- Kota, o Higino deve estar desligado. Só está mesmo a sair Carneiro. - Dirigiu-se a hóspede ao recepcionista a reclamar.
A noite e a manhã que se lhe seguiu, em Kalulu, tinham sido friorentas e o esquentador hídrico era chamado a todo o momento na hora do banho. Hongolo, que se deslocara à terra para visitar os parentes e descongestionar a mente tinha decidido gastar as moedas no único hotel da vila.
- O patrão faz tempo que não vem. Não sei que se passa, mas o irmão dele passou aqui. - Respondeu Kabari, desatento.
- Não é do dono que reporto. - Corrigiu Hongolo, em meio a um sorriso que despertava com o sol saído do Longolo.
Como quem leva uma criança a aprender com a experiência, Hongolo pegou a mão de Kabari e passearam para o lavatório mais próximo, cuja torneira apresentava as iniciais HC.
- Minha mana, Camarada hóspede, peço desculpas. Aliás, pedimos desculpas. Nós, o hotel todo, não sabíamos que tinha o nome do boss na torneira.
Mas, verdade verdadeira, prosseguiu Kabari, me diga ainda em quê que o mais velho HC está em falta? - Pediu, quase a implorar.
- Aqui, HC é quente (hot) e frio (cold). Como você mesmo está a sentir, aqui as montanhas e o nevoeiro fazem as manhãs e as noites ficarem muito frias, o que pede água quente no lado H da torneira. Percebe?
- Está bem, mana. Teu nome mesmo é Kenhê? Desculpa. É para pôr na ocorrência. Gostou pelo menos do quarto? O silêncio da nossa vila ajudou a esquecer um kabucado a agitação da capital? - Flagelava Kabari transformado em máquina indagadora.
- Tirando a situação reportada, a instalação não deve àssimilares de grandes cidades. Era só mesmo o "Higino" que não estava a sair quente e altivo da torneira prateada.
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