheita.
A prática é antiga e não se muda desde os tempos avoengos, inexistindo técnicos de extensão agrária que corrijam os modelos menos produtivos para propiciar mais renda às famílias votadas totalmente ao cultivo da terra.
Ao mesmo tempo que não mudam o procedimento, para esperar por resultados diferentes, vão lamentando a escassez e a fome e "invejando" a fartura do branco colono que já se foi, há quarenta e sete anos, e dos poucos fazendeiros avisados na arte do cultivo da terra.
Na manhã de 12.02, após anotar mentalmente o modo de produção dos eboenses, chamei um jovem para uma curta conversa sobre as melhores práticas agrícolas. Falei-lhe sobre a necessidade de separação das culturas, plantio denso e rotativo.
Falei-lhe das três formas de vencer a fome a curto, médio e longo prazo, conforme um adágio que li: cultivar "cereais, árvores frutíferas e conhecimentos".
Mostrei-lhe como seria possível "andar a rir à toa" daqui a cinco anos, apostando na agricultura, sobretudo no plantio de frutícolas.
Com uma pedra a fazer de caneta sobre o másculo solo torrado pela chuva (ainda) ausente, desenhei:
Imagina-te que tens dois hectares. Em um semeias somente feijão, sendo que a colheita pode se de 3 toneladas (3 mil quilos). Imagina que o teu lucro médio seja de Kz 400/Kg. Multiplica Kz 400 x 3000 Kg =1200000.
- Um milhão e duzentos?! - Exclamou Tony, admirado.
- Sim. Isso mesmo. Pensa bem e age. - Recomendei.
No segundo hectare, continuei a prelecção, planta, com espaçamento de 4 a 5 metros, abacateiros, o que te daria 20 linhas com cada 20 árvores, totalizando 400 abacateiros.
Perguntei a ele quantas caixas colhia em cada árvore e qual era o preço da caixa de abacate, hoje.
As respostas foram: média de 8 caixas por árvores, ao preço de Kz 1300.
Pegamos a calculadora e fizemos, de novo, as contas: 400 árvores vezes 8 caixas, vezes kz 1300 = Kz 4160000 (quatro milhões, cento e sessenta mil).
- Tudo isso, tio?
- Tudo isso, sim. É possível se agires como empreendedor.
Quanto à mandioqueira e batateira, passa a fazer campos separados e a plantar na horizontal para maior enraizamento e produtividade. Sabes que quanto mais raízes houver, mais mandioca haverá. - Expliquei.
O jovem, radiante, esfregou as mãos e prometeu agir.
Numa visita que fizemos, à tarde, a um idoso (tio Sabalu Lumbu) que nos recebeu alegre e em família, no meio da conversa, depois dos habituais "mahezu", passei os mesmos conhecimentos, explicando quantas raízes teria numa estaca horizontal de mandioqueira ou batateira, ao que ele mesmo foi conferindo.
Falei-lhe das vantagens das árvores de frutas e, de novo, fizemos as contas com números ditados por ele. Perguntei -lhe sobre a ausência de peras e maçãs do Ebo, muito estimadas por pessoas de idade que por lá passaram, e o mais velho "espetou-me" (com o devido distanciamento covidiano) um valente abraço.
- Sobrinho, obrigado! Vou experimentar. É saber até morrer! Se os brancos tinham saído de suas terras para fazer agricultura aqui tinham grande produção é porque dá lucro. Mal deles, e dos fazendeiros também, é que não ensinam o povo como acontece na Cela. - Rematou o tio Sabalou visivelmente alegre, oferecendo-me, depois, uma cabra que ficou na vila cede do Ebo para reprodução.
De regresso a Luanda, fiz paragem, obrigatória, na aldeia de Pedra Escrita (Libolo) onde deixei marcas da minha meninice. Na conversa com o mano Gonça, veio de novo o tópico do plantio. A introdução aconteceu quando ele me convidou a ir com ele à horta para apanhar cana. Perguntei-o (estavam outros nossos parentes à volta) como é que plantavam a cana, a batateira e a mandioqueira. O meu espanto foi receber explicações convincentes deles que julgavam-me desactualizado, ante a minha luandização desde 1984.
- Se você quer deixar Luanda para vir fazer fazenda é melhor aprender já. Agora a "semente" põe-se deitada". - Disse, num misto de brincadeira e seriedade, Victória Sabino, uma prima e ex-colega da "kabunga".
Peguei um palito e, ante ao momento de convívio e atenção que me brindavam, fui perguntando:
- Mas, é deitado assim (oblíqua) ou na horizontal?
O mais velho Kapitia Silva que estava de pé, tomou a palavra, como que explicando a um infante. Fez comigo conforme procedi com o Tony, no Ebo. Pegou ele o palito e foi explicando:
- Mano Kajila, vê bem. Essa (referia-se ao palito) é a mandioqueira. Se lhe mete de pé, como fazíamos, só nasce um filho. Onde nasce o filho é que aparecem as raízes. Está perceber, nê? Agora se o mano põe deitado, em todos os botões (nódulos) nasce filho e nasce raiz. Se cada raiz é uma mandioca, então o mano já sabe qualê o método que dá mais mandiocas. É ou não é, mano?
Todos os olhos estavam virados para mim (no pensar deles, o luandizado que não entende de novos métodos de plantio).
- Agradeci e, com o mano Gonça, fomos à horta. Mostrou-me o milheiro que não disputa terreno com nenhuma outra cultura e foi explicando:
- Mano, aqui temos o milho. É somente milho. Ali temos a mandioqueira que também está sozinha. Ali em baixo são as canas. Já desactivámos as mandioqueiras para as canas crescerem sozinhas. Lembras-te dessa mangueira?
- Não, mano. - Respondi.
- É aquela que me deste com a cajá-manga. Já está a dar frutas há 4 anos. A parceira dele é que secou.


Beto Spina colheu canas, enquanto o tio António apreciava e elogiava as explicações do mano Gonça que estava muito avançado em relação aos povos do Ebo.

Publicado no Jornal de Economia & Finanças a 15.04.2022

domingo, maio 08, 2022

A ESTRADA QUE DÁ CONHECIMENTO

Para "saber é (preciso) andar". Sim. É cada vez mais evidente o aforismo africano que recorda que n em sempre a idade é sinónimo de conhecimento pleno. A idade confere experiência ganha entre erros e acertos (nossos e alheios), mas é preciso andar para ver e conhecer outras realidades, longe do nosso olho e nariz.

Aqui chegados, um infante pode saber coisas que os mais velhos ignorem ou mesmo que os livros não contem com exactidão. Estou ainda na introdução.

Bem, conheci hoje um kota que, tendo nascido em Angola, vive na estranja, se calhar, antes de eu ter nascido ou ido poucos meses depois de minha mãe me ter dado à luz. É o António. Por feliz coincidência, eu tb sou António.

O António que, estando em trabalho em Luanda, me foi procurar no meu posto de trabalho para nos vermos "caralmente" e trocarmos um dedo de conversa, nasceu no Amboim, município da província de que sou também originário.

Ele, filho e neto de cafeicultores e torrefatores de café, teve de sair do país, acompanhando os papás, por causa das kavwanzas de setenta-e-cinco (ou antes), conhecendo vários países, dentre eles a terra do Uncle San e a actual Rainbow Naction ao tempo da segregação. Já lá irei.
Voltemos ao Amboim.

Contou o meu amigo, neto, pelo lado paterno, de uma mestiça do Kunji, (Vye) que sua avó, embora mestiça, pois gerada por um europeu e uma negra, era tão linda e de pele tão clara e olhos azuis que era tida como branca pura. Já seu pai, gerado de uma mestiça e um branco, era tão mulato que os sul-africanos-carcamanos-segregadores sequer o deixavam hospedar-se em casa dos pais na South.

Contou ainda o António que, vivendo na África do Sul racista com os avós saídos de Angola, enquanto os pais trabalhavam em Nova Iorque (ONU), ele a irmã de pai e mãe tiveram de frequentar escolas diferentes, tendo em conta a falta de assertividade dos segregadores quanto à raça dos dois: um era tido como mestiço e outro como white. Já viu?! Coisas como essas, nem os livros dizem com exactidão, dando à oratura um valor amplificado num país de matriz griot.

Mas, o mais comovente, e que me deixou quase com lágrimas nos olhos, foi a narrativa do António sobre a visita que fez à Gabela, ainda no tempo da kitota. Era já trabalhador de uma organização internacional que tinha representação em Luanda. Foi nessas andanças que chegado a Ngimbi, decidiu, a contra gosto de uns, ir a Gabela, cidade que perde de forma continuada, essa caracterização urbana, percorrendo a pé as ruas que deixou limpas e alcatroadas e onde se fazia passear, na infância, montado em sua bicicleta.

Encontrou-as como elas ainda estão hoje: casas com pintura por renovar há quase cinquenta anos (parte minha), vidros quebrados por repor, cinema sem janelas e outros recuos ...

Mais coragem teve ainda o António ao ir bater à porta da casa em que nasceu e ver o quarto que era dele.
Disse que pediu, diligentemente, à senhora que ocupava o imóvel, agora repartido entre quatro ou mais famílias, que apenas o deixasse ver, "mesmo que tivesse de fazer uma declaração donativa", o que acalmou os receios da senhora que, ao ver um "pula" cinquenta e tal kasimbus no lombo, a dizer-lhe "nasci nesta casa", terá pensado que o dono chegara para despejo imediato.

Quer saber o que aconteceu depois da visita?
Pois é. Entre satisfação por ter adentrado, nostalgia e pesar, pela forma como encontrou o seu antigo quarto-companheiro de intimidades, o António, saiu com o rosto banhado em lágrimas. Chamou pela senhora que desfruta do uso campeão e, olhando para a nudez e fome, presente nas costelas desmusculadas das crianças, levou a mão direita à algibeira e declarou aos soluços:
- Minha, senhora, muito obrigado por tudo. Ainda não tive sequer tempo de ir a uma casa de câmbios. Tenho essa notinha que espero, a troque em sitio recomendado pelas autoridades, e compre rebuçados para os meninos. - Dito isso, elevou a nota de USD cem.
- Senhor dono da casa, muito obrigada. Aqui, esse dinheiro que nos oferece não compra só rebuçados. Compra comida para uma semana para todos estes meninos. - Agradeceu Maria Kuzanda.

É preciso andar e ouvir para crescer em conhecimentos.
Hoje, tomei nota de que o racismo sul-africano, ao tempo do apartheid, era muito mais severo e controverso do que imaginava. Além de, sem consciência e sem pejo, separar irmãos de mesmo pai e mãe em branco, mestiço e preto, mantinha porém os japoneses, donos da Toyota, Honda e Suzuki, como brancos, ao passo que todos os demais asiáticos eram tidos como colored!
Já viu?!

Texto publicado no Jornal de Angola a 26.07.22

domingo, maio 01, 2022

RETRATO DE KAMBAW

Kambaw, 06.3.22. Contados os 300 Km até Kalulu, a que se acrescem outros 50 quilómetros de picada a contornar montanhas e cursos de água, à aldeia só vai quem é convidado, tenha parentes próximos ou ame a aventura. Até os "mamadús", que já encontrei em muitos lugares longínquos de Angola, ainda "não descobriram onde fica".

Kambaw é aldeia da comuna de Kis(s)ongo, município do Lubolu. O Kis(s)ongo, que pela sua riqueza (dizem que tem diamantes no curso do rio Kwanza), sempre esteve sob domínio dos insurrectos, até à paz total.
À chegada, 11h30 de 06.03 22, a aldeia parecia muito calma, não fosse um óbito, à entrada, chorado com makyakya e som de "gravador" que substituiu a ngoma e kis(s)aka na noite poeirenta. Estavam todos (excepto os bêbados que restavam no óbito) a escolher roupa e sapatos de fardo oferecidos pelo sô Oka. A tarde seria de bola.
Oka, um dos raros empresários locais, construiu a sua casa na ponta da aldeia e mobilizou o povo para a feitura de adobes, distribuiu chapas de zinco e fornece energia do seu termo gerador, durante as 24 horas do dia, a todos os 250 agregados familiares.
Perto de cento e cinquenta homens e mulheres trabalham na fazenda de 750 hectares de frutíferas e uma loja facilita as compras, fazendo de Kambaw a mais organizada aldeia no meio no interland kis(s)ongoense.
Mas, Oka, o benfeitor, não se fica por aqui. Sabe que "mais do que dar pão e peixe, o melhor é dar anzóis e enxadas".
A aldeia tem uma escola e um posto médico que invejam a sede comunal, assim como um sistema de distribuição de água potável, 24 sob 24horas.
- A água que ele bebe é a mesma que nós bebemos. É de um furo e vem canalizada para os chafarizes e para a casa dele. - Confirmam os aldeões que acrescentam não comprar livros escolares nem brinquedos para as crianças no Natal.
Como "o pepino torce-se de pequeno", Oka prepara a "lavra escola" para ensinar às crianças as boas práticas agrícolas.
- É isso que vai fazer com que no futuro tenham boas colheitas e renda. - Diz motivado.
Mas no apoio filantrópico não se fica por aqui. Trinta e cinco equipas juniores e seniores participam dos campeonatos comunais de futebol, sendo ele o organizador de toda a máquina, incluindo equipamentos e transporte. As duas equipas de Kambaw sagraram-se campeãs (júnior e sénior) e os sobas pedem o relato de Vaz Kinguri que pode visitar Kambaw nos próximos dias.
- Aqui também temos craques como os do Petro e D'Agosto. É por isso que estamos a pedir ao boss Oka para trazer o Vaz Kinguri e relatar o nosso jogo com o chará dele daqui. - Disse, solícito, Xavier, o capitão dos kas(s)ules de Kambaw.

À tarde, antes de as lâmpadas dispostas nas duas margens da única rua substituírem a do sol, recebi os sobas de Kambau e de duas outras aldeias próximas que foram saudar o visitante do sô Oka.
Falaram, de suas bocas, sobre o salto que aconteceu em suas vidas e de seus súbditos com a presença daquele senhor.
- Queremos que a ele se juntem outros. -Solicitaram.
- Para Kambaw ser sede, só falta o administrador comunal se mudar para aqui. - Confirmaram, comparando as infraestruturas existentes numa e noutra aldeia.
Falámos do esforço que os sobas e a comunidade devem fazer para preservar os equipamentos sociais existentes, encorajando e protegendo os meios do empreendedor e tomar as decisões mais assertivas.
- Não se preocupe, nosso filho. Nós estamos com ele e o caminho que nos indicar, a 23 de Agosto, é o que vamos seguir. - Disseram os sobas, antes de nos despedirmos. Os galos já ensaiavam o seu primeiro canto.
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Texto publicado pelo Jornal de Angola de 26.03.2023