O corporativismo foi uma das características do “Estado Novo” português que dominou Angola até à Revolução dos Cravos (Abril 1974).
As associações culturais (embora censuradas), os clubismos e quejandos sobrepunham-se à actividade partidária, sendo a forma idealizada ara que os cidadãos participassem da vida política e social. O Desporto, e sobretudo as equipas de futebol, passaram a ser os principais “partidos políticos”. Não na acepção de que estivessem organizados e vocacionados para ascender ao poder e “organizar e gerir a sociedade”. Era a eles que recaia toda a atenção e todas as discussões. Não fazer parte de um clube de futebol era estar fora de moda, um acto anti-social.
Mesmo sem o desenvolvimento e a universalização dos media que assistimos no séc. XXI, cada um tinha o seu club. Os do Benfica, os do Sporting os do FC Porto, os do Boavista, os do etc. Clubes que tinham e têm sucursais nas colónias e até nas aldeias coloniais.
Se no sec. XX, sobretudo antes da revolução mediática, o apego dos angolanos era para os clubes metropolitanos (de Portugal), hoje o mundo é uma ladeia e as escolhas vão para além da proximidade linguística, ideológica ou cultural. Os angolanos são adeptos de todas, quase todas, equipas sonantes do mundo.
O Futebol tornou-se um “planeta” e cada equipa uma “nação”. Assim, temos a “nação SL Benfica” que joga hoje a final da Liga Europa, diante do Sevilha de Espanha. Todos os seus "cidadãos", d oceano Pacífico ao Índico e do Atlântico ao Ártico estão de olhos no Benfica ou no Sevilha.
Que vença a melhor “nação”. A melhor equipa de futebol!
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