Vi, a 27.02.2013, um documentário na RTP-África
sobre o comportamento da igreja Católica perante a luta pela independência em
Moçambique, algo semelhante ao que se passou em Angola e nas demais colónias. No
documentário, vários entrevistados disseram que os padres e bispos da Beira e Tete
eram pró “indígenas” e, nalguns casos,
até apoiavam os guerrilheiros da FRELIMO, ou quando não o fizessem, pelo
menos não os denunciavam à PIDE. Ouvi e vi depoimentos de ex-guerrilheiros a
dizer que vezes houve em que recebiam dos padres (italianos hispânicos,
nórdicos, etc.) de Tete e Beira medicamentos, comida e outros apoios. A diocese
tinha um jornal que também servia de instrumento de denúncia das atrocidades de
Salazar e Marcelo Caetano, tendo sido vendido após a morte do “bispo-revolucionário”
que por lá andou.
Em Lourenço Marques (Maputo), porém, o
bispo era um reaccionário. Era dum alinhamento impressionante com a política
repressiva do Estado Novo. Foi apresentado o bispo a afirmar que “eles (os
padres) eram portugueses e estavam ai por Portugal e quem assim não entendesse
que fosse embora”. O bispo católico de Lourenço Marques entre 1973-74, que foi
o período estudado, chegou mesmo a entregar um dos seus padres à PIDE. Ele
mesmo acompanhou o agente da PIDE à casa do padre para ser investigado e
interrogado.
Quantos africanos terá esse “lobo”, que
ainda, torturado?
Por cá, Angola, não devem faltar clérigos que
de dia usam batinas e de noite a farda dos elementos que “espancam” activistas e
críticos sociais.
Basta ver quantos clérigos se intrometem em
assuntos de política explícita ou partidária, esquecendo-se da doutrina bíblica
que apela ao amor, perdão, compaixão, caridade e tolerância.
Há clérigos de distintas denominações
religiosas que são autênticos activistas políticos deste ou daquele partido. As
suas pregações e homilias não passam de comícios onde, de forma directa e
aberta, propagandeiam a favor deste ou a desfavor daquele.
São esses que fazem aumentar o cepticismo
dos crentes levando-os muitas vezes ao agnosticismo.
1 comentário:
Caríssimo Luciano. A igreja tem tanto para explicar que mais fáciol para eles é tornar as coisas secretas. O que esses padres faziam nessa altura de nada tinha de diferente do que muitos outros fizeram bem antes na II Guerra Mundial, uns a troco de protecção e outros a troco de ouro e benesses.
A igreja, que por ter tantos e profundos problemas envelhece rapidamente os Papas, não tem sabido se stabelecer dentro dos seus parâmetros de tal modo que a vemos debitar opiniões e actitudes em questõe de política e pior ainda para política. Isso temos cá onde é fácil de avaliar já que o q cai nas missas não chega para pagar os jeeps q esses "cérebros" ostentam.
Toda essa ganância pastoral da igreja, para já católica, e a falta de um pedido de perdão por tudo q já fez desde a inquisição cusa, a meu ver, o êxodo para as muitas outras igrejas que vão surgindo, uitas a troco de trocos mas essas pelo menos de maneira aberta e até descarada sem a necessidade de se esconder por debaixo de uma batina que se levantada iria expôr lvagens de dinheiro, pedofilias, sequestros, roubos, etc.
Valeu o toque teu pelo assunto. Vamos ver se a chegada do novo Papa pode mudar essa Igreja e que ele seja visto como UM PAPA NOVO.
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