Quem viveu/vive em Kalulu conhece esse inacabado. Desde 1987 que o vejo nas mesmas condições, ou melhor, a faltar, sequencialmente, um tijolo, uma abobadilha, um aramezito, até, se calhar, um dia ruir a estrutura (como já se vêm os estragos feitos pela oxidação do material ferroso e constante humidade causada pela chuva).
"MESU MAJIKUKA"
= INFORMAÇÃO & CONHECIMENTO =
Desde 29/Abril/2005
Abordando FACTOS e IDEIAS
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sábado, maio 21, 2022
UM "PALÁCIO" INACABADO EM KALULU
sábado, maio 14, 2022
CONVERSAS DE CAMPONESES
"Mais vale desintegrar um átomo do que o preconceito" (Einstein).
domingo, maio 08, 2022
A ESTRADA QUE DÁ CONHECIMENTO
domingo, maio 01, 2022
RETRATO DE KAMBAW
Kambaw. Contados os 300 Km até Kalulu, a que se acrescem outros 50 quilómetros de picada a contornar montanhas e cursos de água, à aldeia só vai quem é convidado, tenha parentes próximos ou ame a aventura. Até os "mamadús", que já encontrei em muitos lugares longínquos de Angola, ainda "não descobriram onde fica".
quinta-feira, abril 28, 2022
UM "CARAPAU" NA CONSOLA
Era um dia de distribuição de peixe "fresco" que, na verdade, era congelado e raro em Kalulu. O ano, que quase se perde na memória, era 1988. Para quem fosse em visita, a vila estava cheia e agitada. Para nós era apenas "dia do peixe fresco" que faria diferença no almoço e na janta durante a semana. A kizaka, a kabwenya e outros condutos vezeiros estariam, por dias, em gozo de férias, dando lugar ao peixe "cozinhado", grelhado e assado, até acabar, pois poucos tinham meios de conservação.
sexta-feira, abril 22, 2022
TRAVESSIA LESTE
Rio Longa, 06.03.2022 - O local fotografado fica à montante da "ponte do Lususu" que liga o Lubolu à Kibala. Levado pela curiosidade e exploração turística da região, meti-me, pela primeira vez, pela rodovia asfaltada (depois da guerra) que une os dois municípios do Kwanza-Sul, a leste da EN 120.
sexta-feira, abril 15, 2022
UM FANTOCHE NA FARRA
Havia semana e meia que o espião terrorista estava misturado entre as gentes, comendo e bebendo com eles, ouvindo as conversas, indagando e sendo respondido e, sobretudo, tomando as notas, corrigindo o "tiro" e planificando novas vias de entrada e saída.
O movimento e movimentação regular de tropas republicanas levavam, às vezes, as pessoas, até os mais avisados e treinados pela herdeira da pide, à desatenção, fazendo com que os espiões "terroristas", fardados com uniforme republicano ou à paisana, penetrassem em surdina e se instalassem entre a população.
Sorte madrasta teve o Nuryeji. Vivia a sua segunda semana no Dundo, de bar em bar e de festa em festa. Exibindo, às vezes, o seu walkie talkie, era um pequeno mwata aos olhos dos incautos convivas, pagando cigarros, walwa e chafurdando o que podia.
A cidade, abastecida de géneros alimentares pela empresa kamanguista, era das mais importantes e recebendo dirigentes da capital e de urbes vizinhas a sul, sudeste e sudoeste. Até os do Comité Central, que politicavam na grande avenida das heroínas e do carro de assalto, mandavam requisições disto e daquilo.
Por essa altura, os terroristas faziam já "visitas" de sabotagem em quase todos os projectos, roubando comida, danificando o transporte de energia e apossando-se de bilhas de concentrado. Estávamos a viver a década de oitenta do século XX. Já tinham surpreendido e neutralizado a guarda e a gestão de um projecto, queimando um Hércules que pousara carregado de comida e sobressalentes.
Um dia, conto a estória dos "escapes rotos" por causa das bebedeiras dos terroristas que confundiram vinagre com vinho branco. Leram vino. Era italiano. Bastou beberem-no com gula de kaporroteiro sedento para diarreiarem dias e noites sem tréguas.
O terrorista Nuryeji estava camuflado numa festa da cidade. As pessoas conheciam-se e os civis toleravam os militares. Ninguém conhecia o terrorista. Por isso, alguns olhos, na festa, estavam postos nele, embora, treinado, se calhar, na bófia israelense, fosse de poucos falares e comedidos movimentos corporais.
Foi que uns akwenze decidiram dar-lhe de beber.
- Beba Camarada, não se acanhe!
Entre a indelicadeza que podia acirrar as desconfianças e a aceitação, o terrorista preferiu a segurança.
Meio copo, mais um copo, mais copo e meio, até que a bebida lhe aqueceu o corpo, ao ponto de meter-se na batucada, à roda dançante do cinguvu e ngoma ya phutu.
À medida que se ia contorcendo, com aquele dançar estranho que borrifava as noites sunguradas de Likwa, as calças do fantoche foram subindo e as peúgas exibindo o macho da galinha.
Alguém atento soltou aos ventos "fantoche na roda!" Instalou-se grande algazarra.
- É fantoche!
- Agarra fantoche, prende fantoche, mata fantoche!
Bem tentou ainda dar um pulo e marcar alguns passos para se desfazer na mata que era a sua predilecta cidade. Porém, os homens em todos os lados fizeram-se floresta e cumpriu-se a sentença:
- Amarra fantoche, prende fantoche, mata o fantoche!
Caído em desgraça, toda a sua vida e conexões foi, depois, exposta pelas vozes que desfilavam na frequência do walkie talkie disfarçável que levava preso à cintura.
Passaram semanas, meses, se calhar, e não se falou em todo o nordeste de outra coisa que integrasse a estória daquele fantoche apanhado na farra.
Publicado pelo Jornal Cultura, 16.03.2022 e Jornal de Angola de 20.03.2022
sexta-feira, abril 08, 2022
NUM "MATONGÊ" DAS ARÁBIAS
Que o indiano é comerciante e emigrante por excelência, você, eventualmente, já sabia. Que os "zazás" não se lhes ficam atrás na kandonga e na exportação da sua cultura alimentar para aonde quer que estejam, também é líquido. A novidade deve ser o "casamento" entre o comerciante indiano e a tia congolaise que confecciona e vende fufu, sakamadeso e makayabu.
sexta-feira, abril 01, 2022
SOMEWHERE IN AFRICA WITH INDIANS
terça-feira, março 29, 2022
SUA CABRA!
Parece asneira, se a expressão for jogada com carga pejorativa por cima de uma mulher. Lá chegaremos.