Sou o membro 179 do Sindicato da classe profissional em que militei
activamente durante dez anos, depois de formação média profissional e universitária. Estou hoje emprestado
a uma “sub-classe”, a dos assessores de comunicação institucional, que não sei
se, de facto e de jure, possui um órgão representativo junto dos patrões. É, portanto, com os
jornalistas que como e bebo. É das preocupações deles que partilho o mel e fel.
É no sindicato deles (repito, embora esteja “emprestado” a outros afazeres) que
me revejo.
Pelo barulho (ruído) que me chega pelas frestas, fico com a
impressão de que haverá um novo trungunguismo lá pelas bandas da Biker, entre o
patrão e a entidade que representa os Jornalistas Angolanos.
Curtas linhas, lidas nas entrelinhas, deram-me a entender
que os novos “patrões” do Jornal a “Verdade” terão insinuado que a já decana “ou
terá desaprendido a fazer jornalismo ou se terá (sistematicamente?) furtado a
cumprir com as obrigações contratuais”…
Para isso, a Lei está aí. Dispensam-se os editoriais
escritos de forma subjectiva e com interpretações polissémicas para fazê-la
cumprir.
Desaprendeu? - Reensine-se (se é que há alguém com
competência para ensinar)!
Incumpriu? - Puna-se à luz da lei, salvaguardando os direitos
dos líderes sindicais também constantes da Lei Geral do Trabalho e Lei Sindical .
Normalmente, são os cavalheiros, que levam e ou defendem as
damas. Eu não sou “cavalheiro” nessas andanças. Os mais fortes defendem os mais
fracos ou os injustiçados. Eu não sou
forte nem no jornalismo nem no sindicalismo. Os ricos defendem (deviam
defender) os pobres. Os justos, os injustiçados. Os poderosos os fracos, os
desprotegidos, etc. Não estou na classe dos que têm vantagens objectivas para
defender a Secretária do SJA. Lamento.
Não posso. Não tenho como. Posso apenas é debitar ideias. Essas são minhas e nelas
crerá quem quiser. Apenas isso, e sem procurar outros sururus…
Tudo o que tenho estado a ler, ainda desde o tempo da RPA,
em que os nossos inimigos eram os próprios irmãos fugidos para as matas ou para
a antiga metrópole, leva-me a concluir que o dinheiro é capaz de mudar a
mentalidade, a ideologia e até os princípios para quem nunca os teve de forma
sólida. Só isso pode justificar que pessoas que, não só cuspiram mas que
chegaram mesmo a defecar no prato que se chama Angola e seu regime pró-comunista,
se venham hoje apregoar como os grandes zeladores do templo angolano e tudo o
que nele há nele de valor financeiro.
Aliás, rezam as ciências políticas que “há interesses
permanentes e nunca amigos ou inimigos permanentes”. O interesse desses que vindos
de fora ou regressados depois de nos terem amaldiçoado ao lado de seus avôs, querendo
agora colocar-nos uns contra os outros, é e sempre foi a cor do dinheiro.
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